Capítulo 9 - FIM

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O silêncio pesado na casa de Nigel foi quebrado pelo som de seu telefone tocando. Ela estava de pé, a respiração ainda ofegante, seu coração acelerado pelo turbilhão de emoções que a consumia. Seus olhos, ainda brilhando de lágrimas, estavam fixos em Nigel, que estava ocupado no telefone, tentando descobrir o paradeiro de Andrea.

- Por favor, diga que ela está em casa. - Miranda murmurou para si mesma, agarrada à esperança de que Andrea ainda estivesse em segurança e em casa, longe da tentação oferecida por Julianne.

Nigel, compreendendo a urgência, fez a ligação rapidamente. Enquanto esperava a resposta, Miranda estava impaciente, seus dedos tamborilando na mesa, uma demonstração visível de sua ansiedade. Finalmente, Nigel desligou, com um alívio visível no rosto.

- A Six está em casa, Miranda.

Miranda não precisou de mais nenhuma confirmação. Sem pensar duas vezes, ela agarrou as chaves do carro de Nigel, suas mãos tremendo de nervosismo.

- Obrigado, Nigel. - ela murmurou, sem parar para ouvir uma resposta. Com um movimento brusco, ela se dirigiu para a porta.

A chuva estava caindo forte quando Miranda saiu, mas isso não a impediu. Ela se enfiou no carro, ligou o motor e disparou pelas ruas, ignorando completamente os sinais vermelhos e violando diversas leis de trânsito. O medo de perder Andrea e a urgência de confessar seus sentimentos a faziam acelerar como nunca antes.

Ao chegar ao prédio de Andrea, Miranda estacionou de qualquer jeito, sem se importar com a forma como o carro ficou, ou se estava atrapalhando outros veículos. O vestido caríssimo, agora encharcado pela chuva, grudava em seu corpo, e a maquiagem estava borrada pelo tempo úmido. Ela não se importava com nada disso. Só precisava ver Andrea, agora, sem mais demora.

Ela correu para a entrada do prédio, a chuva torrencial não a detendo. Com as mãos tremendo, ela apertou o interfone repetidamente, pressionando o botão sem parar, ansiosa e impaciente. O som incessante parecia não ter fim, um reflexo de sua desesperada necessidade de ter Andrea de volta a seus braços.

Após o que pareceu uma eternidade, a voz de Andrea, ainda um pouco sonolenta, finalmente soou do outro lado do interfone.

- Quem é?

O coração de Miranda pulou de alívio ao ouvir a voz de Andrea, mas sua impaciência estava longe de ser controlada.

- Sou eu, Miranda. Por favor, me deixe entrar.

Andrea, surpresa ao ouvir a voz de Miranda, estava de toalha, o cabelo ainda úmido e enrolado em um turbante improvisado. Ela havia acabado de tomar um banho, tentando relaxar após uma noite tumultuada. A visão de Miranda, com o vestido molhado e a voz cheia de urgência, a deixou atônita.

Com um movimento apressado, Andrea desceu as escadas, a toalha enrolada ao redor de seu corpo. Ela abriu a porta, o olhar de surpresa e confusão refletido em seu rosto.

- Miranda? O que você está fazendo aqui, e... por que está toda molhada?

Miranda não esperou por mais explicações. Com um olhar de dor e determinação, ela se aproximou de Andrea, sua voz tremendo de emoção.

- Andrea, eu... eu precisava te ver. Preciso te falar. Estou desesperada para que você me ouça.

Andrea observou o estado de Miranda, seu coração se apertando com a cena. Ela deixou a porta aberta, e sem uma palavra, fez um gesto para que Miranda entrasse. A jovem ainda estava chocada, mas a intensidade e a sinceridade nos olhos de Miranda a faziam hesitar, sabendo que algo profundamente importante estava prestes a ser revelado.

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