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Quando voltamos para o ambiente, subi as escadas sem falar com ninguém, queria apenas dormir. Tateando os meus bolsos da calça a procura da minha chave, vejo ela ser estendida bem na minha frente e ao me virar, aquele homem enorme esta me encarando com diversão em seus lábios.

— Idiota — Reviro os olhos tomando da sua mão e abrindo a porta imediatamente para não ter que lidar com ele.

No entanto, não existe sossego na minha vida e o mesmo rapidamente coloca seu corpo impedindo que eu a feche. Me viro indo em direção a minha cama e me jogo de cara contra o colchão. Eu não quero olhar para a cara dele, não mesmo, me sinto tão cansada dessa guerra fria que andando enfrentando.

— Vai continuar me ignorando? Sério mesmo? Não consegue agir igual uma mulher adulta e conversar comigo?

— Não, não consigo, para lidar com você eu preciso ser uma adolescente — Minha voz saiu abafada por conta do colchão e apesar de estar na cara que eu não o quero por perto, sinto o mesmo se sentar ao meu lado depois de ter fechado a porta — Vai embora, quero dormir.

— Não antes da gente conversar.

— Do que adianta? — Levantei um pouco meu rosto para encará-lo — Vamos conversar, vou te perdoar e amanhã irá voltar a fazer a primeira babaquice que estiver em sua mente. Ou melhor, não precisa ser amanhã, você faz isso em segundos assim que sair do meu quarto.

— Podemos dar uma trégua.

— Porque esta tão disposto assim a ficar de boa comigo?

Nem Toji estava entendendo seus pensamentos. Ele apenas não queria se sentir invisível para ela, estava se sentindo incomodado com o desprezo e por mais que tivesse aproveitado bem da sua vingança, entendia perfeitamente o quão infantil e babaca ele havia sido.

Não queria que ela o odiasse e isso era tão difícil pois eles viviam brigando desde o primeiro dia. Brigas por coisas mínimas. Era impossível não estarem se xingando, com exceção quando se pegaram.

Droga, Toji queria novamente beija-la pois esse seu jeito bravinha e respondona o deixava de joelhos por ela. Balançou a cabeça negativamente e olhou por cima do ombro, ela ainda o observava.

— Porque é um saco trabalhar tendo você me olhando de cara feia a cada segundo.

— Mentiroso — Virou-se para o moreno e ele fez uma careta de desgosto — Porque você não pode jogar limpo uma vez na sua vida? Qual o seu problema? Na verdade, porque você é tão problemático?

— Eu sou o problemático? Você bebe descontroladamente pronta para ter um coma alcoólico e eu sou o problemático? Não consegue nem ao menos lidar com os problemas da sua vida sem parecer uma criança mimada que a todo instante foge.

— Olha só... — Ela soltou uma risada e sentou-se ao lado dele — Pelo jeito o lado bonzinho finalmente foi arrancado e você voltou a ser um estúpido.

— Eu não sou estúpido por dizer a verdade na sua cara — Soltou um suspiro pesado — Ou vai me dizer que estava bebendo por diversão? Isso não parece a sua cara.

— Isso não é da sua conta — Mordi meus lábios no momento que o mesmo tocou na minha ferida e fez meu corpo estremecer.

Doeu, claro que doeu. Cada um tem sua forma de lidar com a dor e a minha é através do álcool, ou até ele passar e novamente eu precisar encontrar outra forma de aliviar. Era ruim não ter uma válvula de escape como amigas para sair ou uma família que te conforta.

Alguns segundos se passaram e nenhum de nós deixou o orgulho de lado. Toji se levantou e meu olhar percorreu suas enormes costas. A quem eu quero enganar? tão óbvio quanto um mais um. Não é paixão, amor... Mas é algo que sim, eu estou sentindo por ele.

𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐌𝐄𝐄𝐓 𝐆𝐀𝐒𝐎𝐋𝐈𝐍𝐄 | 𝐓𝐎𝐉𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora