Capítulo 6

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— Jessie? — Ouço a voz da senhora Philips ecoar pela sala.

— Sim? — questiono, sem tirar os olhos da papelada em minha frente.

— Tem uma pessoa querendo falar com você — revela. — Um rapaz.

— Pode deixar entrar. — Libero.

— Ok — diz abrindo a porta por completo.

Um perfume masculino se exala.

— Jessie? — Escuto a voz de Cris, fazendo com que eu levante minha cabeça em sua direção.

— O que está fazendo aqui? — interpelo.

— Vim te pedir desculpas — expôs. — Não devia ter agido daquele jeito.

Sorrio ironicamente.

— Quero que entenda o meu lado... Eu gosto de você! Gosto muito de você! Imagina como eu me senti vendo você entrar pela porta dos fundos com outro cara! — pausou. — Imagina se fosse eu no seu lugar, entrando pelos fundos com outra mulher.

Um silêncio se estabelece por alguns segundos.

— Terminou com o discurso, Coitadinho da Silva? — ironizo, cruzando os braços.

— Jessie...

Levanto-me da minha cadeira.

— Não foi legal o que você fez.

— Não foi legal o que eu vi.

Inspiro, pousando meus olhos sobre os seus. O silêncio tomava conta do espaço cada vez mais.

— Dane-se! — Cris caminha em minha direção, puxando-me para um beijo.

Me afasto dele.

— O jantar ainda está de pé? — questiona.

Sorrio revirando os olhos.

— Nunca disse que estaria.

Seu sorriso se alarga.

— Vou te levar para casa — diz, passando os braços sobre os meus ombros.

— Te pego ás nove! — bradou o homem ainda dentro do carro.

Caminho até a porta da frente da minha casa, com os braços cruzados e um sorrisinho no rosto.

Paro em frente a porta, vendo-o ir embora. Instantes depois o meu carro para em frente à minha residência.

Henry desce do automóvel enquanto eu começo a percorrer em sua direção.

— Obrigada! — Agradeço assim que paro em sua frente. — Sério! Muito obrigada mesmo!

O sujeito me entrega a chave, sem dizer nada.

— Sua irmã me mataria se eu deixasse seu carro lá — revela. — Agora pode chamar um táxi para mim? — pede. — Não faço ideia de como chamar um táxi aqui.

Sorrio.

— Está bem. — Saco meu celular da bolsa.

Por mais que eu estivesse convencida de que não iria ao encontro, Jessica me fez cogitar ir.

Estou sentada no sofá de casa, com as pernas cruzadas e olhando para um lugar aleatório, refletindo se ir para esse "encontro" realmente é uma boa ideia.

A buzina do carro quebra toda a minha concentração, fazendo com que eu me levante e apanhe minha bolsa. Caminho em direção à porta, percorrendo pelo hall e em seguida abrindo-a.

Os Irmãos Dos NoivosOnde histórias criam vida. Descubra agora