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Jogado no sofá da sala de descanso, Toji tinha seus olhos fechados enquanto ouvia música despreocupadamente. Kyoko não o havia perturbado mais, parece que a mesma desistiu dele ao encontrar uma nova vítima no mesmo dia. A noite havia sido cansativa para ele, ficar separando brigas, controlar o fluxo de pessoas que entravam e saiam do local e sem contar que a todo instante o olhar dele percorria pelo salão a procura de uma certa mulher.

Quando S/n entrou na sala e o viu tão relaxado, questionou-se se era o momento certo para pedir desculpas ao rapaz. Ele tinha razão, ela também retribuiu o beijo, mas no momento pareceu tão errado que os lábios da mesma pareciam queimar pelo pecado que ambos estavam cometendo.

Soltou um suspiro decidida ir até ele e se resolverem, tocou em seu ombro e chamou a atenção do maior. Toji retirou os fones de ouvido e a encarou com as sobrancelhas arqueadas, não iria demonstrar estar surpreso por ela ter ido falar com ele.

— Olha... Sobre ontem... Eu queria te pedir desculpas — O coração do rapaz deu uma descompassada. Então eles sabiam se desculpar? Isso era interessante.

— Já estou acostumado a levar tapa na cara de mulher — Deu um sorriso debochado antes de voltar a sua música, mas ela o impediu.

— Não é só sobre isso — Soltou mais um suspiro nervoso enquanto brincava com uma mecha de cabelo — Eu te agredi por algo que eu também fiz. Ter beijado você também foi uma vontade minha e não posso deixar que somente você leve a culpa do meu ato.

— Uau — Desistiu de ouvir a música e sentou-se no sofá para que a mesma pudesse se juntar a ele — Estou surpreso de uma Yamazaki pedir desculpas por um ato que também cometeu. É até hilário ouvi-la se confessar.

— Eu já lhe disse que não sou igual a eles.

— Mas agiu — Toji falou sério e sem olhar nos olhos da garota. Ele não iria tirar da cabeça nem tão cedo o que ela fez, por mais bobo que fosse — Qual é a próxima? Vai errar o cálculo dos pagamentos e me acusar de roubo?

O tom de voz do Fushiguro incomodou a mulher, parecia ser ressentimento e amargura, isso a deixou desconfigurada. S/n se aproximou dele e tocou seu rosto com certo receio, não por ele fazer algo contra ela, mas por lembrar perfeitamente de suas palavras ontem e como um choque, lembrou-se da noite em que estava bêbada e o desejou. 

Piscou seus olhos sem acreditar que pudesse ter sido real, mas isso explicava o porque dele ter agido de forma diferente no dia seguinte. Na verdade, as peças todas se encaixaram. Parecia ter perdido sua respiração, ele a encarava a espera de algum xingamento ou mais um pedido de desculpas, mas ela estava ali paralisada a sua frente e com o rosto um pouco pálido.

— Esta tudo bem? — Perguntou já sentindo uma preocupação por vê-la perder a cor.

— Acho que minha pressão caiu.

— Comeu algo de manhã? — Ela negou — Tsc, fala sério.

Revirou os olhos se levantando e caminhando até a mesa que tinha suas coisas, abriu uma sacola e a entregou uma maçã para disfarçar a fome. Não é como se isso fosse o motivo da sua pressão ter caído, mas sim ele. Fushiguro era a grande causa.

Respirou fundo voltando a olhá-lo com atenção. Com certeza o desejo em passar uma noite com ele foi por causa de Satoru, ela estava vulnerável e carente. Porém, dentro de si sabia que era mentira, ela também o achava atraente desde que pôs os olhos nele e o jeito irritante fazia com que almejasse descontar todas aquelas provocações na cama.

— Uma noite... — Murmurou atraindo a atenção do moreno que ainda estava de pé e de braços cruzados.

— O que? — Os olhos arregalaram mostrando ter sido pego desprevenido.

— Eu te pedi uma noite... — O encarou profundamente nos olhos e se levantou indo na direção dele — Era isso que você queria, certo? Me lembrar daquela noite em que te pedi para que passássemos juntos.

— É, talvez tenha sido isso — Falou seco e com um tom de ironia — Mas você jamais beijaria um Zenin, quanto mais ir para cama. 

— Fushiguro... — Retrucou — Você não é mais um Zenin. Eu posso ter sido uma idiota ontem. Mas agora eu estou pouco me fodendo se você tem sangue Zenin e eu tenho sangue dos Yamazaki. Você prometeu aquela noite e eu quero que cumpra o combinado, dessa vez sem brigas, tapas ou xingamentos.

— Eu, eu, eu, acha que tudo é sobre você e suas vontades? Cai na real, eu não sou seu cachorrinho para me mandar vazar e depois vim dando uma de boa samaritana — Seu tom de voz aumentou, Toji já estava perdendo o controle. Mas talvez ele devesse...

— Mas não era isso que você queria? — S/n acabou por aumentar o tom de voz ao notar que o maior lhe virou as costas e começou a caminhar em direção a porta — Vai me dizer que não queria que eu me lembrasse? Vai me dizer que esses dias próximos não foi uma tentativa e sim porque você adora a minha companhia? Você me beijou Toji, foi sua última cartada para que eu me recordasse e aqui estou eu! Já lhe pedi desculpas pelo que aconteceu.

Fechando a porta com força e a trancando de chave, Toji virou-se em direção de S/n e a puxou pelos braços a fazendo desequilibrar e apoiar suas mãos no peito do rapaz. Ele a encarou friamente antes de beija-la de uma maneira bruta. Um beijo profundo e com vontade de saciar o que nem ao menos havia tido um inicio. S/n envolveu os braços na nuca o puxando e pedindo passagem para sua língua que se entrelaçou com a de Toji.

O mais alto a pegou no colo e caminhou até o sofá onde se sentou e a deixou envolver suas pernas na cintura dele. Os beijos não cessaram, ao invés disso, foram descendo até o pescoço da mais nova onde foram depositados chupões e mordidas. Um gemido baixo saiu de seus lábios atraindo mais ainda a vontade do Fushiguro sobre a mulher em seus braços, ele estava perdendo o controle. S/n era irritante, provocante, uma dor de cabeça que ele jamais irá querer como sua... Era o que ele pensava enquanto se deliciava nos lábios dela e sentia a pele macia e quente.

A Yamazaki rebolou no colo do mais alto e sentiu seu membro pulsar por baixo da calça moletom que vestia, aquilo com certeza lhe deixaria sem dormir mais tarde. Se separando em completo êxtase, eles se encaram enquanto recuperavam a respiração.

— Satisfeita? — Seu tom de voz apesar de indiferente era carregado de duvidas e Toji não iria transparecer isso.

— Existe uma... ligação. — Se levantou mordendo os lábios deixando o moreno sem saber o que dizer, talvez por ele concordar com ela — Eu... Eu não sei o que dizer. Mas, porque eu quero mais? Minha boca arde de uma forma como se isso fosse um pecado que eu estivesse provando. E o gosto é bom...

Ouvir as palavras dela fez com que o Fushiguro sentisse o mesmo, talvez ele tenha ignorado o formigamento que sentiu ontem após beija-la por causa do tapa que recebeu. Mas agora, ele entendia o que ela queria dizer pois seus lábios queimavam e a desejava mais ainda.

— Isso não pode se repetir — Falaram juntos enquanto olhavam nos olhos um do outro.

— Nossos clãs não se misturam — A Yamazaki falou com certa amargura e Toji concordou encarando o chão.

— Incompatíveis.

— Pecadores.

O mais velho fechou as mãos em punhos sentindo uma certa raiva dentro de si, uma raiva inexplicável, mas não disse nada, apenas pegou suas coisas e se retirou a deixando sozinha naquela sala que parecia fria no momento que se separaram.

O mais velho fechou as mãos em punhos sentindo uma certa raiva dentro de si, uma raiva inexplicável, mas não disse nada, apenas pegou suas coisas e se retirou a deixando sozinha naquela sala que parecia fria no momento que se separaram

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Capítulo não corrigido rsrs

Até a próxima..... *suspense* 

𝐅𝐈𝐑𝐄 𝐌𝐄𝐄𝐓 𝐆𝐀𝐒𝐎𝐋𝐈𝐍𝐄 | 𝐓𝐎𝐉𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora