Era segunda-feira de manhã, o dia estava tranquilo e eu estava acomodada na minha cadeira, completamente entediada e mexendo no meu celular. Teria continuado dessa forma até o final do meu expediente se o meu chefe não estivesse se aproximado de mim com um homem o dobro do meu tamanho e completamente assustador ao lado. Ambos pararam em frente a minha mesa, o mais velho limpou a garganta atraindo meu olhar um pouco assustada e me endireitando na cadeira.
— S/n, você poderia por gentileza entregar a chave daquele quarto reserva ao final do corredor?
— O quarto vazio ao lado do meu? — Arqueio a sobrancelha passando meu olhar para o homem que não me foi apresentado e me encarava como uma presa. Perigoso e atraente, do jeito que eu gosto.
— Esse mesmo — Deu um sorriso largo que eu diria até mesmo receoso — Ah, apresento o seu mais novo colega de trabalho, Toji Zenin.
Meu rosto enrubesceu, não esperava por isso. Vejo o maior revirar os olhos e pedir para que não diga o seu sobrenome as pessoas em voz alta, meu chefe rapidamente concordou pedindo desculpas. Fiquei em silêncio processando esse sobrenome, passei minhas mãos no quadro de chaves e encontrei a do tal quarto.
— Segundo andar a esquerda — Joguei para ele que me encarou firme e assentiu — Bem vindo ao fundo do poço, Zenin.
— Não me provoque uma hora dessa, pirralha, você não vai fazer mais uma pessoa pedir demissão antes mesmo de iniciar — Vejo meu chefe voltar sua atenção para mim com um tom de voz ameaçador, eu por vez, apenas mandei dois beijos para ele e dei de ombro.
Ao se retirarem, volto ao que estava fazendo só que dessa vez sem conseguir focar cem porcento. Não me importava qual seria a função do mais novo contratado nesse hospício, se ele respeitasse meu espaço, então seríamos melhores amigos. Me arrepio dos pés a cabeça com tal pensamento, quem quer ser amiga de um Zenin? Quero é distância desses monstros.
Além disso, não é como se tivéssemos muitas coisas a serem feitas nesse local, pelo porte do rapaz, acredito que deva ser o mais novo segurança. Sem contar que o seu sobrenome é de respeito... Não é para funções inúteis... Argh! como eu odeio o clã Zenin. Principalmente por tudo que aconteceu no passado. Eu deveria ter superado, mas não, eu não consigo.
Fecho os olhos respirando fundo e dando uma risada debochada, sim, com certeza eu odeio o clã, pois desde o meu nascimento me fez entrar em uma disputa idiota de famílias, feiticeiros e tudo de ruim. Eles deveriam ser extintos.
[...]
Logo as horas se passaram e o local começou a encher, a mulher que me substituía apareceu em meu campo de visão e rapidamente corri para o meu quarto, precisava de um banho e descanso.
Depois que herdei tudo dos meus pais, resolvi vender uma boa parte das coisas que eu achei não serem importantes como carros, apartamentos e outros bens. Deixei um apartamento reservado caso um dia me canse desse lugar ou seja demitida, não me sinto preparada para assumir algo deles. Não era maltratada e muito menos um incômodo, meu chefe apesar de ter uma cara malvada, no fundo era todo bobão e me tratava como uma segunda filha.
Ao me jogar na cama o cansaço se fez presente e eu acabei adormecendo. Estava tendo um sonho tão tranquilo e sereno que foi disperso por gemidos e palavrões.
Me sentei na cama coçando meus olhos e tendo a visão do meu celular que marcava duas horas da manhã. Obviamente o salão deve estar bombando com novos apostadores e até mesmo com casais quase se comendo, entretanto, o segundo andar não é um motel de esquina que pode fazer esse escândalo.
Caminhei até a porta e ao abri-la logo revirei os olhos, parece que o novo vizinho não está sabendo das regras e já começou com pé esquerdo. Dei um sorriso sacana e caminhei até a sua porta dando alguns toques, fiz a cara mais sonsa possível ao ouvi seus resmungos e o mesmo vindo em direção a porta, para um primeiro dia... Ele aparenta ser completamente descarado.
O tal rapaz Toji abriu um pouco da porta e não me permitiu ver qual das dançarinas estava em sua cama, mas dei de ombro, seu rosto era de completo mau humor. Que pena ter estragado seu momento, mas o quanto antes eu lhe passar as regras, será melhor para evitarmos conflitos.
— Olá meu bem, será que poderia foder uma de nossas dançarinas em um lugar mais apropriado da próxima vez? Sério, não sei de qual prostíbulo você veio, mas não ache que aqui é livre de regras e que pode fazer o que bem entender.
Seu olhar percorreu por todo o meu corpo até novamente ele me encarar e arquear as sobrancelhas.
— Quem é você mesmo? — Soltou uma risada anasalada antes de tentar fechar a porta e eu colocar meu pé para impedi-lo. Acabei por alguns segundos tendo a visão da nossa querida Kyoko e isso fez meu sangue ferver, ela sempre vai para cama com os recém contratados, o que é isso? Sexo de boas vindas?
— Certo little dick, ser agradável não funciona com brutamontes feito você — Empurrei a porta com toda a minha força já que apenas com um braço ele conseguia dificultar a situação. Encarei a loira que estava deitada na cama e se escondia entre os cobertores — Kyoko, não adianta se esconder, lindinha. Juro que essa é a última vez que você me apronta uma dessas, principalmente por saber das regras!
— M-Mas S/n...
— Não adianta! Na próxima que você fizer isso, eu falarei com o seu querido papai e tanto você quanto esse primata velho irão vazar daqui.
— Já contei três ofensas em menos de dez segundos, você é bem abusada, não acha? É alguma sócia do lugar para estar agindo dessa forma?
Vejo a garota colocar sua roupa na velocidade da luz e passar por nós completamente envergonhada. Eu encaro suas costas como se pudesse dar uma flechada, já estava passando dos limites quase toda semana ela vim para a cama com os novatos.
— Escuta aqui — Respirei fundo antes de olhar para ele — Eu estava dormindo feito um bebê antes de você me acordar com esses gemidos de puta mal comida, sério, qualquer pessoa consegue notar quando se está fingindo prazer. Se quer uma boa convivência comigo, então transe fora desse lugar, vá para qualquer motelzinho barato e se satisfaça, mas caso queira continuar desse jeito, então irei lidar como uma declaração de guerra.
— Nossa, que gatinha selvagem — Ele riu com a mão na cintura antes de bagunçar meus fios de cabelo — Primeiro que não será você quem irá me controlar, segundo que se estava com vontade de foder comigo era só ter me avisado mais cedo que eu arrumaria um tempinho para você e por último, não diga que eu tenho pau pequeno pois irei ter o prazer enorme de provar ao contrário para a senhorita.
— Vai se foder — Revirei os olhos já caminhando para o meu quarto — Acho melhor você não me desafiar.
— Que medinho — Debochou
— Eu teria — Me virei para encara-lo e dar uma risada cínica — E eu também ficaria com medo de ir para a cama com uma mulher que da para o primeiro que lhe aparece e sem proteção alguma. Cuidado, little dick, pode amanhecer sem o seu amiguinho.
Vejo o moreno engolir um seco antes de eu me virar e voltar para o meu quarto, pelo jeito quem começou ganhando dessa vez foi eu. Boa sorte para ele.
Juro, eu precisava de uma história "enemies to lovers"!!!
Enfim, primeiro capítulo...
Vou demorar a postar nessa história pois quero lançar capítulos longos, então será semanal.
Beijinhos
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𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐌𝐄𝐄𝐓 𝐆𝐀𝐒𝐎𝐋𝐈𝐍𝐄 | 𝐓𝐎𝐉𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎
Fanfiction𝐄 𝐧𝐨́𝐬 𝐢𝐫𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐯𝐨𝐚𝐫... 𝐂𝐨𝐦𝐨 𝐟𝐮𝐦𝐚𝐜̧𝐚 𝐞𝐬𝐜𝐮𝐫𝐞𝐜𝐞𝐧𝐝𝐨 𝐨 𝐜𝐞́𝐮 𝐄 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐄𝐯𝐚, 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐨 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐚𝐫. 𝐃𝐚𝐫 𝐮𝐦𝐚 𝐦𝐨𝐫𝐝𝐢𝐝𝐚. ... 𝐞́ 𝐩𝐞𝐫𝐢𝐠𝐨𝐬𝐨 𝐬𝐞 𝐚𝐩𝐚𝐢𝐱𝐨𝐧𝐚𝐫, 𝐦𝐚𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐫𝐨...