Capítulo 16 - Passado do Rody

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|Rose|

- Sobre meio-vampiros? - Esse questionamente me fez lembrar de uma criança em específico - O que você quer saber sobre eles Vincent?

Vincent: Eu quero saber se é possível esconder a marca de uma mordida de vampiro.

- Claro, se quando a pessoa ou criança for transformada em vampiro naquela hora, e receber sangue para tomar, a marca some na hora, eu me lembro de uma criança por essas arredondezas que eu salvei assim.

Rody: Como assim? - ele pareceu se demonstrar interessado.

- Olha, uma criança só se torna meio-vampiro quando ela já é alguma coisa, casa um humano seja mordido, ele é um vampiro por completo, agora meio vampiro são outras raças quando são mordidas por vampiros - peguei minha xícara e tomei um pouco do café - antigamente eu fazia parte de um grupo de um grupo de vampiros que andava por qualquer parte em busca de sobreviver, porém, muitos lugares pelo qual nós andávamos tinham muitas crianças que eram mordidas e deixadas a própria sorte, e quando eram crianças lobisomens, eram mortas pelos seus próprios pais.

Me vi obrigada a me lembrar daquela época como se fossem os dias atuais, eu não ligava muito para a vida, era uma adolescente, e adolescentes fazem muita merda, a primeira vez que tive alguma consciência, foi em uma noite de lua cheia, eu e o meu grupo encontramos um grupo pequeno de lobisomens, e decidimos que mesmo sem fome, iriamos brincar com eles.

Enquanto eles matavam os machos, eu fiquei na função de pegar a única fêmea, ela estava estranhamente protetora, e eu percebi o porque quando olhei atrás dela e vi um filhote que ainda estava em sua forma humana, ela estava tentando o esconder, eu não queria matar crianças, então apenas me foquei na mãe e por um momento cogitei em deixa-la fugir com a criança, mas os meus companheiros não pensaram na mesma coisa, e atacaram ela brutalmente, a matando.

Não consegui fazer nada, estava paralisada, olhando apenas para o bebê que ela estava protegendo, tentei chegar até ele e o proteger em meus braços, mas um dos meus antigos companheiros chamado de Zon pegou ele antes e ficou zoando com ele no colo.

- Zon, me dê ele, a gente não mata crianças, isso já é demais.

Zon: E que, disse que eu vou mata-lo? Eu vou deixar para que os próprios dele o mate.

Eu vi os dentes do Zon fincando a pele do bebê, que começou a chorar, eu queria ter sido mais rápida naqueles dois momentos cruciais, mas isso não aconteceu, então ao longe escutamos sons de diversos passos, indicando que mais lobisomens estavam vindo, todos foram correndo para fugir daquele lugar, mas eu não consegui deixar aquela criança a própria sorte, quando eles vissem aquela mordida ele imediatamente seria morto, eu queria que tivesse pelo menos alguma chance de viver.

Então mesmo que isso talvez traumatizasse a criança quando ela soubesse futuramente, eu peguei um pouco do sangue que saia da mãe dele, e joguei na boquinha dele, vendo a marca sumir, assim, o deixei escondido no mato para que pensassem que a mãe conseguiu esconder ele a tempo, e assim eu fui embora.

- Eu nunca soube se ele se manteve vivo ou não, mas depois disso eu saí daquele grupo que eu estava e passei a agir como uma nomade, criando crianças que eram mordidas por vampiros e fazendo negócios com sua mãe Vincent, eu vinha bastante para essas partes porque ela e seu pai eram responsáveis por trazer bastante sangue para alimentar as minhas crianças e jovens, eles me ajudavam bastante com tudo, fico triste que eles tenham tido um final tão trágico.

Eu esperava uma resposta vindo de um deles, mas o que eu recebi no final foram lágrimas vindo dos olhos do Rody e uma certeza vindo das expressões do Vincent.

- É... Aconteceu alguma coisa?

Vincent: Sim... - ele respirou fundo e ficou um pouco em silêncio, até tornar a falar - O Rody é meio-vampiro, ele é a criança que você salvou Rose.

Na mesma hora olhei para o garoto, ele havia crescido, tinha sobrevivido, ao saber dessa notícia, meu coração se sentiu mais leve e uma parte das preocupações que eu carreguei a minha vida inteira se foram. Não consegui de evitar, tive que me levantar e ir até ele para o abraçar, eu não conseguia me ver como uma salvadora, eu estava lá quando a mãe dele foi morta, e não fiz nada para ajuda, a vida é um constante karma, todos nós estamos sujeitos a ela, e eu fui mais uma vitima desse sistema.

Ou talvez eu merecesse isso, não era uma santa na época.

- Eu fico feliz que você tenha crescido tanto, fiquei com medo de que você não sobrevivesse ao tempo.

Rody: Eu realmente apenas sobrevivi, no fim todos estavam certos sobre mim, eu realmente era um traidor.

|Rody|

Descobrir que durante toda sua vida estiverem certos sobre você, te faz questionar se você se conhece realmente, eu tenho certeza que não, eu achava que sim, mas estava errado.

A verdade sobre mim é dura e vazia, eu realmente faço parte dos meio-vampiros e cresci como um lobisomem, tudo é questão de adaptação agora, essa é minha nova vida, e eu devo abraça-la.

Rose se afastou de mim e segurando meus ombros ela disse:

Rose: Bem vindo ao grupo, vocês dois fazem parte de nós agora, mais tarde quando anoitecer novamente eu os apresento e nós vamos sair daqui para ir em direção a Zurima, fica ao leste daqui.

Vincent: Certo, eu acho que ele precisa descansar, o Rody passou a noite em claro, ele dorme.

Rose: Certo, ele pode ficar naquele quarto que vocês se trocaram, descansem, vocês merecem.

Vincent e eu nos levantamos e fomos para o quarto, me deitei imediatamente na cama, enquanto o Vincent se sentou nela, não consegui dormir, muitos pensamentos me impediram de deitar a cabeça com tranquilidade, fui atormentado pelo fardo de ser quem eu sou.

A minha falta de sono perdurou por quase uma hora, até que senti uma movimentação na cama e então fui abraçado pelo Vincent, não foi preciso dizer nenhuma palavra, eu tinha essa permissão quando estava com o Vincent, éramos capazes de nos entender no silêncio, e isso me fazia ama-lo mais.

Muito mais.

Fim do Capítulo

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Fim do Capítulo...

Nota da autora: O capítulo foi pequeno porque era apenas para explicar a parte que faltava do passado do Rody.

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