03 - Noites não dormidas

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Celine

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Celine

A chuva começou a cair logo depois que entrei em casa, o que foi um acalento, já que só faltava eu me molhar inteira depois de ser largada sozinha na festa por Choso.

Saí do chuveiro pronta para alugar minha estadia na Coitadolândia enquanto choramingo a miséria de minha existência ao som da trilha sonora da minha playlist favorita chamada músicas de menininhas para chorar no quarto, mas meus planos foram por água abaixo ao encontrar Alanis jogada na minha cama ainda usando a fantasia de Dorothy.

— O que você quer? Vai dormir!

— Quero conversar! — ela estava levemente alcoolizada.

Essa é uma guerra que não estou disposta a comprar.

Apenas me jogo na cama enquanto murmuro. Com sorte, Alanis vai falar e falar até eu adormecer, e então, quando ela não tiver mais nenhuma resposta, vai embora e me deixará dormir em paz.

— Como foi sua noite? — faço a pergunta certeira para que ela desate a falar.

Alanis cai na minha armadilha e inicia um longo monólogo sobre as fofocas de seu grupo de amigos. Quem beijou quem. Quem dançou com quem. Quem, quem, quem...

Meu sono frágil é interrompido quando ela se deita sobre mim, jogando todo o peso sobre meu corpo.

— Você não tá prestando atenção em mim, Ceci. — Alanis choraminga.

— Eu tô sim.

— Não tá, não!

Ela desliza sobre mim, me chacoalhando de leve na birra por atenção até que uma rosa de papel cai no meu rosto.

De repente, o sono que eu sentia sumiu por completo e agora eu só tenho muitas perguntas (e uma irmã que pode ter diversas respostas).

— Lani, qual é a das rosas de papel?

— Ah, isso?! Eles têm o costume de dar de presentes uns para os outros.

— Só isso? Achei que fosse algo mais interessante.

— A ideia é você pegar trechos dos livros favoritos, poemas ou até partituras de música e fazer a rosa com esse papel. É tipo um bilhetinho de amor, mas em formato de rosa.

Afofei o travesseiro e girei a peça entre os dedos. Espiando entre as pétalas encontrei parte da letra da música Vienna, de Billy Joel. O sorriso surgiu no mesmo instante.

— Essa foi um presente da Asuka. A gente ouve essa música direto no caminho da faculdade ou quando estamos a ponto de surtar.

Seis semanas de aula e Alanis já falava em surtar. Percebi que aqueles seis anos de graduação seriam mais longos do que eu poderia imaginar.

Inesquecível IrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora