14 - Vislumbres do Assombro I

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Todo o conteúdo abaixo foi escrito à mão num caderno deixado no Clube de Tormenta dos Pesadelos Primorosos

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Todo o conteúdo abaixo foi escrito à mão num caderno deixado no Clube de Tormenta dos Pesadelos Primorosos

Pergunta 14: Quando pensa em infância, qual sua memória favorita?

A garota esperava ansiosamente no batente da janela, encarando a rua com o coração na mão, aguardando o momento em que finalmente veria aquela velha caminhonete vermelha cheia de cordas e outras tranqueiras na caçamba.

Tranqueiras essas que ela achava muito interessantes, por sinal.

Mas quanto mais encarava, mais devagar o tempo parecia passar, então ela decidiu sair da janela e voltar para o tapete do quarto.

Os pés descalços gostavam da sensação de pelinhos no tapete e as bonecas espalhadas exibiam uma fortuna da qual a garota não fazia ideia. Sabia que tinha uma vida confortável, mas ainda não tinha uma completa noção do quanto realmente suas condições de vida eram privilegiadas. Bom, ela só tinha nove anos, então é aceitável que ela não tivesse completa noção na época.

Suspirou sozinha, mas logo escutou o som alto vindo de fora. O irmão estava acordado, então. Um rock pesado tocava junto com uma guitarra parcialmente desafinada. A garotinha coçou a cabeça com o cabelo castanho bagunçado e apenas voltou a brincar.

Seu irmão mais velho era diferente dos irmãos de suas amigas de escola. Todos eles brigavam e discutiam, mas havia alguma harmonia entre eles. A garotinha e seu irmão, entretanto, pareciam nunca ter se entendido. Se algum dia ele gostou dela, a jovenzinha já não se lembrava mais.

Ela então ouviu os passos da mãe subindo as escadas e se aproximando do quarto dela, então rapidamente ajeitou o cabelo e tentou parecer menos bagunçada ou desarrumada. Sua mãe já não era muito tolerante, e detestava mais ainda quando ela estava desleixada.

— Filha, seu avô vai chegar daqui a pouco. Vai querer sair com ele?

A mãe, sempre com o semblante de quem está com pressa, perguntou ao parar na frente da porta da garota. A mãe nunca batia à porta ou pedia licença.

A garota apenas concordou com a cabeça e recebeu o olhar julgador da mãe.  A mulher mediu-a da cabeça aos pés e franziu o cenho nos tornozelos.

— E coloca um sapato. Você não vai descalça.

A garotinha apenas concordou e puxou as sandálias mais próximas, mas antes que pudesse mostrar qualquer coisa para a mãe, ela já tinha saído.

Pode ouví-la bater à porta do irmão e chamá-lo com um timbre muito mais carinhoso e atenuado do que o usado com a garotinha, mas isso já não a afetava mais. Pelo menos recebia carinho do pai.

Filho, a mãe pode entrar? — a mulher perguntou, mas não houve resposta.

A garotinha assumiu que a mãe tinha tentado abrir a porta sem permissão, pois o grito do irmão foi audível logo em seguida.

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⏰ Última atualização: Sep 19 ⏰

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