Capítulo 1: O Começo de Tudo (977 d.C.)

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A névoa suave pairava sobre a pequena vila de vikings às margens do fiorde, onde a vida seguia seu curso em um ritmo quase constante, marcado pela passagem das estações e pelas tradições que mantinham a ordem das coisas. Era ali, em meio às colinas verdejantes e ao som dos martelos de ferreiros, que Elijah Mikaelson viu pela primeira vez Celeste Dubois, uma recém-chegada.

Seu cabelo dourado refletia a luz suave do sol de fim de tarde, enquanto ela caminhava em direção à cabana que havia sido designada para ela. O povo da vila a olhava com uma mistura de curiosidade e desconfiança, pois sabiam que Celeste era uma bruxa poderosa. Elijah, no entanto, sentia algo diferente. Algo que o atraía, uma força invisível que o fazia querer conhecê-la melhor.

Logo, suas vidas se entrelaçaram. Elijah, sempre respeitoso e protetor com sua família, encontrou em Celeste uma amizade inesperada. Eles passavam horas caminhando juntos pelos campos, conversando sobre tudo — desde o peso das responsabilidades familiares até o mistério que envolvia a magia dela. Celeste era gentil, com um sorriso fácil, mas havia um brilho de travessura em seus olhos que o fazia rir de uma maneira que não fazia há muito tempo.

Conforme os meses passavam, Elijah percebeu que seu coração começava a bater de forma diferente quando estava com ela. Ele a admirava profundamente — sua determinação, sua inteligência, e a maneira como ela parecia ver o mundo de um jeito que ninguém mais via. E, mais do que tudo, ele se sentia em paz ao seu lado. No entanto, sabia que não podia confessar seus sentimentos, não enquanto sua vida estava tão amarrada às expectativas de sua família, especialmente às de sua mãe, Esther.

Certa noite, durante um banquete na vila, Esther observava Celeste de longe. Os olhos dela não demonstravam a gentileza habitual, mas sim uma frieza calculada, típica de uma bruxa que sempre pensava nos desígnios do destino. Ela sabia que Celeste era uma bruxa incrivelmente poderosa, e com a proximidade da lua cheia e do ritual que transformaria seus filhos em vampiros, Esther tomou uma decisão: Celeste teria que participar.

Naquela mesma noite, Elijah, enquanto observava as chamas da fogueira, sentiu o corpo tenso com uma sensação de alerta. Foi quando sua mãe o chamou em particular. Ela estava em seu manto ritualístico, as mãos segurando uma taça de prata.

“Elijah, você sabe o quanto eu amo você e seus irmãos. Vocês são minha maior criação, minha maior responsabilidade.” Esther começou, sua voz baixa, mas firme. “O ritual se aproxima e eu preciso de alguém que ajude a canalizar a magia. Celeste Dubois, é uma bruxa do fogo...a raça mais forte e poderosa, ela será parte disso querendo ou não.”

Elijah sentiu o coração apertar. “Mãe, Celeste não tem nada a ver com nossos planos. Ela não deveria ser envolvida.”

“Ela não tem escolha.” Esther respondeu com frieza, suas palavras cortando qualquer tentativa de argumentação. “Ela tem um destino a cumprir, e isso envolve nosso futuro. Não questione, Elijah. Confie em mim.”

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Na noite do ritual, o céu estava coberto por nuvens espessas. Elijah estava agitado, seus sentimentos por Celeste crescendo e sua ansiedade sobre o que estava por vir. A lua cheia estava alta quando ele e seus irmãos foram conduzidos para o círculo onde Esther e Celeste aguardavam. O cabelo de Celeste, dourado como sempre, parecia brilhar contra o cenário escuro, mas seus olhos não encontraram os de Elijah.

O ritual começou. A magia de Esther preenchia o ar, densa e pesada, enquanto Celeste, embora silenciosa, parecia lutar internamente contra o que estava acontecendo. Ela lançou um breve olhar para Elijah, como se pedisse perdão por algo que ele ainda não compreendia.

Então, tudo se tornou um borrão.

Dor, gritos, sangue. Elijah sentiu seu corpo ser transformado, a vida que ele conhecia sendo arrancada dele de uma maneira que não poderia ser revertida. Quando ele desmaiou, a última imagem em sua mente foi o rosto de Celeste, lágrimas silenciosas escorrendo por suas bochechas.

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Quando Elijah finalmente acordou, estava sozinho. Seus músculos doíam, sua cabeça latejava, e sua garganta queimava com uma sede que ele não compreendia. Ao seu lado, uma voz familiar — a de seu pai, Mikael.

“Elijah, meu filho.” A voz de Mikael estava sombria. “Você deve saber que a bruxa, Celeste… ela está morta. Eu a matei.”

A dor no peito de Elijah foi instantânea, como se um punhal tivesse perfurado seu coração recém-transformado. Sua mente se recusava a acreditar. Não podia ser verdade. Celeste, sua amiga, seu amor não confessado, sua luz em meio às trevas, estava morta?

Ele tentou gritar, mas tudo o que saiu foi um rugido de dor e raiva, uma sombra do homem que ele fora. Mikael não demonstrou qualquer sinal de remorso. Para ele, era apenas mais uma medida necessária para proteger sua família.

“Ela era uma ameaça,” Mikael declarou friamente, antes de sair, deixando Elijah sozinho com o peso de sua nova maldição — e a perda irreparável de Celeste.

Echoes of time~Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora