Cliente Misterioso

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Christopher estava sozinho em seu escritório, as luzes baixas contrastando com o brilho da tela à sua frente. A imagem de Dulce Maria tomava conta de tudo, e por mais que ele tentasse manter o controle, a presença dela o consumia. Seus olhos seguiam cada movimento, cada sorriso provocante, cada sutil ajuste de seu corpo perfeito. Era impossível desviar o olhar.

Ela sabia que ele estava ali. Sabia que ele era o cliente misterioso que sempre pagava a mais, mas nunca revelava seu rosto. O segredo entre eles apenas intensificava o jogo, tornando tudo mais intenso. E naquela noite, quando ela olhou diretamente para a câmera e sussurrou: "Isso é só para você", algo dentro dele quebrou.

Seu corpo reagiu de forma involuntária, os músculos tensos, o coração acelerado. Ele se inclinou mais perto da tela, como se pudesse estar mais perto dela, como se o vidro fino pudesse dissolver a distância. O desejo crescia, uma necessidade visceral que ele mal conseguia conter. Suas mãos tremiam enquanto deslizavam sobre seu corpo, mas não era apenas o ato físico que o envolvia. Era o poder que ela tinha sobre ele, a maneira como, mesmo sem saber, ela o controlava.

O tempo parecia parar enquanto ele a assistia e se masturbava, o mundo lá fora desaparecendo. Havia apenas ela, sua voz suave, seu corpo em movimento, e o desejo que queimava em seu peito. A tensão aumentava a cada segundo, e ele sabia que, no fundo, não era só a atração física. Havia algo mais, algo que ele não queria admitir: uma conexão mais profunda, uma obsessão que ia além do prazer momentâneo.

E enquanto seu corpo respondia ao de Dulce, ele percebeu que estava completamente rendido.

Christopher mantinha seus olhos fixados em Dulce, no seu corpo, em cada parte que ela fazia questão de mostrar nas câmeras. Do outro lado, ela também estava excitada em escutá-lo gemendo de prazer, não demorou muito para que ele gozasse pensando e vendo ela. Christopher ainda estava ofegante, o suor acumulando-se em sua testa enquanto seus olhos fixavam-se na tela. Ela continuava ali, movendo-se para ele, os lábios curvados em um sorriso sedutor. Mas, de repente, a realidade pareceu bater com força. Um vazio se instalou no fundo do seu peito, a sensação de que aquilo estava indo longe demais.

Era só uma tela, ele pensou. Só uma mulher do outro lado de uma câmera, e ainda assim, o controle que ela tinha sobre ele era esmagador. Ele fechou os olhos por um instante, tentando afastar o calor que tomava conta do seu corpo, mas a frustração crescia. Não era isso que ele precisava. Não era real.

Sem aviso, ele fechou o laptop com um movimento rápido, o estalo ressoando pela sala silenciosa. No outro lado, ela provavelmente estava confusa, surpresa com o abrupto fim da transmissão, mas ele não podia se importar. O desconforto o consumia. Ele, um homem acostumado a ter tudo o que queria, estava se perdendo em um desejo por alguém que mal conhecia, por alguém que ele poderia ter de verdade, se quisesse. Mas não daquele jeito.

Ele passou as mãos pelo rosto, respirando fundo. Não precisava pagar por atenção, nem por desejo. Isso era fraco, patético. Havia inúmeras mulheres reais, tangíveis, ao seu alcance – modelos que cruzavam sua agência todos os dias, mulheres que sorriam para ele em festas e eventos, oferecendo-se sem que ele precisasse mover um dedo.

Levantou-se rapidamente, como se tentasse fugir do que acabara de acontecer. Pegou o celular e, com alguns toques, percorreu sua lista de contatos. Podia escolher quem quisesse. Qualquer uma estaria disponível, desejando a chance de estar ao lado de alguém como ele. As opções estavam ali, esperando por sua ligação.

"Chega de ilusões," murmurou para si mesmo enquanto discava o número de uma mulher que ele sabia que diria "sim" sem pensar duas vezes. Era um lembrete para si próprio: ele não precisava mendigar por atenção. Ele era quem ditava as regras, sempre foi.

CAM | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora