a separação

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Colin estava sentado na beira da mesa do escritório, o ambiente iluminado apenas pelo brilho fraco do abajur ao lado. Ele tinha o celular colado ao ouvido enquanto falava rapidamente com Anthony, a voz tensa.

— Você conseguiu rastrear algum sinal dele? — Colin perguntou, o olhar fixo na tela cheia de informações sobre o paradeiro de Gregory.

— Ainda nada concreto — respondeu Anthony, do outro lado da linha. — Estamos vasculhando cada contato, cada possível localização. Mas ele sumiu completamente dos radares, Colin.

Colin fechou os olhos, sentindo o peso da preocupação se intensificar. Gregory nunca havia desaparecido assim antes. Era diferente de qualquer outro problema que enfrentaram.

— Merda, Anthony — Colin murmurou, massageando a testa como se tentasse dissipar a dor de cabeça crescente. — Se algo acontecer com ele… — Ele não conseguiu completar a frase, a voz falhando com o medo sufocante de perder o irmão.

— Nós vamos encontrá-lo — Anthony respondeu com firmeza, tentando soar mais confiante do que se sentia. — Ele é um Bridgerton. Não vai ser fácil derrubá-lo.

Mas, antes que Colin pudesse responder, o celular em sua mão vibrou com uma nova ligação. O nome de Gregory apareceu na tela, fazendo o coração de Colin pular.

— Espera um segundo, Anthony — ele disse rapidamente, trocando de linha. — É ele!

Colin atendeu no mesmo instante, o desespero transparecendo em sua voz.

— Gregory?! Onde você está? Me responde!

Do outro lado, a voz de Gregory surgiu, mas soava arrastada e desorientada. Ele parecia estar chorando, com a respiração irregular e soluçante.

— Colin... — ele murmurou, com a voz falhando. — Eu... eu não sei... — Ele começou a rir de forma estranha, claramente delirando. — Eu... eu a vejo...

— Gregory, escuta! — Colin interrompeu, tentando controlar o pânico. — Onde você está? Me dá alguma pista! Eu vou te buscar, eu prometo!

Mas Gregory parecia alheio, como se estivesse em outro mundo. — Ela... — continuou, sua voz quebrada, quase um sussurro. — Ela está aqui... comigo... — Ele começou a chamar o nome de uma mulher, repetidamente, como se estivesse preso em algum tipo de pesadelo.

— Ela quem, Gregory? — Colin gritou, tentando trazer o irmão de volta à realidade. — Fala comigo! Quem está aí com você?

Mas Gregory só murmurava um nome, repetidas vezes, com a voz embargada e cheia de dor, parecendo estar afundando em um turbilhão de emoções que Colin não conseguia alcançar.

Colin sentiu um arrepio gelado percorrer sua espinha. Ele conhecia aquele nome. Era um nome que Gregory não pronunciava há muito tempo, um nome que pertencia a alguém que havia marcado o passado do irmão de forma devastadora.

— Merda… — Colin sussurrou, sentindo o desespero crescendo. — Gregory, você precisa me dizer onde está! Me escuta!

Mas a linha ficou em silêncio, e tudo que restou foi o som abafado de Gregory chorando e chamando pelo nome de uma mulher perdida em sua memória.

Antes que Colin pudesse reagir, o telefone ficou mudo. A ligação caiu.

— Gregory! — Colin gritou para o celular, mas era tarde demais. Gregory havia desaparecido de novo.

Gregory estava deitado no sofá de uma pequena sala de estar, o ambiente iluminado apenas por um abajur antigo. A casa de Lucy tinha um ar acolhedor e familiar, mas naquela noite, tudo parecia envolto em sombras. Gregory se mexia inquieto, os olhos pesados e o rosto banhado de lágrimas enquanto murmurava palavras desconexas.

Vendida ao Traficante (Polin)Onde histórias criam vida. Descubra agora