prisioneira

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Colin encarou Penélope com uma expressão dura, o peso de sua autoridade visível em cada linha de seu rosto. Ele insistiu mais uma vez:

— Penélope, você precisa fazer o teste. Já faz semanas que você não se sente bem, e todos sabemos o que isso significa.

Penélope se virou abruptamente, os braços cruzados, seu olhar cheio de resistência. Ela estava cansada de ser controlada, observada a cada passo, sem espaço para respirar. A memória do parto dos gêmeos ainda a assombrava, o medo de morrer outra vez real e esmagador.

— Eu não vou fazer o teste, Colin — disse ela, a voz firme. — Eu quase morri tendo Agatha e Thomas. Você estava lá. Eu não vou passar por isso de novo. Não quero mais filhos.

A tensão no banheiro se intensificou. Colin deu um passo à frente, aproximando-se dela com uma mistura de preocupação e frustração.

— Você sabe que eu só quero o melhor para você. Para nós. Outro filho... seria uma bênção. Não pode viver com medo do passado para sempre.

Penélope sentiu o coração acelerar. Ela queria gritar, dizer a ele que aquilo não era só medo, era sobrevivência. Ela não era apenas uma esposa que ele podia controlar; era uma mulher com vontades, com dores. E ela não queria mais ser sufocada por ele ou pela vida que levavam.

— Você não entende! — ela exclamou, os olhos brilhando de raiva. — Não é só sobre medo. Você não me escuta, Colin! Eu não quero outro filho. Eu quero... eu quero a minha liberdade!

Colin ficou em silêncio, os músculos de sua mandíbula tensos. Ele não estava acostumado a ser contrariado, especialmente por Penélope. Mas havia algo mais por trás daquela declaração. Algo que ele não estava enxergando.

— Liberdade? O que isso significa, Penélope? — ele perguntou, o tom carregado de desconfiança.

Penélope virou-se, tentando esconder as lágrimas que ameaçavam cair. Ela sabia que estava pisando em terreno perigoso. Colin já desconfiava de algo, e a vigilância sobre ela só iria aumentar se ele percebesse o que estava realmente acontecendo.

— Eu sou sua esposa, Colin, não sua posse.

O silêncio entre os dois era ensurdecedor. Penélope sabia que estava prestes a tomar uma decisão que mudaria tudo. Ela não podia permitir que ele a controlasse mais, e sua mãe... ela precisava encontrá-la, custasse o que custasse.

Penélope desceu as escadas apressadamente, os passos ecoando pelo mármore enquanto ela tentava afastar Colin, que seguia logo atrás, sem esconder sua frustração.

—Não é sobre nós, Colin! Você sabe que te amo mais que a minha própria vida! O problema é a máfia, a família!  —
A voz de Penélope tremia, carregada de uma mistura de desespero e dor. Ela parou ao pé da escada, virando-se para encará-lo, o peito arfando de raiva.  — Eu não vou trazer outra criança para esse mundo, cercada por perigo e morte!

Colin a fitou por um longo momento, a mandíbula tensa, o olhar sombrio. “Penélope, a famiglia sempre foi parte da nossa vida. Eu fiz tudo para te proteger e para proteger nossos filhos. Por que isso agora?

Penélope ficou em silêncio .

—Eu te darei a liberdade que você quer, Penélope,  — Colin começou, mantendo a voz baixa.  —Mas os gêmeos... Agatha e Thomas ficam comigo. Eu não vou perder meus filhos.

Penélope fechou os olhos, uma onda de desespero se apossando de seu corpo. Ela sentiu o nó na garganta apertar.

— Não,  — ela sussurrou, balançando a cabeça lentamente, as lágrimas ameaçando cair, mas ela lutava para segurá-las.
— Não, Colin. Eu não posso... não posso viver sem eles.

Vendida ao Traficante (Polin)Onde histórias criam vida. Descubra agora