23°

322 33 35
                                    

Senti meu corpo todo sendo chacoalhado, praguejei em voz baixa e aos poucos abri meus olhos, Simone tentava tirar minhas botas e claramente não estava conseguindo.

__ Tem um zíper atrás.

Sussurrei com meus olhos quase fechando novamente, Simone levantou e me encarou totalmente brava enquanto tirava a bota dos meus pés.

__ O que aconteceu com você essa noite? De querer parecer uma.

__ Termine de falar.

Rebati irritada e despertando de uma vez.

__ Como uma puta, é isso que você queria dizer ?

Simone cerrou os punhos e sua mandíbula contraiu.

__ Afinal você gosta de putas, qual era o problema com a minha roupa ?

Seus olhos ficaram completamente vazios quando terminei de falar e eu fiquei parada, os lábios num bico malicioso esperando a resposta, Simone se aproximou em um pulo estava em cima de mim com as pernas em volta dos meus quadris, meus pulsos foram para cima da minha cabeça, nossos olhares se cruzaram, nossas respirações pesadas e então enfim ela me beijou, um beijo bruto, duro, sua língua se arrastou sobre a mim me fazendo gemer e rebolar embaixo dela, eu me contorcia para poder toca-la, sua boca se afastou da minha com um estralo erótico, eu estava ofegante.

__ Quando vi você dançando hoje.

Ela começou sussurrando e enfiou o rosto em meu pescoço.

__ Porra Soraya, por que faz isso ? Você quer me provar alguma coisa ? Quer ver qual é meu limite ? Sou eu quem dou as regras, não você, e se quiser que eu pegue pra mim o que eu desejo, vou fazer isso sem sua permissão.

__ Eu só estava me divertindo hoje, não era isso que você queria? Além do mais saia de cima de mim, eu quero uma bebida.

Simone levantou a cabeça e olhou pra mim surpresa.

__ O que você quer ?

__ Uma bebida.

Me soltei dela que caiu para o lado da cama suspirando fundo.

__ Você está me irritando Simone.

Murmurei enquanto ia até a mesa virar a bebida no gargalo mesmo.

__ Soraya, você não está acostumada a beber bebidas fortes, ainda mais depois do remédio que tomou.

Não liguei para o que ela falava e continuei bebendo, me encaminhei para o terraço, mas antes vi Simone encostada na cabeceira com as mãos na cabeça.

__ Vai se arrepender disso amanhã pequena.

A ignorei totalmente e segui para a fora, a noite estava uma delícia, depois de um tempo e de beber vários goles, estava me sentindo tonta e enjoada, de fato eu não sou acostumada a beber whisky mas eu precisava disso pelo menos por hoje, resolvi tomar um banho, então voltei para dentro do quarto e me deparei com Simone somente de lingerie, ela estava com um computador no colo e o fato de sua atenção não estar em mim me irritou.

Seus olhos pousaram em mim e eu suspirei, céus essa mulher é linda de mais, cheguei a porta do banheiro cambaleando um pouco, desci as alças do vestido tendo a plena certeza que ela ainda me olhava, porém quando fui passar minhas pernas para retirar o vestido, meu pé ficou preso, meu corpo pesou demais pela quantidade de bebida e eu desabei ao chão, gemi de dor ao mesmo tempo que cai na gargalhada, Simone apareceu em cima de mim, como na primeira noite em que nos conhecemos, ela me ajudou a levantar e me levou até a cama, quando minha histeria passou ela me olhou com preocupação.

__ Está tudo bem com você?

__ Me pega.

Sussurrei e a puxei pra cima de mim.

__ Entra em mim, Simone.

Simone sorriu de lado, se inclinou e beijou minha testa, o lençol que estava ao lado da cama, foi jogado sobre meu corpo.

__ Acredite eu quero muito, mas amanhã além de você não se lembrar, iria se arrepender.

Olho pra ela incrédula.

__ Boa noite pequena.

Ela me beija o rosto e some porta fora.

__ ARG EU TE ODEIO SIMONE.

Adormeci rapidamente depois disso, quando despertei pela manhã estava pensativa, Simone não quis fazer nada comigo naquele estado e eu nunca agradeci tanto por isso, ouvi batidas na porta e suspirei permitindo a entrada.

__ Bom dia Cherry, vejo que a noite foi produtiva.

Davi diz caindo na gargalhada.

__ Vai embora.

__ Não mesmo Sory, Simone viajou então você terá que ficar comigo essa manhã.

Solto um gemido frustrado, tomei um banho, me ajeitei e fui tomar café com Davi, durante o dia fiz algumas perguntas ao jovem italiano, porém a resposta era sempre a mesma, pergunte a Simone, isso me deixava irritada por que ela ao menos me ligava.

__ Soraya, é a quinta vez que você bufa em menos de 3 minutos, o que está acontecendo?

Olho pra ele que me analisa.

__ Por que Simone não liga ? Acho que tenho o direito de saber o que está está fazendo, ou se está viva.

Davi prende o riso e me olha.

__ Ela está, pode ter certeza.

Revirei os olhos, depois do café descobri que iria embora de Roma, o que me deixou ainda mais nervosa, Davi não veio comigo e meu guarda costa já estava à minha espera, quando desci do carro vi um iate enorme fazendo minha boca abrir em choque.

__ Bem vinda a bordo senhorita Soraya.

Me limitei apenas a um balançar de cabeça e entrei pra dentro, ele me mostrou todo o barco, quando enfim acabou voltamos para o ponto inicial.

__Bem modesto.

Comentei após olhar um lugar onde ele não havia me levado.

__ Gostaria de mais alguma coisa ?

__ Sim, gostaria de ficar sozinha.

Ele apenas balançou a cabeça e sumiu das minhas vistas, me sentei próximo as barras observando o horizonte enquanto o barco desaparecia mar adentro, mesmo com todo esse sentimento que eu estava nutrindo por Simone, eu queria que tudo voltasse ao que era antes, com exceção de Carlos é claro, eu não queria ter a conhecido e muito menos ser sua salvação.

__ Soraya, o que você...

__ Não enche.

Não deixei ela terminar de falar e continuei na mesma posição, eu estava cansada disso tudo já, me levantei rapidamente o que me causou uma tontura imediata e sai dali correndo, eu não conhecia o barco, então quando achei uma escada desci de uma vez o que me causou uma tontura ainda maior, tudo ao meu redor escureceu e antes que eu pudesse rolar escada a baixo eu desmaiei.

Continua...

365 Dias | Simoraya Onde histórias criam vida. Descubra agora