Capítulo 7: Um Passeio Sob as Estrelas

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A noite em Nova Orleans estava vibrante, com uma leve brisa passando pelas ruas iluminadas. A cidade pulsava com vida, mas Elijah e Celeste estavam alheios ao caos ao redor. Eles haviam saído para um passeio tranquilo, em busca de uma pausa dos conflitos e das intrigas que sempre os rodeavam. As luzes da cidade refletiam nos olhos de Celeste, enquanto ela caminhava ao lado de Elijah, que parecia relaxado pela primeira vez em muito tempo.

"Há algo de especial nessa cidade, não acha?" Celeste comentou, olhando para as fachadas antigas.

"Sem dúvida. É uma cidade onde o passado encontra o presente a cada esquina." Elijah respondeu, lançando-lhe um olhar carinhoso.

Enquanto caminhavam lado a lado, a conversa fluiu naturalmente. Elijah contou histórias de tempos passados, dos dias em que a cidade era apenas uma promessa de grandiosidade. Celeste ouvia com atenção, rindo ocasionalmente quando ele compartilhava alguma anedota sobre seus irmãos. O passeio foi leve, sem a urgência que geralmente permeava suas vidas, apenas dois seres imortais aproveitando o silêncio da noite.

"Lembro-me da última vez que andamos juntos assim," Elijah começou, olhando para o céu estrelado. "Você me disse que as estrelas eram os segredos do universo, sempre nos observando."

"E eu ainda acredito nisso," Celeste respondeu com um sorriso suave. "Mas acho que agora, elas guardam mais nossos segredos do que qualquer outra coisa."

Elijah sorriu, encantado com a tranquilidade do momento. Era raro para eles estarem juntos sem preocupações. Enquanto continuavam caminhando, ele pegou a mão dela delicadamente, entrelaçando seus dedos sem precisar de palavras para explicar o gesto. Celeste permitiu, e por um breve instante, a imortalidade deles pareceu menos solitária.

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De Volta à Mansão Mikaelson
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Quando voltaram à mansão Mikaelson, a noite já estava avançada. Elijah abriu a porta para Celeste, que entrou com um suspiro satisfeito. Havia uma calma no ar, e, ao contrário das noites habituais, parecia que eles finalmente teriam um momento de paz.

"Devo admitir, esse passeio foi revigorante," Celeste disse, jogando seu casaco em uma cadeira. "Mas agora, estou com fome."

Elijah ergueu uma sobrancelha, surpreso. "Com fome? Depois de todos esses séculos, ainda não aprendeu a controlar seus desejos?"

Celeste riu, divertida. "Ah, Elijah, você sabe que mesmo nós, bruxas, precisamos nos alimentar de vez em quando. Que tal prepararmos algo juntos?"

Ele hesitou por um momento, pensando nas vezes em que tentara cozinhar no passado, mas sorriu de leve. "Se você prometer não rir das minhas habilidades culinárias, eu aceito."

"Prometo que tentarei," Celeste respondeu com uma piscadela, já se dirigindo à cozinha.

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Na Cozinha
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Ao entrarem na cozinha, Celeste começou a mexer nos armários, procurando ingredientes para preparar algo simples. Elijah a observava, encantado com a facilidade e a graça com que ela se movia. Ela parecia em casa, mesmo depois de todo o tempo que haviam ficado separados. Quando finalmente ela encontrou o que procurava, Celeste começou a dar instruções a Elijah, que, com seu jeito sempre elegante, tentava seguir suas ordens.

"Corte os vegetais em pedaços pequenos," Celeste disse, entregando-lhe uma faca. "E, por favor, sem dedos cortados."

Elijah olhou para ela com um sorriso divertido. "Você subestima minhas habilidades."

Celeste riu suavemente. "Veremos."

Enquanto cozinhavam, a conversa fluiu novamente, dessa vez com toques de humor e intimidade. Elijah, com suas mãos sempre firmes, era surpreendentemente desajeitado na cozinha, e Celeste não conseguia conter o riso quando ele derramou acidentalmente farinha no balcão.

"Parece que você está fora de prática," ela provocou, limpando a farinha do rosto dele.

"Ou talvez eu nunca tenha tido prática para começar," ele respondeu com um sorriso, aceitando a provocação.

Eles continuaram trabalhando juntos, com pequenas risadas e toques sutis entre as tarefas. O ambiente estava cheio de uma leveza rara entre eles, uma que nenhum dos dois parecia disposto a quebrar. Quando finalmente terminaram de preparar a refeição - uma modesta sopa com pão fresco - Elijah deu um passo para trás, admirando o trabalho deles.

"Não é o banquete mais grandioso que já preparamos," ele comentou, "mas acredito que seja suficiente."

Celeste se aproximou, olhando para o resultado com um sorriso. "Talvez não seja grandioso, mas acho que o que fizemos juntos vale mais do que qualquer banquete."

Depois de jantarem juntos, eles se sentaram na varanda da mansão, cada um com uma taça de vinho. A noite estava calma, e a tensão que geralmente pairava sobre eles parecia distante. Celeste olhava para o horizonte, enquanto Elijah a observava de canto de olho, absorvendo cada pequeno gesto seu.

"Momentos assim," ele começou, quebrando o silêncio, "são os que mais me fazem lembrar o que significa viver."

Celeste o olhou de lado, um pequeno sorriso brincando em seus lábios. "Viver ou sobreviver?"

"Com você aqui," Elijah respondeu, com um olhar profundo, "parece que estou finalmente vivendo."

Por um momento, eles se perderam no olhar um do outro, as palavras pairando no ar entre eles. Celeste sabia o que ele estava insinuando, mas ao invés de se aprofundar nisso, ela apenas sorriu.

"Você e seus encantos antigos, Elijah," ela brincou, desviando o olhar para as estrelas.

Ele sorriu em resposta, mas o sentimento de proximidade entre eles era inegável. Ali, naquela noite tranquila, Elijah e Celeste não eram apenas seres imortais cercados por guerras e tragédias. Eles eram duas almas que, apesar de todos os séculos de separação e dor, encontravam consolo um no outro.

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Echoes of time~Elijah Mikaelson Onde histórias criam vida. Descubra agora