Não importa quanto tempo leve… Deus sempre vai ser bom… O tempo todo!
Foi a frase que a mulher da rádio citou, antes que eu saísse do meu carro.
Caminho rapidamente devido a garoa que cairá do céu.
— Bom dia, Jessie! — A recepcionistas me cumprimenta assim que adentro a porta da clínica que ecoa um barulho por causa do pequeno sino.
— Olá senhora Philips! — retruco sorridente.
Um homem que estava sentado em uma das cadeiras se levanta, vindo até mim com seu cachorro.
— Bom dia, doutora — pronuncia.
— Bom dia, querido! — Sorrio, fazendo carinho em seu animal. — O que nosso amiguinho tem?
— Os exames, doutora — expõe.
— Ah, claro! — Me afasto, ainda com um sorriso estampado na face. — Me siga!
Por mais que algumas pessoas não estejam satisfeitas com seus empregos, me sinto feliz no meu. Eu segui meu sonho, isso é motivo de alegria!
Percorremos pelo corredor, e então abro a porta da minha sala.
— Pode colocá-lo na maca — declamo. — Vou examiná-lo e logo entrego os resultados.
•
O horário do almoço pode ser considerado um horário especial. O horário mais aguardado do dia.
Sento-me em uma das mesas vazias do refeitório, juntamente com a minha comida.
— Acho que ela ainda não sabe… — Ouço um cochicho vindo atrás de mim.
Olho para trás, me deparando com duas mulheres olhando para mim, com sorrisinhos em seus rostos.
Por céus! Essas garotas já tem idade suficiente para coisas de adolescentes!
— Talvez seja uma surpresa! — Sua amiga retruca, me encarando.
Reviro os olhos, capturando um tomate da minha salada com meu garfo.
— Oi, Jessie! — Lucy se senta na mesma mesa que estou.
— Olá, Lucy.
— Você deve estar ansiosa; bem... Acho que todos estão.
— Ansiosa para o quê exatamente?
Vejo sua expressão mudar completamente.
— Você ainda não sabe? — questiona.
— Sabe do quê? — Arqueio minhas sobrancelhas, confusa.
— Desculpa, Jessie... Tenho que ir.
Ela se levanta, levando sua marmita junto.
Parece que hoje todos tomaram algo que não fez bem para a cabecinha deles.
— Parabéns, Jessie! — Uma mulher passa em minha frente, me parabenizando.
— Parabéns pelo quê? — inquiro.
Não recebo uma resposta, provavelmente a individua não me ouviu.
Ótimo! Estão todos estranhos, sem um único motivo plausível.
Meu telefone começa a tocar, revelando seu toque engraçado que uma adolescente de quinze anos colocaria, e que agora a mesma não faz ideia de como mudá-lo.
Tenho que admitir que naquela época era uma coisa bem interessante... Divertida talvez.
Saco o aparelho do bolso do meu jaleco, vendo o nome da minha irmã gravado na tela.
— Jessie? — Ouço sua voz no outro lado da linha.
— A mesma! — respondo.
Ouço sua risadinha.
— Tenho algo de alta importância para te contar! — revela.
— Não me faça ter um treco, Jessica. — peço em um tom irônico.
— Sou uma irmã maravilhosa ao ponto de saber que você não aguentaria esperar devido a ansiedade. — Pausa. — E você deve me conhecer o suficiente para saber que não aguento aguardar por algo.
Respiro eufórica.
— Diga logo!
— Estou noiva de Henry!
— O quê? — brado surpresa, ficando boquiaberta.
Todos da cantina me olham apavorados.
Olho ao redor, ficando envergonhada por todos os olhares estarem direcionados a mim.
— Ok! Isso é definitivamente ótimo! — digo, me retirando do local. — Mas por sua causa acabei de gritar na cantina do meu trabalho.
— Pelo menos estou noiva! — reafirma positivamente.
— Pelo menos uma de nós está noiva! — repito. — Uma de nós está noiva? — Franzo o cenho.
Uma de nós está noiva!
Não havia pensado por esse lado, e acredito que Jéssica também não.
— Menos uma soldada... Ok... Talvez isso seja terrível? — ironizei.
— Vocês logo saberão lidar sem mim!
— Jessica... Uma de nós está noiva! Menos uma soldada! Onde está a parte que aprendemos a nos lidar sem você?
— Fique bem, Jessie! — enuncia, desligando a chamada em seguida.
Ok. Menos uma para o time. Acho que consigo lidar com isso.
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Os Irmãos Dos Noivos
RomanceJessie é uma solteirona de vinte e oito anos, quando sua irmã gêmea aceita o tão esperado pedido de casamento. Com a melancolia de quem vai perder mais uma soldada do seu rebanho, Jessie decide tentar seguir sua vida solitária. Mas como um clichê...