descoberto

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Colin estava sentado em uma cadeira de couro em seu quarto de hotel, o olhar fixo na tela do computador. As informações que Penélope havia passado sobre a localização de sua mãe estavam espalhadas em vários arquivos e relatórios. Cada pista, por mais insignificante que fosse, era analisada com precisão. Portia Featherington tinha que ser encontrada — e eliminada. Ele sabia que cada segundo perdido era uma oportunidade para ela desaparecer novamente.

Anthony e Benedict estavam no quarto ao lado, discutindo estratégias com alguns dos homens que tinham trazido da Itália. Embora fossem irmãos, Anthony e Benedict respeitavam Colin como líder e sabiam que esse plano era pessoal para ele. Não se tratava apenas de negócios ou de controle, mas de algo muito mais profundo. Portia não apenas traiu a confiança de Penélope, mas colocou a vida dela em risco várias vezes. Colin jamais perdoaria isso.

Ele estalou os dedos, os olhos ainda fixos no monitor, enquanto as fotos de possíveis contatos de Portia na cidade passavam pela tela. Informantes, aliados, todos estavam sob vigilância. “Ela não pode escapar”, murmurou para si mesmo.

Penélope tinha sido clara: Portia era perigosa e manipuladora. Se ela estava em Londres, então era apenas questão de tempo até que tentasse sabotar tudo o que Penélope e Colin haviam construído. Colin não permitiria isso. Ele queria acabar com Portia de uma vez por todas — e faria isso, custasse o que custasse.

Colin se recostou na cadeira, a expressão impenetrável enquanto observava Marco Fiore entrar no quarto. O homem parou, rígido, com um leve tremor que tentou esconder ao encontrar o olhar afiado do chefe. Marco era um dos funcionários de mais longa data da organização, alguém em quem Colin pensava poder confiar cegamente — até que surgiram os rumores de seu envolvimento com Portia Featherington.

— Marco— Colin cumprimentou friamente, inclinando a cabeça em um gesto quase educado. — Sente-se.

Marco hesitou por um segundo antes de se acomodar na poltrona de frente para Colin.

O ambiente estava carregado, e o silêncio que se seguiu era quase sufocante. Colin não tirava os olhos dele, o que só aumentava a pressão. Marco tentava manter a postura, mas era impossível não perceber o nervosismo que começava a transparecer.

—Temos um problema,— Colin começou, cruzando os braços. — Um problema chamado Portia Featherington.— Ele viu o pequeno tique no canto do olho de Marco, um traço sutil que denunciava a tensão. — E me disseram que você pode saber mais do que deveria sobre esse problema.

Marco abriu a boca para responder, mas Colin o interrompeu, inclinando-se para a frente e baixando a voz para um tom quase confidencial.

— Vamos fazer um jogo. Você é inteligente, Marco, e eu sou um homem justo. Quero saber exatamente qual é o seu envolvimento com a família Featherington. Principalmente com Portia. Se você for sincero, talvez eu considere poupá-lo.

Os olhos de Marco arregalaram-se ligeiramente, mas ele rapidamente disfarçou.

—Senhor, eu nunca —

— Não adianta negar.— Colin sorriu, mas não havia gentileza em seu sorriso. — Cada palavra sua será avaliada. Cada movimento será observado. Eu tenho tempo e muitos recursos. Podemos ficar aqui a noite toda, se precisar. Só que, no final, eu vou descobrir a verdade.

Ele deixou a ameaça pairar no ar por um momento antes de continuar:

—Então, que tal começar me contando sobre seu... passado? Como conheceu a família Featherington?

Marco respirou fundo, lutando para manter a compostura. Ele sabia que qualquer mentira mal contada poderia custar sua vida.

— Eu conheci Portia... há muitos anos, antes mesmo de entrar para a sua organização. Eu era apenas um garoto na época. Um amigo dela, mais ou menos.— Ele deu de ombros, como se aquilo não fosse importante. — Quando ela se casou e a família caiu em desgraça, eu a ajudei algumas vezes. Só isso.

Vendida ao Traficante (Polin)Onde histórias criam vida. Descubra agora