Eu queria inspirar o ar desesperadamente, mas foi em vão, só conseguia ouvir meu coração batendo mais devagar e o sangue pulsando em minha cabeça, minha visão escureceu e meu estômago sinalizou claramente que a qualquer momento, o champanhe que eu havia bebido antes estaria no tapete. Com as mãos trêmulas e nervosa, eu tentei afrouxar o nó em meu roupão que dava a sensação de cada vez mais apertado, senti dois dedos em meu pescoço para sentir minha pulsação e não demorou para que meu corpo fosse retirado do chão, queria abrir meus olhos mas não conseguia.
__ Vamos Soraya, respire.
Esse sotaque, eu sabia bem de quem era, sabia que os braços de Simone estavam ao meu redor, os braços da mulher que a poucos minutos tinha tirado a vida de alguém, a mulher de negro, entrou no quarto e chutou a porta fechando-a, eu ainda lutava para respirar mas senti quando ela me colocou na cama, Simone abriu minha boca e colocou um comprimido em baixo da minha língua.
__ Calminha pequena é o remédio para o coração, o médico que cuida de você, deixou aqui para essas ocasiões.
Depois de alguns instantes minha respiração voltou ao normal, aos poucos o ar que eu tanto necessitava chegou aos meus pulmões e eu rapidamente adormeci, quando abri os olhos, já estava claro, eu estava na cama apenas de camiseta e calcinha, pelo que eu me lembro, eu tinha adormecido de roupão, será que a mulher de negro trocou minha roupa ? Pra ter feito isso, primeiro teria que ter tirado meu roupão, o que significava que teria me visto nua, esse pensamento não me parecia muito agradável, apesar de Simone ser uma mulher irresistívelmente bonita, diante dos meus olhos passavam os acontecimentos da noite anterior, tudo aquilo era demais para uma noite só.
__ Não fui eu quem trocou sua roupa.
Ouvi a voz abafada pelo edredom, puxei devagar a colcha que cobria meu rosto para poder ver a mulher de negro, ela estava sentada em uma poltrona ao lado da cama, dessa vez vestia uma roupa mais casual, calça de moletom cinza e uma regata branca, que deixava a mostra seus ombros largos e maravilhosamente esculpidos, estava descalça e seus cabelos estavam revoltos, se não fosse sua aparência fresca, eu diria que ela acabou de levantar da cama.
__ Foi Maria quem fez isso, eu quase nem fiquei no quarto depois, te prometi que sem sua permissão nada acontecia, embora devo confessar que fiquei curiosa e tive vontade de te ver, especialmente por que você estava inconsciente por que assim eu não levaria outro tapa na cara.
Levantei e me encostei na cabeceira, Simone ainda tinha um sorriso divertido e jovial, ela se ajeitou na poltrona e esperou pacientemente que as palavras saíssem da minha boca.
__ Você matou um homem.
Cochichei e dos meus olhos escorreram lágrimas.
__ Você fez isso de forma tão natural como quem compra um par de sapatos.
Os olhos da mulher de negro se tornaram frios e animalescos, o sorriso foi embora do seu rosto sendo substituído por uma máscara de seriedade que eu já conhecia bem.
__ Ele mereceu, traiu a família e a família sou eu, eu te disse que não tolero desobediência e contrariedades Soraya, e nada é mais importante pra mim que a lealdade, você ainda não está pronta pra tudo e jamais estará para uma visão como a de ontem.
Ela se calou, levantou da poltrona, veio até mim e sentou na beirada da cama, passou os dedos com ternura pelos meus cabelos como se quisesse confirmar que eu era real, em certo momento enfiou a mão por debaixo dos meus cabelos e agarrou fortemente, jogou a perna esquerda sobre meu corpo e montou em minhas pernas me deixando imóvel, sua respiração ficou acelerada, e os olhos fumegavam de luxúria e ferocidade animal, eu estava paralisada de medo o que com certeza estava nítido em meu rosto, pois Simone claramente se excitou, depois dos acontecimentos da noite anterior eu sabia que essa mulher não estava brincando, se eu quisesse que minha família ficasse segura, eu teria que aceitar as condições dessa maluca.
Simone agarrava meus cabelos com uma força cada vez maior, farejava meu rosto absorvendo o cheiro para seus pulmões, eu queria fechar os olhos para lhe mostrar com desprezo que aquilo não mexia comigo, mas eu estava hipnotizada e não conseguia desviar meu olhar do dela, não dava para esconder que Simone era uma mulher muito bonita, bem do meu tipo até por que antes de Carlos eu até ficava com algumas mulheres, mas ninguém nunca soube disso. Olhos pretos, cabelos escuros, boca maravilhosamente grande, o rosto bem desenhado que agora acariciava delicadamente o meu, e além disso o corpo, as pernas longas e delgadas que me envolviam, os braços fortes e musculosos, os seios volumosos, o tronco muito bem trabalhado sendo bem marcado pela regata e uma maravilhosa bunda.
__ O fato de eu não fazer nada sem seu consentimento não é a mesma coisa que dizer que vou saber me controlar.
Sussurrou olhando nos meus olhos, seu aperto permanecia forte em meus cabelos, ela me empurrava cada vez mais para o travesseiro e isso me causou um gemido baixinho, ao ouvir aquele som, Simone inspirou sonoramente, com delicadeza e devagar ela se posicionou no meio das minhas pernas juntando nossas bocetas e rebolando devagar em cima de mim, senti pela maneira que eu olhava pra ela, o quanto me desejava, no entanto tudo o que eu senti era medo.
__ Eu quero ter você Soraya, eu quero te possuir inteirinha.
Ela passavam o nariz por meu rosto me fazendo um carinho.
__ Quando está assim tão frágil e vulnerável você me excita mais, quero te foder como nunca ninguém fodeu antes, quero te causar dor e te trazer alívio, quero ser sua última amante.
Ela disse todas essas palavras enquanto seu quadril se esfregava em meu corpo, compreendi que o jogo no qual eu tinha que tomar parte acabará de começar, eu não tinha nada a perder, os 365 dias seguintes eu poderia viver lutando contra aquela mulher, o que de antemão já estava fadado ao fracasso, ou conhecer as regras do jogo que ela havia preparado e participar dele.
Levantei os braços para trás da cabeça e os apoiei no travesseiro para demonstrar submissão e vulnerabilidade, ao ver isso a mulher de negro soltou meus cabelos e entrelaçando os dedos nos meus e os pressionou contra o travesseiro.__ Assim é bem melhor, pequena, fico feliz que tenha entendido.
Simone cada vez mais rápido e com mais força empurrava seu quadril contra mim.
__ Você me quer ?
Perguntei levantando um pouquinho a cabeça passando meu lábio por seu rosto, ela gemeu e antes que eu me desse conta enfiou a língua dentro da minha boca, empurrando-a freneticamente e profundamente, ansiosamente procurando a minha, ela afrouxou o aperto nas minhas mãos de forma que minha mão direita ficou livre, ocupada com os beijos, não percebeu que eu fugia do seu abraço, levantei o joelho direito e a afastei de mim dando uma bofetada em seu rosto.
__ É esse o respeito que você me garantiu?
Gritei.
__ Ainda ontem pelo que me lembro, você teria que esperar a minha clara permissão, e não se deixar influenciar por sinais mal interpretados.
A mulher de negro ficou paralisada, sem se mover, e quando se virou em minha direção seus olhos estavam calmos e sem emoção.
__ Se você me bater mais uma vez.
__ O que, vai me matar ?
Respondi com insolência antes que ela terminasse de falar, Simone sentou-se ao pé da cama e olhou pra mim por um momento, depois começou a rir, um riso sonoro e sincero, parecia uma jovem garota, eu não tinha ideia de quantos anos ela tinha, mas parecia até mais jovem do que eu.
__ Como é que você não pode ser italiana ? Esse seu temperamento não é eslavo.
__ E quantas eslavas você conhece ?
Pergunto cruzando os braços.
__ Essa aqui já é o suficiente.
Disse alegre e pulou da cama.
__ Vai ser um ano legal, mas vou ter que sair daqui mais rápido por que estou perdendo a cabeça com você menina.
Simone sai do quarto balançando a cabeça e sorrindo, ela tinha razão, apesar do medo que eu sentia, eu tenho certeza que seria um ano divertido.
Continua....
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365 Dias | Simoraya
Romance365 Dias, esse foi o tempo em que eu dei para que ela se apaixonasse por mim, e eu iria fazer ela me amar mesmo que isso me custasse tudo. Adaptação Simoraya. história fictícia, sem qualquer compromisso com a realidade.