Pretty Blood • Rocent Dead Plate

Capítulo 12 - Artesanato feito com amor

Mais uma vez eu me pego lembrando do meu passado.

A casa em que eu vivia era enorme, na verdade era um castelo abandonado, meus pais se mudaram para lá em buscande fugir de humanos, pois mesmo sendo uma raça consideravelmente fraca, são monstros por natureza, matam sem dó e isso era ruim para vampiros pacíficos como meus pais.

Eu cresci naquele castelo, sendo ensinado pela minha mãe sobre aprendizados básicos e coisas úteis para a vida que eu sempre ignorei, pois achava que nunca seria necessário, nenhuma criança imagina que perderá tudo de uma vez só.

Eu deveria ter escutado mais e aproveitado mais. Talvez eu não me sentisse tão mal agora.

Eu sou queria ter tido a oportunidade de dizer...

Eu te amo mãe...

|Rody|

Voltei para a comunidade determinado a fazer uma coisa que ajudaria o Vincent a se virar um pouco sozinho durante o dia, e eu sabia quem poderia me ajudar a fazer isso.

Enquanto todos se preparavam para o jantar, fui até a Manon que estava cortando uns legumes, e parei ao seu lado como quem não queria nada e peguei uma faca também para a ajudar, mas eu acho que ficou meio óbvio que eu queria pedir alguma coisa.

Manon: É melhor você falar ou vai me matar de curiosidade.

- Bem... Preciso de uma ajudinha sua, eu sei como você é boa em artesanato e tals - disse isso de forma enrolada.

Manon: E então?

- Eu queria que você me ensinasse a fazer um guarda-chuva... Ou guarda-sol... tanto faz, qualquer um desses.

Manon: E porque necessariamente você quer isso do nada? - questionou.

- Pois é... Ontem estava chovendo e eu meio que queria ir atrás de umas coisas na floresta, mas estava muito ruim de entrar na chuva, ai eu me lembrei que o meu antigo guarda-chuva se quebrou, queria saber se a minha grandiosa amiga sentiria pena de mim e me ensinaria a fazer um novinho.

Quando terminei de falar ela ficou em silêncio e suspirou, não sei dizer o que ela estava pensando naquele momento, porém eu torcia para que não fosse nada relacionado a vampiros ou algo do tipo, não gostaria de ter que ser taxado como um traidor - não que isso fosse fazer muita coisa na minha vida além de ser expulso ou morto por todos ali.

Entretanto, não precisei descobrir o que ela estava pensando porque ela resolveu falar.

Manon: Eu posso te ajudar, na verdade, eu quero te ajudar, os últimos meses tem sido difíceis para você, essa coisa da união e tudo mais, apenas quero que se sinta pertencente a algum lugar - ela olhou para mim - se me ajudar a cortar essas coisas eu te ensino sobre artesanato.

- Olha, eu acho que é uma troca justa.

Manon: Ótimo - ela voltou a cortar e eu a acompanhei no processo - Agora me fala sobre as coisas que você anda sentindo, não temos conversado muito desde que você passou a ir para a floresta.

- Ah... Sabe, são muitas coisas para se pensar, os dias estão passando muito rápido e tals, eu estou tentando processar tudo que anda acontecendo e que está para acontecer - isso era verdade, só que em um sentido que ela não entenderia.

Manon: Entendo, faz sentido, me desculpa por ficar te forçando a conversar quando quer ficar sozinho.

- Não precisa se desculpar, eu gosto de quando você se esforça para me fazer se sentir um pouco acolhido, eu só fico estressado às vezes, mas não leva pro lado pessoal.