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S/n já estava no seu décimo copo, seu corpo não suportava mais nenhum pingo de álcool e Toji notava aquilo perfeitamente, mas se aproximar da garota poderia ser um erro, a mesma não o escuta e muito menos leva a sério as coisas que ele diz. Suspirou pesado deixando mais um cliente passar pela porta de entrada após entregar o ingresso e mostrar estar limpo. Com certeza a presença do rapaz de cabelo esbranquiçado fez com que ela perdesse o controle.

Tombou a cabeça para trás após se lembrar da foto que ela estava segurando em uma tentativa de esconder dele. O Fushiguro era um ótimo observador, mas sua memória era péssima, entretanto tinha certeza que era a mesma pessoa. Então quando olhou para o relógio, percebeu que estava na hora de fazer a vista por todo o local antes da apresentação das meninas, chamou o segurança do salão e trocaram de lugar.

O mais alto passou por S/n que estava sentada no sofá completamente embriagada e presa em seus pensamentos, caminhou até o seu chefe dando uma cutucada nele e apontando em direção dela.

— É seguro deixá-la daquele jeito? — Questionou Toji

— Não sei, está preocupado? — Ambos a olharam simultaneamente e depois se encararam.

— Não sou um babaca igual as pessoas da família de onde eu vim, querendo ou não, ela não me parece lúcida e algum engraçadinho pode se aproveitar disso.

O dono do local suspirou enquanto tirava o cigarro dos lábios, apontou para garota e logo em seguida para o moreno. Não era sempre que S/n aprontava uma dessas para cima dele, mas compreendia o quanto estava quebrada e precisava de um tempo para processar. Parece que fingir ser forte o tempo todo não havia funcionado.

— Tire o restante da noite para cuidar dela — Chamou um outro funcionário — Quando S/n está com álcool na mente, ela se torna bem difícil de lidar...

Toji queria entender o quão difícil ela poderia ser, a mulher a sua frente nem ao menos parece conseguir ficar em pé sozinha. Mas assentiu e caminhou até ela, pegando-a em seus braços e logo a levantando com tamanha facilidade , apoiou o rosto dela em seu peito e verificou que estava acordada. 

S/n por sua vez ainda está presa em pensamentos, revivendo cada momento ao lado de Satoru e tentando compreender onde foi que errou, porque ela não era suficiente para ninguém? Mas talvez esteja esquecendo do principal. O amor não é uma escolha.

Subiram as escadas em silêncio, evitando se encararem. Porém, o primeiro contato foi dado quando S/n colocou sua mão sobre a boca tentando controlar a ânsia de vômito e sentia seu corpo queimando. O mais velho por sua vez revirou os olhos completamente enojado, pôs a mesma em pé e esperou que ela pegasse sua chave do quarto, o que foi uma cena bastante engraçada no ponto de vista dele.

— Não vai dizer que perdeu as chaves? — Bufou já pegando a chave do próprio quarto e a puxando para entrar com ele.

— Eu não quero entrar nesse muquifo, fede a sexo — Murmurou com a voz embargada e atraindo o olhar de Toji que ficou completamente confuso e também ofendido.

— Não fede — Abriu a porta do quarto e a pegou em estilo noiva já que a mesma tropeçava a cada passo. Questionou-se até se ela sabia quem era ele — Eu sempre limpo meu quarto.

— Eu... — Caiu de joelho ao ser colocada próxima a cama e ao se levantar já correu em direção ao banheiro.

Toji sentou-se na beirada da cama perguntando a si mesmo qual pecado havia cometido para estar cuidado de uma bêbada feito ela, não eram amigos e muito menos colegas de trabalho. Todas as vezes que se esbarraram a sensação era de estarem dando choques um contra o outro, mas ao mesmo tempo era algo prazeroso. Sim, Toji gostava de ter o olhar dela sobre ele, gostava de vê-la brava e o xingando.

𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐌𝐄𝐄𝐓 𝐆𝐀𝐒𝐎𝐋𝐈𝐍𝐄 | 𝐓𝐎𝐉𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora