Capítulo 5: Poesias da Guerra

860 115 3
                                    

Elijah estava sentado em sua poltrona favorita na sala da Mansão Mikaelson, cercado pelo silêncio reconfortante da casa. Em suas mãos estava um livro de poemas, o qual ele lia há séculos, sempre encontrando novas interpretações nas mesmas palavras. No entanto, naquele momento, seus pensamentos vagavam para outro lugar, ou melhor, para outra pessoa. Celeste. Ele se pegava pensando nela constantemente, lembrando-se de seus sorrisos travessos, da força que ela exalava e das memórias que compartilharam ao longo dos séculos.

De repente, ele ouviu passos suaves atrás de si. Ele não precisou olhar para saber de quem se tratava — os passos de Celeste eram inconfundíveis para ele, uma melodia que ele reconheceria em qualquer lugar. Ele sentiu sua presença antes mesmo de ela chegar perto, escorando-se na poltrona atrás dele.

"O que está lendo?" Celeste perguntou calmamente, sua voz sedosa, carregada com a familiaridade de séculos.

"Estou lendo alguns dos meus poemas favoritos." Ele responde, com um leve sorriso.

"Pode ler um para mim?" Celeste pergunta olhando o livro por cima do ombro de Elijah

Elijah olhou o livro por um momento antes de responder com um leve sorriso. "Claro, com muito prazer," ele disse, sabendo que ela adorava ouvir poesia. Folheou as páginas por alguns momentos, seus dedos tocando levemente as bordas, até encontrar um dos seus poemas favoritos. Ele se virou para ela, com um brilho suave nos olhos, e clareou a garganta antes de começar.

"Amar é um sonho,

Criado pelo coração,

Uma chama que nunca se apaga,

Um amor que nunca se esquece."

Quando Elijah terminou de recitar, sua voz baixa e suave, ele olhou diretamente para Celeste. O poema não era apenas um verso escolhido ao acaso, mas uma mensagem escondida, uma confissão disfarçada. Ele esperava que ela compreendesse a profundidade de suas palavras, que aquilo era mais do que apenas uma leitura casual.

Celeste manteve o olhar fixo no dele por alguns instantes, um pequeno sorriso tocando seus lábios. Ela claramente havia entendido, mas não falou nada sobre a declaração implícita. Em vez disso, ela inclinou levemente a cabeça e elogiou: "É um belo poema. Profundo... e cheio de sentimentos." Seu tom era suave, mas brincalhão, como se ela soubesse exatamente o que Elijah estava tentando transmitir, mas estivesse decidida a manter o jogo leve por enquanto.

Elijah sorriu de volta, encantado pelo modo como ela sempre conseguia ser misteriosa e perspicaz ao mesmo tempo. "Sim, a poesia tem o dom de expressar o que às vezes é difícil colocar em palavras. Especialmente quando se trata de sentimentos complexos."

Celeste deu um passo para frente, aproximando-se mais, e o ambiente entre eles ficou mais íntimo, cheio de uma tensão suave, mas não desconfortável. "Talvez seja por isso que você sempre gostou de poesia, Elijah. Você tem tantos sentimentos guardados."

"Talvez," ele admitiu com um sorriso tímido. "Mas não sou o único a ter sentimentos escondidos."

Celeste sorriu, mas antes que pudesse responder, a porta da sala se abriu abruptamente com um estrondo, quebrando o momento entre eles. Klaus entrou furioso, seus olhos brilhando de raiva. "Onde diabos vocês estavam enquanto Rebekah e Marcel tramavam contra mim?"

Elijah se levantou calmamente, a serenidade em seus olhos contrastando com o furor de Klaus. "O que aconteceu agora, Niklaus?"

Klaus bufou, claramente à beira de explodir. "Enquanto vocês dois estavam aqui... lendo poesia, Rebekah e Marcel decidiram tentar me trair. Usaram todo o exército de vampiros que Marcel tinha para emboscar-me e prender-me. Mas, como sempre, falharam."

Celeste cruzou os braços, seu olhar curioso. "E onde está Marcel agora?"

Klaus sorriu friamente. "Marcel, temendo as consequências de sua falha, me entregou o poder da cidade. Agora, ele não passa de uma sombra do que costumava ser, e todo o controle que ele tinha está nas minhas mãos."

Elijah franziu o cenho, tentando processar as implicações do que Klaus dizia. "Rebekah envolveu-se nisso... e agora Marcel lhe entregou a cidade? Isso não soa como o fim de algo, Niklaus. Parece mais o início de outra guerra."

Klaus deu de ombros, despreocupado. "Deixe que eles tentem. A cidade é minha novamente, e qualquer um que ousar desafiar-me pagará o preço."

Enquanto Klaus se aproximava, lançando um olhar irritado para Elijah e Celeste, ele notou o livro de poesias nas mãos de Elijah e fez uma careta de desgosto.
"Vocês dois sempre tão sentimentais. Enquanto isso, eu estou garantindo que nossa família não seja destruída."

Elijah manteve-se calmo, como sempre, mas havia uma leve tensão no ar entre ele e Klaus. "Sentimentalismo tem o seu lugar, irmão. Mas diga-me, o que você pretende fazer agora com Marcel e Rebekah?"

Klaus bufou, ainda irritado com os recentes eventos. "Marcel me entregou a cidade, mas Rebekah... ela pensa que pode continuar a me desafiar. Ela terá que entender que trair a própria família tem consequências."

Celeste, sempre astuta, interveio, tentando apaziguar a situação com sua usual ironia. "Ah, Nik, você e Rebekah sempre tiveram uma relação complicada. Talvez seja hora de resolverem as coisas... sem tanto sangue derramado?"

Klaus estreitou os olhos para ela, mas não respondeu de imediato. Elijah percebeu o peso das palavras de Celeste, sabendo que ela falava não apenas da situação atual, mas das feridas antigas da família.

Antes que Klaus pudesse responder, Hayley apareceu na porta, observando a tensão na sala. "Vocês parecem prontos para uma guerra," ela disse, em tom leve, tentando aliviar o clima. "Se vocês forem começar outra briga familiar, pelo menos esperem até depois do café da manhã."

Elijah trocou um olhar com Celeste e sorriu levemente, enquanto Klaus apenas revirava os olhos, frustrado. A presença de Hayley parecia amenizar o ambiente.

"Não se preocupe, Hayley," Elijah disse, suavemente. "Esta é apenas mais uma... conversa Mikaelson."

Klaus resmungou algo inaudível antes de sair, ainda furioso com a traição de Rebekah, deixando Celeste e Elijah a sós novamente, mas o momento mais íntimo entre eles já havia sido interrompido.

Celeste deu de ombros e lançou um olhar divertido para Elijah. "Sua família nunca muda, não é?"

Elijah, com um pequeno sorriso no rosto, suspirou. "Infelizmente, não."

O silêncio confortável entre eles se instalou novamente, mas desta vez, com uma leve corrente de emoção subjacente. Mesmo com as tensões e segredos que os cercavam, havia algo inegável crescendo entre os dois — algo que apenas o tempo revelaria completamente.

Echoes of time~Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora