*Art Philips/Princ*
Onde cresci todos eram amigáveis, e conheciam todos nos arredores, era como uma grande família. Quando era mais novo tinha muitos amigos e até meninas que gostavam de mim, porém nunca havia me interessado antes por alguém. Cresci despreocupado de qualquer função, me tornei quem sou hoje e quando entrei para o pelotão minha mãe contou quem era meu pai, quem era minha família depois dali.
Contou o porquê escondeu tudo, e acho que ela já sabia que estava nas últimas, quando quis compartilhar a minha história. Falou que meu pai era o imperador e eu tinha direito a fortuna dele se assim quisesse, disse que se eu me sentisse forte o bastante para revelar tudo bem. Mas também disse que se eu resolvesse nunca dizer nada, também estava tudo bem, afinal ninguém tinha como dizer.
Mudamos meu cabelo por um tempo pintando de um caramelo e meus olhos deixamos negros como sempre foram, mas chegou um tempo que esconder não era mais possível.
Deixamos minha face ser como deveria, se não fosse pelas marcas poderiam tentar buscar semelhança entre o antigo imperador e eu.
Deixei meu cabelo grande o suficiente para cobrir meu olho esquerdo parcialmente.
Não era algo agradável aos olhos.
Contudo nunca deixei de ser popular entre as mulheres, apesar do meu pouco interesse em relacionamentos.
Isso mudou quando a conheci.
Uma mulher aparentemente frágil e doce, porém exala conhecimentos de primeiros socorros. Na sua primeira impressão, como acoada mudou quando competiu ferozmente na competição de caça. Era uma princesa forte entrando na floresta de forma despreocupada, carregando um arco e flechas e no fim derrotou uma fera enorme.
O que mais me intrigou é seu jeito sutil de lidar, seu olhar curioso como se fosse a primeira vez fazendo, seu sorriso gentil, sua personalidade é fascinante.
Seu jeito de dançar incansávelmente, tanto de forma nobre como uma camponesa voraz, mostra tanta liberdade, tanta vontade de viver. Às vezes, parece não ser desse mundo.
Quando dançamos juntos pela primeira vez, não consegui controlar meu coração, meu corpo petrificado e ao mesmo tempo quente. Suas mãos na minha, tão suave, tanta segurança.
No festival eu vi, eu senti que era ela de quem minha mãe falava quando dizia que eu iria encontrar um amor que iria me dar paz e conforto no coração, que iria bagunçar tudo de um jeito tão bom que não ia me importar.
Era ela, é ela! Eu sei que é!
Meu coração suspira de um jeito tão bom, que parece nostálgico, da uma leve vontade de chorar e sorrir.
Quando rodava despreocupada com a vida na roda dos camponeses e girava sua saia entre sorrisos e brilho, meu coração batia tão sereno que parecia recitar poesias para sua alma.
Combinamos de dançar a próxima vez no baile de máscaras que terá amanhã, me pergunto qual será seu vestido, sua máscara, como estará aquele sorriso que mexe comigo.
Eu sei, estou definitivamente apaixonado pela senhorita Angel, tentou não demonstrar tão fervorosamente pois posso assusta-la ou até não ser correspondido. Afinal, a mesma é admirada e desejada por outros homens.
_Senhor? Chamou meu fiel companheiro de história
_Fale irmão, respondeu ao homem que se tornou o irmão que nunca tive
_Esta tão avoado, nunca lhe vi assim antes! É alguma mulher? Será que finalmente foi fisgado? Perguntou batendo em meu ombro todo agitado
_Talvez, uma mulher anda me intrigando...
_Humm, e eu conheço? Perguntou tentando pensar quem poderia ser
_Talvez a viu, mas não sei se lembra dela... Respondi afinal quando a vimos estava em perigo com os ladrões
_Tantas mulheres, na competição, na vila, ate mesmo entre as ruas, falou tentando lembrar
_Realmente... Murmurei
_Sua mãe estaria feliz ao saber que abriu seu coração para amar, sempre foi popular entre as meninas mas nunca havia se apaixonado antes... Quem será a sortuda!?Comentou
_Um dia quem sabe se tudo caminhar bem, falei lembrando do seu rosto meigo
_Vou ser o padrinho desse casamento! Porque sim vai dar casamento, eu sinto! Cantarolou
_Ta bom padrinho, vamos dormir que ainda antes do baile temos que revezar a segurança para que tudo ocorra bem!
_Tem razão! Boa noite, chefia! Brincou indo dormir
Moro em uma mansão onde divido com meus cinco homens de confiança, os amigos e irmãos que a vida me deu pelo caminho, que morreriam e matariam por mim. Faria o mesmo por cada um deles, são o que me sobrou depois que perdi minha mãe, até achar a senhorita Angel foram minhas únicas companhias.
Claro, os livros que leio também foram conselheiros fiéis. Uma das poucas distrações que me dou o luxo, incluindo cavalgar livremente, ou festivais da plebe.
No outro dia, era de averiguar se tudo estava perfeito para a noite, e treinar um pouco para manter a boa forma.
_Senhor? O príncipe herdeiro lhe chama! Veio um dos meus soldados relatar
_Claro, continuem! Falei indo ao seu encontro como requisitou _Senhor? Falei reverenciando sua pessoa
_Vou ser direto, o que tem com Angel? Perguntou seriamente
_Não entendi a pergunta, murmurei
_O que tem com a Angel? Sempre os vejo próximos, até dançam juntos... Resmungou
_Senhor, me desculpe a petulância, porém creio que isso é algo íntimo entre eu e a senhorita.
_Intimo? Vocês dois? Olhou ferozmente
_Senhor não quero ser indelicado, mas o senhor não é casado com a irmã da senhorita Angel? Não é com sua esposa que devia se preocupar? Questionei
_Como se atreve? Angel, já foi minha noiva! Tenho preocupação por sua pessoa, falou com certa dificuldade como se fosse gaguejar
_Não se preocupe, senhor! Afinal, só quero a felicidade da senhorita, nunca a faria mal! Falei dando minha palavra
_Existe tantas damas na sociedade... Comentou de forma livre sem nexo, só soltou a frase no ar
_Realmente, mas como a senhorita Angel só existe uma, e é ela própria! Falei sem receio do que poderia me acontecer já que o afrontei _Se o senhor me der licença, tenho uma segurança para revisar a pedido do imperador! Respondi pisando forte na saída
O dia logo foi embora, e ao cair da noite se estabeleceu de imediato, era uma noite bonita com muitas estrelas, uma brisa fresca sinal do frescor do verão que se aproxima.
As pessoas já chegavam para o baile no palácio imperial, suas máscaras escondiam um pouco de qual nobre se tratava.
Já havia um número considerável quando desceu as escadas, estava deslumbrante.
Seu vestido era branco e cintilante, lembrava uma estrela nas noites escuras, no lado esquerdo uma fenda no vestido revelava suas pernas. Um pouco mais para cima, um decote com uma gargantilha em torno descendo contornando um pouco mais profundo, formava um losango. deixava seu visual sexy. E seus ombros tinham uma espécie de alsa que caía por cima, dando elegância.
Sua máscara era escura e rendada, seus cabelos estavam presos em um coque bagunçado, sem sombra de dúvidas era a mulher mais linda que poderia ter ali.
_Está deslumbrante! Falei a pegando no fim da escada estendendo minha mão para a mesma que sorriu surpresa
_Você também está bonito!
_Posso ser um pouco atrevido? Perguntei e a mesma olhou curiosa, mas balançou a cabeça concordando _Não sei qual era o objetivo da senhorita vir assim tão atraente, mas se foi deixar os todos sem palavras, creio que sua missão foi bem sucedida! Falei beijando o dorso de sua mão
_Gentileza sua, respondeu sem jeito
_Todos a olham, senhorita! Está verdadeiramente sexy, com esse vestido! Confessei o que fez a mesma corar
_É mesmo? Perguntou se recompondo
_Sim, poderia me conceder a honra de sua primeira dança? Falei tocando minha testa em sua mão
_Claro, falou me seguindo _Quanta gente, não é? Comentou
_Sim, presumo que será a festa do século! Comentei _Tantos olhares, Príncipe Joseph parece que vai me fuzilar... Falei o que causou uma comoção em sua expressão
_Por que diz isso? Perguntou um pouco surpresa
_Veio me questionar ainda hoje sobre nossa proximidade...
_Estamos falando do mesmo Joseph? O homem que casou com minha irmã? Perguntou olhando-o de forma discreta
_Creio que só exista ele nessas redondezas, murmurei
_Certamente...
_Não crítico, afirmei
_Mesmo? Ficou curiosa pela sua expressão
_Sim, acho que finalmente percebeu a mulher que perdeu! Respondi o que causou um certo rubor em suas bochechas
_Talvez, suspirou
Meu corpo gritava pelo seu, nossa dança sempre se faz única mesmo depois de tantas vezes que dançamos juntos. Nossas almas iam de acordo com o som dos instrumentos, pareciam falar com a outra.
Não tinha jeito, realmente estava totalmente rendido aos seus encantos, sua beleza, seu jeito de ser.
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Angel
FantasyHelena tem uma vida dura e suas únicas distrações é ler e jogar, porém um acidente acaba com tudo, ou pelo menos quase. Ela reencarna em uma personagem do seu jogo de rpg, em um mundo além da realidade, agora é a vilã e antagonista dessa história.