O fim da escuridão

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A escuridão finalmente começava a se dissipar sobre a vida de Mendrake, mas as sombras de seu passado ainda o cercavam. Enquanto ele se recuperava ao lado dos amigos, a sensação de que algo grande estava por vir era inescapável. Sabia que a batalha com sua família estava longe de acabar, mas dessa vez, ele não estava sozinho.

Naquele dia, May, sempre observadora, sentiu algo diferente no ar. Uma presença, uma mudança na energia. Ela sabia que o confronto final estava próximo, e o papel dela estava prestes a se revelar.

— Mendrake, precisamos falar sobre sua família — disse Pedrux, rompendo o silêncio que havia se instalado na sala. — Não podemos simplesmente esperar que eles ataquem de novo. Temos que agir.

Mendrake olhou para o chão, sua mente mergulhada em memórias terríveis. A crueldade de seu pai, os experimentos de Feuripe... ele sabia que a única maneira de se libertar de verdade seria enfrentá-los.

— Pedrux tem razão — interveio Nait, sua voz firme. — A cada segundo que esperamos, eles ficam mais fortes.

May se levantou de onde estava sentada, com uma expressão séria e decidida.

— Acho que está na hora de vocês saberem de algo — ela disse, atraindo os olhares curiosos de todos. — Não sou quem vocês pensam que sou.

— O que você quer dizer com isso, May? — perguntou Ameizim, confuso.

May sorriu, mas não era o sorriso de sempre. Era um sorriso cheio de poder, de verdade. De repente, uma aura suave começou a envolvê-la, como se ela estivesse prestes a revelar algo grandioso.

— Sou a deusa do amor. Minha missão aqui sempre foi proteger vocês e, acima de tudo, unir vocês dois — disse ela, apontando para Mendrake e Pedrux.

Mendrake piscou, incrédulo, enquanto Pedrux olhava para May com os olhos arregalados.

— O que... como assim? — Pedrux gaguejou.

— Eu vim ao mundo mortal para garantir que duas almas tão diferentes, mas tão conectadas, se unissem. Vocês dois estão destinados a ficar juntos — explicou May com um olhar carinhoso. — Mas antes que isso possa acontecer, a escuridão precisa ser eliminada.

— A minha família — murmurou Mendrake.

— Exatamente — disse May. — Vocês precisam enfrentar o pai de Mendrake e Feuripe de uma vez por todas. Só assim vocês serão livres.

O silêncio que se seguiu foi interrompido por Nait.

— E como fazemos isso?

May olhou para ele, seu sorriso se tornando sombrio.

— Vamos destruí-los.

A lua estava alta no céu quando o grupo chegou à antiga mansão onde o pai de Mendrake e Feuripe se escondiam. O ar ao redor do local era pesado, quase sufocante, como se a própria atmosfera estivesse impregnada de magia negra.

— Eles estão aqui — disse Mendrake, sentindo a familiar energia sombria no ar.

— Então vamos acabar com isso de uma vez por todas — disse Pedrux, segurando firme a mão de Mendrake, transmitindo força e coragem.

Com uma troca de olhares decidida entre todos, eles avançaram em direção à mansão. Ao entrarem, foram recebidos por um silêncio mortal, quebrado apenas pelo som distante de passos vindos do andar de cima.

— Estávamos esperando por vocês — disse a voz profunda e fria do pai de Mendrake, ecoando pelo salão. Ele apareceu no topo da escadaria, seguido de perto por Feuripe, que exibia um sorriso malicioso.

— Achei que tinha te ensinado a nunca voltar — zombou Feuripe, olhando diretamente para Mendrake.

Mendrake respirou fundo, sentindo o peso do passado em suas costas, mas dessa vez, algo era diferente. Ele tinha seus amigos ao seu lado. Ele tinha Pedrux.

— Isso termina hoje — disse Mendrake, sua voz firme e cheia de determinação.

O pai de Mendrake soltou uma risada baixa e sinistra.

— Oh, termina sim, meu filho. Mas não da maneira que você espera.

Antes que qualquer um pudesse reagir, Feuripe levantou as mãos, invocando uma magia negra poderosa que fez o chão tremer. Pedrux e os outros recuaram, enquanto Mendrake sentia a energia pulsar ao seu redor.

Mas, antes que Feuripe pudesse lançar qualquer ataque, uma luz brilhante envolveu o grupo. Era May. Seu poder como deusa do amor estava finalmente se revelando por completo.

— Você não vai machucá-los mais — declarou ela, sua voz cheia de autoridade divina.

Feuripe recuou, surpreso com a força que emanava de May. Mas o pai de Mendrake não se intimidou.

— Você pode ser uma deusa, mas isso não muda nada. Somos a escuridão, e você não pode nos deter.

— Não sou eu quem vai detê-los — disse May, olhando para Mendrake e Pedrux. — São eles.

Mendrake e Pedrux trocaram um olhar, e algo dentro deles clicou. Com um grito de guerra, eles avançaram juntos, lado a lado. O poder da união deles parecia amplificar tudo ao redor. Feuripe tentou resistir, mas a magia de Pedrux, impulsionada pelo amor que sentia por Mendrake, foi mais forte. Um feixe de luz explodiu de suas mãos, atingindo Feuripe em cheio e o jogando contra a parede.

O pai de Mendrake, enfurecido, tentou lançar um feitiço mortal, mas antes que ele pudesse completá-lo, Mendrake o interrompeu, atacando com todo o seu poder reprimido. A energia negra do pai foi absorvida pela força de Mendrake, e com um último grito, ele caiu no chão, derrotado.

Feuripe, agora enfraquecido, olhou para o irmão com ódio nos olhos, mas sabia que estava acabado.

— Isso... ainda não acabou — sussurrou ele, antes de desaparecer nas sombras.

Mas todos sabiam que era o fim. A escuridão que havia atormentado Mendrake por tanto tempo havia sido derrotada.

Mendrake caiu de joelhos, exausto, mas aliviado. Pedrux se ajoelhou ao lado dele, segurando sua mão.

— Acabou — disse Pedrux, sua voz suave.

— Sim — murmurou Mendrake. — Acabou.

Mas, enquanto eles se recuperavam da batalha, May observava de longe, sabendo que sua missão ainda não estava completa. O que viria a seguir era ainda mais importante.

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