Capítulo 15 - Passado do Vincent

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Começar pelo meus pais seria uma ótima ideia, e é por onde eu acho que a minha história fica mais bonita.

Meus pais se conheceram em uma reunião que acontecia há 300 anos atrás, quando a nossa raça vivia em paz e união, todos nos uniamos uma vez por ano para comemorar a vida, era uma parte importante que eu gostaria de ter participado - mas depois eu explico o porque não acontece mais - ambos se conheceram nessa festa, de acordo com a minha mãe, meu pai cheirava ao cheiro doce do amor, seus olhos de ressaca puxavam ela para si e era inevitável não querer falar com ele, era um homem de muitas qualidades.

O romance de uma noite, culminou em 10 longos anos de puro desenvolvimento amoroso, até que minha mãe foi pedida em namoro, e era comum que o pedido de namoro fosse tipo de comprometimento idêntico ao casamento, por isso não é necessário uma cerimônia igual aos humanos.

E nisso, se passaram mais alguns outros longos anos até que eu e minha irmã fossemos concebidos. E agora, de acordo com meu pai, nós éramos tão pequenos e frágeis, que ele tinha medo de nos segurar, o seu amor por nós dois se igualava ao sangue favorito dele, não saberia descrever se isso era bom ou prrigoso.

Conforme nós fomos crescendo, nossa mãe nos ensinava sobre coisas básicas como caçar e como lidar com nossas características peculiares, também nos era ensinados matérias importantes como matemática, biologia e literatura, admito que o que eu mais gostava de aprender era gastronomia, por mais que eu me alimentasse de sangue, a comida humana era um fascínio interessante, o jeito como os pratos tinham um cheiro e aparência deliciosa, me fazia sair bastante para o lado externo para ir em busca de ingredientes e inventar um prato novo apenas por diversão, e sempre com o apoio de minha mãe, que achava aquela minha brincadeira uma coisa engraçada.

Além disso, eu costumava passar bastante tempo com a minha irmã, Bok-Su, ela sempre brincava comigo e me contava curiosidades que ela havia descoberto sobre o mundo, porque até então, além do quintal, eu não ia para muito longe de casa por medo do mundo, quem gostava mais de sair era minha irmã, ela e nosso pai iam atrás de seres vivos para manter a nossa dieta de sangue fresco, e quando ela voltava sempre me falava de animais que ela viu e até os desenhava para mim.

Como em uma das vezes...

Eu estava no quintal de casa fazendo um boneco de neve, o inverno era uma época maravilhosa, porque era o único momento em que até de dia nós podíamos ficar do lado de fora, pois as nuvens cobriam os raios de sol que nos machucavam.

E enquanto eu brincava, Bok-Su correu até mim com um sorriso no rosto maior do que tudo, e pela sua expressão corporal era evidente que havia descoberto algo.

Bok-Su: Vince, você não acredita no que eu descobri!

- E você vai me contar?

Bok-Su: Eu e o papai encontramos aquele urso de pelúcia que a mamãe te deu, só que ele era muito maior! - ela ergueu os braços tentando demonstrar o quão grande ele era.

- E ele era bonzinho? - disse com meus olhos brilhando.

Bok-Su: Ele era fofinho, mas tentou pular em cima de mim para me dar um abração e o papai jogou ele contra a árvore e quebrou o pescoço dele, eu queria receber o abração do urso, mas o papai falou que ele não saberia me dar um abração.

- Quem sabe na próxima vez você não encontra outro e da um abraço bem forte nele.

Bok-Su: Sim - ela olhou para o meu boneco de neve e começou a me ajudar a fazer ele - tem que deixar a base mais bonitinha Vince, ou ele vai cair!

- Eu só estava tentando me distrair, a mamãe está procurando mais livros para ajudar nas aulas de literatura e biologia.

Bok-Su: Odeio literatura... prefiro Biologia, é muito mais legal estudar o corpo de todos os seres vivos do que ver esse tanto de letras e bla bla bla.

Pretty Blood • Rocent Dead PlateOnde histórias criam vida. Descubra agora