18. Material escolar no shopping.

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  Eleanor estava em seu escritório, concentrada em resolver a questão dos estudos de Sol. Na mansão tinham dois mas ela é Rebeca estavam passando muito mais tempo no escritório que fica ao lado da sala. Enquanto bebia um gole de café, as portas de correr foram abertas bruscamente a fazendo derrubar um pouco de café na mesa.

  Antes que pudesse reagir uma pequena espoleta entrou e praticamente se jogou em seus braços. A mãe mais velha abraçou a pequena e lhe deu beijinhos no nariz, logo começando a explicar sobre as portas.

—"Sol, não se abre porta com toda essa força. Olha lá, você poderia se machucar. Na próxima vez você dá batidinhas e abre devagar, certo, sunshine?"

—"Certo!" — sorriu, mas logo sua atenção foi focada na tela do computador. —"Mama, o que você tá fazendo?"

—"Ah são as coisinhas pros seus estudos. Já resolvi quase tudo, só estou esperando a preguiça ir embora pra sair com você e sua mamãe. Precisamos comprar seu material escolar."

—"Eba! Vai demorar pra preguiça ir embora? Tafé ajuda, viu mama."

   Eleanor riu e levantou com a filha no colo, aproveitando pra ajustar sua roupinha. Ao fechar a porta já do lado de fora do escritório, ela ensinou a Sol o jeito certo de abrir aquela porta, a pequena aprendeu rápido, mas Eleonor sabia que ainda poderiam ter alguns baques naquelas portas claras.

  As duas seguiram de mãos dadas até Rebeca, que estava na cozinha organizando livros de receita junto com Carla, a babá oficial da Sol. Ambas se viraram e sorriram, Carla já teve que segurar uma baixinha manhosa e sussurrou baixinho:

—"Posso saber onde minha princesinha, estava? Eu senti saudades..."

—"Eu fui ver a mama lá na sala dela, é grandão e ela divide com a mamãe Beca."

—"Hm que legal, princesinha. Olha, eu estava com sua mamãe arrumando os livros, ficaram bem fofos né?"

—"Xim, a mamãe Beca arrasa e agora você também!"

  Enquanto as duas conversavam, Rebeca e Eleonor olhavam bobas com aquelas fofuras, a mãe mais velha aproveitou e contou a Rebeca sobre terem que ir ao shopping. As duas tinham certeza de que Sol iria querer mil coisas, mas seria mais legal se ela escolhesse seu material.

  As mamães se olharam com sorrisos calmos uma última vez antes de se dirigirem a Carla.

—"Carla, eu e a Rebeca vamos com a Sol comprar material escolar."

—"Que legal, vão precisar que eu arrume a bolsa dela?" — após um aceno positivo a babá subiu as escadas indo arrumar as coisinhas da pequena Sol.

  Sol que foi retirada do colo, imediatamente fez um biquinho manhoso, estendendo os braços pras suas mamães enquanto se aproximava. Rebeca não aguentou e a puxou pro colo, já notando algo diferente, uma marquinha vermelha no braço da filha, mas suspirou aliviada ao perceber que era só uma picada de mosquito que a Sol tinha coçado.

  Assim que Carla trouxe a bolsa, a família Bittencourt foi pro estacionamento, entrando em um dos carros da coleção que Eleonor tatuaria nas costas de tanto que amava. A mãe mais velha foi dirigindo, com Rebeca ao seu lado e Sol no banco de trás. As estradas não estavam em pico, foi bem mais calmo do que esperavam mas o GPS estava ali sendo um grande amigo pra elas.

  Em quase trinta minutos Eleonor parou no estacionamento, e desceu com Rebeca. Quando pegaram sua pequena perceberam que ela estava bem molinha, Rebeca se assustou e colocou as costas da mão no pescoço da filha, por sorte sem febre.

—"Mamãe calma... eu só fiquei com soninho" — riu fazendo Rebeca mordiscar suas bochechas enquanto entravam no lugar.

  A primeira coisa que fizeram foi pedir informação, depois foram direto pra papelaria. Cada corredor ela um "uau" diferente vindo de Sol. Ela se encantou com tudo, até com o que não precisava. Sol estava no nono ano, que já era o "ensino médio". Ela iria fazer alguns testes para que as mamães realmente soubessem que ela estava na série certa.

  Quando foi colocada no chão, Sol deu as mãos pras mamães e só pegava o que as duas permitiam, sem birras ou questionamentos. Eleanor estava surpresa pois esperava birras e muito choro, Rebeca também, mas sorriram calmas aproveitando aquele momento.

[...]

—"Mamãe, olha! Mochila de borboleta."

—"Você não precisa de mochila, filha. Vai ter tudo o que precisa na escrivaninha."

—"Pufavô mamãe... eu tô tão comportadinha..."

  Sol começou a brincar com a barrinha da blusa da mãe mais nova e Eleonor se aproximou rindo, já abraçando a menor. Ela não via problemas em comprar a mochila, então olhou pra Rebeca, que vendo as carinha acabou não recusando. A lista não era tão grande, só as coisas de estojo como lápis, canetas, marca texto... depois vinham as apostilas e cadernos.

  Foram quatro horas no shopping, caminharam por todo o canto e além do material escolar tinham brinquedos, saltos, até fantasia de bailarina tinha ali.

—"Amor... somos consumistas" — brincou Eleonor e ganhou um peteleco.

—"Só foi o necessário, mas agora tá na hora de irmos, já são duas da tarde."

—"Vamos, e dessa vez você vai dirigir."

—"Misericórdia, mama... a mamãe no volante?"

  Quando as mais velhas ouviram o que Sol disse e ainda mais com carinha preocupada, não conseguiram conter o riso. Após darem as mãos saíram pelos grandes corredores e finalmente passaram pela saída. No carro Eleonor estava ocupada colocando as coisas na mala mas começou a ouvir resmungos que conhecia bem. Assim que guardou tudo se aproximou do banco de trás ainda de pé, vendo S/n estressada com o cinto.

—"Amor ela acha que pode ir sem."

—"Sol, escuta suas mamães. O cinto de segurança é importante, ele nos mantém seguros nos veículos. Pode parar de tirar?" — Eleonor tentou ser firme e gentil.

—"Nananão! Não..." — um bico surgiu nos lábios da bebê e Rebeca apertou suas bochechas.

—"Amorzinho a gente precisa ir pra casa. Eu vou com você aqui atrás, melhor assim?"

  Sol ficou quieta, seus olhinhos percorriam seus próprios tênis enquanto ela pensava. Era uma decisão difícil pra ela, até que finalmente sorriu. Infelizmente a estrada não estava tão calma quanto na ida, mas nada que Eleonor não pudesse lidar. Assim que estacionou teve que levar sua pequena adormecida nos braços enquanto Rebeca lutou bravamente com as sacolas, mas desistiu na segunda tentativa de levar tudo sozinha.

  Ao deixar as coisas na mesa precisaram de alguns minutos largadas no sofá. Eleonor estava deitada sobre o peito da esposa enquanto recebia um carinho atrás da orelha.

—"Sol é manhosinha, como você..." — Rebeca sussurrou com voz leve e baixa.

—"Falou a durona... perdeu pra sacolas, amor..." — provocou também em sussurros.

  A marra de Eleonor durou até Rebeca a olhar com o cenho franzido. A mais nova era como manteiga e ficou emburrada pela brincadeira, só voltando ao normal com vários beijos nas bochechas. Era um momento de relaxar e passar tempo juntas, elas ligaram a TV, adormecendo no segundo filme da tarde.

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