Prólogo

38 13 51
                                    

Não revisado ❗

Boa leitura


 

   Las Vegas estava em chamas naquela noite, uma verdadeira tempestade de emoções e adrenalina. A casa mais famosa de rodeio estava lotada, pulsando com a expectativa da grande final, onde um prêmio tentador de 100 mil dólares, cerca de 500 mil reais, chamava competidores de todas as partes. O lugar estava repleto de peões renomados e promissores, cada um com histórias de superação e desafios. A arena vibrava com a energia do público, que mal podia conter sua empolgação entre as luzes brilhantes que piscavam em um espetáculo de cores.

Um locutor carismático tomou a frente, sua voz ecoando no espaço.

  —Senhoras e senhores, bem-vindos à grande final do rodeio de Las Vegas!—  ele declarou, enquanto os espectadores rugiam em resposta.

   —Preparem-se para ver os melhores competidores do mundo! Primeiro a entrar, direto do Texas, um verdadeiro ícone da modalidade, cinco vezes campeão consecutivas… Luke Connor!— A multidão irrompeu em aplausos ensurdecedores, gritos e assobios, enquanto Luke, com seu chapéu de cowboy e um sorriso autoconfiante, atravessava a arena, com a sua marca registrada, a camisa azul. O locutor continuou.

   —Ele vem da cidade de Bandera e está aqui para manter seu título!

   Logo, foi a vez de Oliver ser apresentado.

  —E agora, o competidor mais recente entre todos, aquele que lutou com todas as suas forças para chegar até aqui, Oliver Valmont !—A multidão, ansiosa, observou enquanto Oliver entrava, com um chapéu preto, calças pretas de franja e sua camisa de rodeio vermelha, seu rosto refletindo tanto nervosismo quanto determinação. Ele era um novato, mas sua paixão era palpável, e as pessoas torciam por ele, sua força de vontade e motivo pessoal era quem o fazia deixar ali.
  Quando o rodeio finalmente começou, foi uma verdadeira montanha-russa de emoções. Os competidores se apresentaram um a um formando um círculo com todos virados pra plateia, formando uma foto magnífica. Alguns superando seus próprios recordes, outros enfrentando a dura realidade do esporte. O barulho das multidões se misturava ao som dos touros rugindo, enquanto alguns peões caíam, outros pulavam e corriam, tentando se afastar de animais selvagens e potentes. O touro escolhido daquela noite era especialmente violento e agressivo, e Oliver, ciente do perigo, decidiu colocar o capacete de proteção. Ele montou no touro, o batimento acelerado de seu coração ecoando em seus ouvidos, firmou a mão a corda, enquanto o touro de batia contra o ferro.
   As vozes do público ecoavam ao seu redor, preocupadas e animadas.

—Vai, Oliver! Você consegue!—Gritava a irmã de Oliver.

   Mas o tempo parecia desacelerar, a porteira  foi aberta. Quando o touro começou a se contorcer, e em questão de segundos, Oliver foi lançado ao chão. O impacto foi brutal, e a cena se desenrolou em câmera lenta: seu corpo colidindo com a terra, a cabeça batendo com força, os olhares horrorizados da plateia, a poeira subindo.Ele não conseguiu se manter em cima do touro nem por cinco minutos, e logo estava desacordado, enquanto o touro, em um acesso de fúria, pisoteava em sua volta.
   O caos se instalou. O público começou a gritar, e a família de Oliver, sentada nas arquibancadas, ficou em pânico, as vozes se misturando em um coro de preocupação. Luke, assistindo tudo de perto, sentiu seu coração disparar. A adrenalina o empurrou para a frente, e apesar de sua equipe e dos seus pais tentarem segurá-lo, ele pulou a cerca sem pensar duas vezes. Jogou o chapéu longe e correu em direção a Oliver, que estava inconsciente. O instinto de proteção tomou conta dele.
   Luke se jogou sobre Oliver em meio a poeira, colocando seu próprio corpo entre o touro e o garoto, envolvendo a cabeça de Oliver com seus braços, tentando protegê-lo. Um coice do touro atingiu seu lado, mas a adrenalina o impediu de sentir a dor naquele momento. Finalmente, a segurança conseguiu conter o animal, mas o estrago já estava feito. A ambulância foi chamada, e a cena chocante deixou todos em estado de alerta.
   Enquanto isso, no hospital, Oliver passava por uma cirurgia que durou cerca de cinco horas. A sala estava cheia de tensão, e a família, preocupada, gastou cada centavo que tinha. A fazenda que sustentava suas vidas estava à beira da falência, e Oliver sentia o peso da culpa sobre seus ombros. Ele não poderia mais montar em touros, e essa ideia o consumia.
   Do outro lado, Luke foi declarado o grande vencedor do torneio, marcando um novo recorde de 9 minutos em sua apresentação. No entanto, a alegria da vitória foi ofuscada pela preocupação com Oliver. Assim que a competição terminou, ele voltou para o Texas, ainda absorvendo o que havia acontecido.
   Ao chegar, Luke decidiu visitar a família de Oliver. Quando chegou à casa, encontrou-a vazia, uma sensação de solidão pairando no ar. O coração apertado, ele começou a procurar por hospitais, até finalmente achar onde Oliver estava. Ao entrar no quarto, a visão de Oliver, com uma expressão de dor e fragilidade, o atingiu como um soco no estômago. A mãe de Oliver, com os olhos vermelhos e inchados, o convidou a entrar.
   O hospital era um lugar frio, iluminado por luzes brancas e frias. O cheiro de desinfetante pairava no ar, misturado ao som distante de monitores e conversas de enfermeiros. Luke sentou-se ao lado de Oliver, que estava pálido e desacordado. A mãe de Oliver, em um misto de gratidão e tristeza, conversou com Luke, compartilhando histórias sobre as lutas e os sonhos do filho, como um tipo de esperança que o filho ficasse bem. Luke escutava, sua mente dividida entre a vitória e a angústia de saber que o rapaz estava em uma situação tão delicada.
    Enquanto isso, Oliver estava em um estado de recuperação, cercado por tubos e máquinas, sua mente vagando entre os sonhos e a dolorosa realidade que agora enfrentava. A culpa e a dor o acompanhavam, e a pressão de sua própria ambição o sufocava. Luke, mesmo em meio à sua celebração, não conseguia afastar a imagem de Oliver da sua mente, uma lembrança que se tornaria uma parte indelével de sua jornada.

    Oliver estava no celeiro, cercado pelo cheiro de feno e madeira envelhecida, um ambiente que costumava trazer-lhe alegria. O acidente, acontecido há oito meses, ainda pesava sobre ele, não apenas em suas memórias, mas também em seu corpo. Mancava de uma forma quase imperceptível, mas as dores persistiam, como um lembrete constante do que havia perdido. Contudo, ele não se deixava abater, encontrando satisfação nas pequenas tarefas do dia a dia. Ajudava seus pais com dedicação, enquanto sua irmã tentava equilibrar suas próprias ambições com a necessidade de apoiar a família.
   Longe dali, Luke se ocupava das fazendas, sempre com um ar de confiança que o tornava o "famozinho" da cidade de Bandera, no Texas. Ele se esforçava para cuidar dos funcionários e dos animais, embora, quando se tratava de dar banho nos cavalos, sua falta de experiência se tornasse evidente. Tentava fazer do seu jeito, mesmo que isso significasse mais bagunça do que eficiência. A vida seguia em um ritmo familiar, mesmo com os desafios que cada um enfrentava, e, enquanto Oliver se concentrava em pequenas tarefas, Luke buscava a forma de brilhar em sua própria história.
   Luke tinha um problema interno maior do que cuidar de cavalos, mas isso seria história para outro dia.

   Luke tinha um problema interno maior do que cuidar de cavalos, mas isso seria história para outro dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não esqueça seu voto 😼

NOITE DE RODEIO - farm romance Onde histórias criam vida. Descubra agora