Penélope estava sentada na beira da cama, com lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto dobrava uma peça de roupa dos gêmeos, tentando organizar as malas para a partida. Seu corpo estava exausto, e os soluços escapavam de sua garganta apesar de seus esforços para se manter calma. Tudo dentro dela doía, como se estivesse arrancando um pedaço de si mesma ao deixar aquela casa.
A porta do quarto se abriu lentamente, e a babá das crianças entrou, hesitante. Ao perceber a presença dela, Penélope rapidamente tentou limpar o rosto com as costas das mãos, tentando parecer forte. - Você conseguiu arrumar as coisas dos gêmeos? - perguntou com a voz trêmula, forçando um sorriso frágil.
Mas a expressão da babá foi o suficiente para fazer o sorriso de Penélope desaparecer. A jovem mulher estava pálida, parecendo desconfortável, como se estivesse prestes a dar uma notícia que sabia que Penélope não gostaria de ouvir.
- Senhora Penélope, eu... - a babá começou, e sua voz falhou. - Eu tentei... mas o senhor Colin me impediu de pegar as coisas deles.
Penélope piscou, confusa. - O quê? - Sua voz estava baixa, quase um sussurro. - Como assim, ele impediu?
A babá balançou a cabeça, nervosa, torcendo as mãos. - Ele estava no quarto dos gêmeos quando eu fui pegar as malas. Disse que não queria que eu tocasse em nada das crianças. Que elas não iam a lugar nenhum com você.
Penélope sentiu como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés. O choque e a raiva começaram a crescer dentro dela, substituindo a tristeza por uma sensação ardente de traição. - Ele... Ele disse o quê? - repetiu, ainda tentando processar.
A babá assentiu, a voz quase inaudível. - O senhor Colin disse que, se a senhora quiser ir embora, pode ir... mas as crianças ficam.
Por um momento, o mundo de Penélope pareceu parar. Ela nunca imaginou que Colin seria capaz de algo assim, de tentar usar os filhos como uma arma para mantê-la sob controle. Eles tinham brigado, estavam machucados, mas ela jamais pensou que ele iria a esse ponto.
Penélope fechou os olhos, respirando fundo para conter a tempestade de emoções que ameaçava explodir. Ele não pode fazer isso... pensou, sentindo a raiva pulsar nas veias. Lentamente, ela se levantou, o corpo inteiro tremendo de indignação.
- Onde ele está? - perguntou, sua voz agora baixa e firme, cheia de uma determinação sombria.
- Ele... Ele está no escritório, senhora - a babá respondeu, ainda mais assustada com o olhar que via nos olhos de Penélope.
Sem dizer mais nada, Penélope deixou as roupas no chão e saiu do quarto, atravessando a casa como um furacão. A cada passo, sua fúria aumentava. Colin Bridgerton podia pensar que tinha controle sobre tudo e todos, mas ela não iria permitir que ele a impedisse de levar os próprios filhos. Ele não vai me afastar deles. Não vai.
Ela chegou à porta do escritório e a abriu com força, sem bater. Colin estava sentado à mesa, a cabeça baixa enquanto analisava alguns papéis, mas ergueu o olhar imediatamente ao sentir sua presença. Ele não parecia surpreso ao vê-la, mas algo em seus olhos a desafiava, como se estivesse esperando por essa confrontação.
- Como você ousa? - Penélope disparou, a voz cheia de raiva. - Como você ousa impedir que eu leve as coisas dos nossos filhos?
Colin se recostou na cadeira, a expressão impassível. - Eu disse que eles não vão a lugar nenhum, Penélope. Se você quer ir embora, vá. Mas Agatha e Thomas ficam.
- Você não pode fazer isso! - gritou ela, dando um passo à frente, o corpo inteiro em chamas. - Você não pode me separar dos meus filhos!
- E você não pode simplesmente decidir sair e levar tudo de mim - retrucou ele, finalmente se levantando, a raiva também brilhando em seus olhos. - Eles são meus filhos também. E eu não vou deixar você levá-los embora só porque está brava comigo.
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Vendida ao Traficante (Polin)
FanfictionSempre apontada como uma perfeita menina da máfia italiana, Penelope Featherigton era adepta aos costumes, tanto que foi criada para ser uma boa filha, e consequentemente, a esposa perfeita. Ela ainda insiste sonhar com um conto de fadas, mesmo que...