Segredos no escuro

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Christopher voltou para casa pensando em tudo que aconteceu. A indiferença de Alfonso com Dulce, o visível incomodo dela com o descarte do irmão. Tudo veio a tona, pegou uma garrafa de Johnnie Walker Blue Label e virou, na tentativa de esquecer o sexo entre Dulce e Alfonso, a briga com o irmão, de esquecer o mundo e esquecer que ele estava completamente apaixonado.

No dia seguinte, Christopher entrou no escritório com passos firmes e um olhar carregado de raiva. A cena de Alfonso e Dulce juntos no sofá e a briga com o irmão ainda queimava em sua mente, e a decepção só crescia a cada lembrança. Ele tentava afastar os pensamentos, mas a imagem dos dois se beijando com tanto desejo, as palavras do irmão e a mágoa de Dulce por esperar algo a mais com Alfonso, o corroía por dentro. Tudo o que aconteceu nos últimos dois dias era como uma traição pessoal, algo que ele não conseguia aceitar.

A porta do escritório se fechou atrás de Christopher, o isolamento da cobertura dando-lhe o espaço que ele tanto precisava. Só que o silêncio apenas amplificava o caos dentro dele. A cada segundo, a raiva se intensificava, e ele sentia que precisava de um escape. Foi quando a porta se abriu com um leve rangido, revelando Maitê.

Ela entrou silenciosamente, um sorriso provocante no rosto, sabendo que o chefe não estava em seu melhor estado. Ela sempre observou Christopher, admirando-o de longe, e aproveitava qualquer oportunidade para se aproximar. Hoje, ela sentia que era o momento certo.

"Você parece... tenso," ela disse suavemente, fechando a porta atrás de si e se aproximando devagar.

Christopher levantou os olhos para ela, ainda tomado pela raiva, mas agora havia algo a mais. A raiva estava se transformando em frustração, e a presença dela, tão disponível e provocante, oferecia um caminho de fuga para seus sentimentos confusos.

Maitê se aproximou ainda mais, pousando a mão sobre o peito dele, seus dedos deslizando levemente pela camisa. "Talvez eu possa ajudar a aliviar isso..." A recepcionista sussurrou com um olhar sedutor, seus lábios quase tocando os dele.

Ele não respondeu. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos sobre Dulce, mas a frustração o cegava. Sem pensar muito, Christopher agarrou Maitê pela cintura, puxando-a para mais perto. Ela correspondeu imediatamente, seus corpos colados enquanto ele a empurrava em direção ao sofá.

O desejo que ele sentia não era por ela, mas sim a necessidade de se perder, de se afastar de tudo que o estava consumindo. Ele estava tentando entorpecer os sentimentos com algo físico, algo que o fizesse esquecer, nem que fosse por um momento.

A recepcionista gemeu baixo quando ele a deitou no sofá, e as roupas começaram a se desfazer rapidamente. Christopher não pensava, apenas agia, com as mãos percorrendo o corpo dela de forma desesperada. Mas, mesmo enquanto eles se envolviam, sua mente estava em outro lugar. Ele queria Dulce, mas não conseguia ter. Isso só intensificava sua frustração.

Em meio a isso, a porta do escritório se abriu lentamente. Dulce entrou sem bater, com a intenção de conversar com Christopher sobre a campanha, mas o que viu a paralisou no meio do caminho. Seus olhos se arregalaram ao ver Christopher com a recepcionista, os corpos enroscados no sofá. Ela não sabia como reagir, sua mente atordoada pela cena à sua frente.

Sentiu uma pontada no peito. Mágoa. Confusão. O que ela estava vendo era muito mais do que imaginava. A dor foi súbita, como se o chão tivesse sido tirado debaixo de seus pés. E então, sem dizer uma palavra, ela saiu do escritório tão silenciosamente quanto entrou, deixando para trás o som abafado dos gemidos e sua própria dor.

Christopher agora estava em casa, sentado à frente do computador, os dedos pairando sobre o teclado enquanto observava o perfil de Dulce no OnlyFans. Ele havia passado o dia refletindo sobre tudo — sobre Alfonso, sobre como ele mesmo havia agido transando com Maitê, e principalmente sobre Dulce. A imagem dela, as palavras duras que Alfonso dissera sobre ela, ainda ecoavam em sua mente. Ele sabia que precisava falar com ela. Precisava vê-la.

CAM | VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora