Capítulo 23

7 2 2
                                    

Henry está sendo bastante paciente enquanto me espera… Admiro isso, até porque, ficar quase duas horas sentado em um sofá é para poucos.

Como alguém pode marcar um horário específico e ser pontual? Como alguém consegue ser pontual?

Mesmo que ainda esteja me questionando sobre como pessoas podem ser pontuais, também estou me queixando sobre o que aconteceu ontem.

Eu o amo?

— Já foram quatro! — gritou o homem do andar debaixo.

— Estou ganhando! — bradei de volta.

A senhora Philips já ligou quatro vezes após a ligação na qual falamos que já estávamos indo – eu nem havia me arrumado ainda –.

Desci as escadas apressadamente.

— Como estou? — questionei, dando uma giradinha.

— Belíssima! — afirmou, me olhando de forma apaixonada.

Sorrio, revirando os olhos.

— Se você diz...

Seus olhos brilhantes ainda estão vidrados em mim.

— O que está esperando? Levante-se! Estamos atrasados! — apresso-o.

— Está bem, senhora capitã! — Vejo-o se levantar, percorrendo até o hall da casa e abrindo a porta.

— Vocês demoraram! O que houve? — indagou a mulher, após abrir a porta.

— Os floriculturistas foram colher as flores — ironizei.

— Mais uma de suas piadinhas que não entendo. — Sorriu sem jeito.

Corei.

— Trouxe especialmente para a senhora! — disse Henry, quebrando o clima.

A senhora apanhou o buquê, analisando-o gratificada.

— São lindas! — exclamou encantada.

— Que bom que gostou! — Sorriu.

A mulher ficou por mais um tempo observando as flores até agarrar as bochechas de Miller.

— Você é um fofo! — clamou, apertando-o até suas bochechas ficarem vermelhas.

— Obrigado! — agradeceu, passando sua mão pelo seu rosto após a individua se afastar.

— Vamos! Entrem! — ordenou, abrindo mais a sua porta.

A inquilina nos guiou até o jardim dos fundos, onde havia uma grande mesa cheia de comidas esperando por nós.

— Amora! — bradei, vendo a filhote correr até mim.

A animal se deitou sobre meus pés, ficando em uma posição para que eu fizesse carinho.

— Fiquei com saudades de você! — Minha voz se afinou enquanto eu acariciava-a.

A senhora Philips riu.

— Parece que ela se apegou — murmurou.

— Não sei o que fazer quando chegar a hora de entregá-la para os donos — enunciou o rapaz.

— Compre um filhote para ela! — opinou.

Me voltei a eles.

— Ainda estou escutando a conversa, ok? — interpelei de forma sarcástica.

— Que bom! Já é um sinal para você pensar nos nomes! — contestou a senhora.

— Henry! A senhora Philips quer que a gente tenha filhos! — afirmei, distorcendo suas palavras.

Os Irmãos Dos NoivosOnde histórias criam vida. Descubra agora