10 - Não deixem os poetas morrerem

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Celine

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Celine

Quando o sábado à noite chegou, vesti meu vestido midi verde esmeralda com uma fenda na perna, borrifei meu melhor perfume e coloquei minhas melhores joias. Prendi o cabelo num coque bonito e adornado com uma presilha de prata.

Eu e Alanis descobrimos que todos que receberam o buquê, receberam também um convite nominal e um convite extra. Isso não tornou o nó em minha garganta menos amargo, mas pelo menos acalmou um pouco meus ânimos.

— Ceci, tá pronta?

Alanis se aproximou com um vestido curto, branco e perolado. Estava linda e igualmente arrumada, mas com o cabelo solto em grandes ondas.

Nós duas nos juntamos e saímos de casa, lançando um beijo no ar para os nossos pais. Eu ainda não fazia ideia de como iríamos, mas debaixo do nosso guarda-chuva branco, Alanis continuava confirmando que ela tinha arrumado uma carona.

Foi na margem da represa que meus olhos se arregalaram ao finalmente compreender qual era a carona que Alanis me prometeu. Debaixo da garoa gelada, Choso preparava um veleiro para sair. Alanis e Asuka se abraçaram, e Megumi estava junto, igualmente arrumado com um paletó preto e uma camisa branca com os botões superiores abertos.

— Ceci! — Choso me viu e sorriu, embora fosse notável um certo desconforto no rosto dele. Acho que foi só naquele momento que ele percebeu que tinha esquecido de enviar meu convite pessoal.

— Então você é a nossa carona do dia? — brinquei, tentando não transparecer a minha amargura.

— Com toda certeza, minha senhora! — Ele ofereceu a mão para mim. — Por favor, me permita te ajudar.

Ri com a formalidade forçada, mas aceitei a ajuda.

Choso também me auxiliou ao vestir o colete salva-vidas e eu apenas esperei os outros convidados. Alanis, Asuka, Megumi e Itadori (que surgiu atrasado logo em seguida) se ajeitaram e finalmente o veleiro deu partida.

Nós, garotas, continuamos com os guarda-chuvas abertos para proteger maquiagem e penteados, pois o vento do veleiro era forte e gelado. Megumi colocou o próprio paletó nos ombros de Asuka, Itadori fez o mesmo com Alanis e Choso acabou seguindo o exemplo, me oferecendo o paletó dele. Em outros tempos, isso teria feito meu coração explodir, mas agora só sinto um gosto amargo na boca.

Quando finalmente chegamos na ilha, devolvi o paletó de Choso e desci do veleiro. O que vi tirou meu fôlego.

Havia um caminho de luzes para fora do cais, árvores altas rodeavam o local e um pouco mais longe eu podia ver a silhueta de um casarão imenso. Paredes brancas, telhado escuro, muitos detalhes interessantes que se mesclavam com as sombras da noite. As janelas iluminadas chamavam a atenção de forma hipnotizante. Era como o feitiço do Aurora, mas muito mais forte. Algo naquele lugar era convidativo, como uma sereia de alvenaria.

Inesquecível IrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora