Martyna Łukasik era uma figura imponente em quadra. Alta, forte e com uma presença que intimidava qualquer adversária, rapidamente se tornou uma das jogadoras mais respeitadas da liga europeia de vôlei. Sua dedicação ao jogo era absoluta; ela vivia para a competição, para a vitória e para o aperfeiçoamento constante de suas habilidades. Não havia espaço em sua vida para distrações ou envolvimentos pessoais dentro do time. E, honestamente, Martyna preferia assim.
Tudo começou a mudar com a chegada de uma nova jogadora: Sofia Almeida. Diretamente da seleção brasileira, Sofia era a antítese de Martyna. Se a polonesa era uma muralha intransponível, Sofia era uma tempestade imprevisível — ágil, sorridente e cheia de energia. Logo no primeiro treino, o atrito entre elas era palpável.
Martyna não suportava a leveza de Sofia, que parecia encarar cada treino como uma brincadeira. Sofia, por sua vez, achava a postura de Martyna insuportavelmente rígida, sempre com uma crítica pronta. O restante do time notava a tensão crescente, mas ninguém entendia de onde vinha aquela animosidade. Nem mesmo Martyna conseguia explicar. Talvez fosse a forma como Sofia sempre parecia se divertir, conquistando facilmente a simpatia de todas, enquanto ela se mantinha reservada. Talvez fosse a maneira como a brasileira a desafiava constantemente, seja em uma jogada surpreendente ou em um comentário afiado fora de quadra.
Com o passar dos meses, os olhares irritados e as respostas curtas se tornaram uma constante. As provocações entre as duas eram frequentes e intensas. O time se dividia entre aqueles que tentavam apaziguar a situação e os que secretamente se divertiam ao ver as faíscas voando cada vez que elas se aproximavam
A dinâmica entre Martyna e Sofia começou a mudar em uma noite após uma vitória suada em um torneio fora de casa. O time foi comemorar em um restaurante, mas Martyna, como de costume, manteve-se mais distante das risadas e das conversas animadas. Preferia observar de longe, sentada na ponta da mesa.Sofia, por outro lado, era o centro das atenções. Ela ria alto, contava histórias e fazia piadas que arrancavam gargalhadas das colegas. A cada riso mais escandaloso, Martyna revirava os olhos, mas, por alguma razão, não conseguia deixar de observar a brasileira. Havia algo na leveza de Sofia que a incomodava profundamente. Talvez fosse inveja. Sofia parecia levar a vida com uma facilidade que Martyna jamais teve.
Percebendo o olhar fixo de Martyna, Sofia levantou sua taça de vinho com um sorriso desafiador. "E aí, Łukasik, vai ficar só olhando ou vai se juntar à diversão?"
Martyna riu com desdém. "Prefiro economizar minha energia para o jogo."
Sofia, sem perder o ritmo, provocou: "Você parece estar sempre economizando. Será que algum dia vai liberar um pouco dessa tensão toda?"
O grupo ao redor riu, e Martyna sentiu o sangue subir ao rosto, mas, ao invés de se calar, ela respondeu de forma afiada. "Talvez eu esteja economizando para o momento certo. Algo que você parece não entender."
As provocações continuaram durante a noite, mas, estranhamente, Martyna não se sentiu tão irritada quanto antes. Pela primeira vez, as trocas afiadas não a deixaram furiosa, mas sim curiosa. Havia algo ali que ela não conseguia nomear.
Nos treinos seguintes, a dinâmica entre as duas mudou. Continuavam a se provocar, mas agora havia um tom diferente. As respostas ácidas foram substituídas por um jogo divertido, uma espécie de flerte disfarçado que ambas se recusavam a admitir.
Um dia, após um treino particularmente intenso, as duas ficaram sozinhas no ginásio. Martyna, como sempre, treinava alguns movimentos extras, enquanto Sofia, sentada nas arquibancadas, a observava.
"Você treina tanto, mas ainda não conseguiu me bloquear naquele último ponto", comentou Sofia com um sorriso provocador.
Martyna, sem tirar os olhos da bola, respondeu secamente: "Eu deixo passar porque gosto de te ver tentando me impressionar."
Sofia riu, levantando-se e caminhando em direção à rede. "Impressionar você? Que bom saber que estou no caminho certo."
Martyna finalmente olhou para ela, o suor escorrendo pela testa. "Você vai precisar de mais que uma jogada rápida para isso."
Sofia parou do outro lado da rede, encarando-a com um brilho nos olhos. "Eu gosto de desafios."
O silêncio que se seguiu fez Martyna sentir o coração acelerar. Aquela tensão entre elas já não era mais de irritação ou raiva. Era outra coisa. Algo muito mais perigoso.
Com o tempo, as provocações se tornaram mais intensas e diretas. Se antes a tensão era dominada pela irritação, agora havia uma energia diferente, algo mais leve, quase divertido. Martyna, para sua surpresa, não só não recuava como começava a gostar daquilo.
Uma manhã, após mais uma noite de provocações durante o jantar do time, Martyna acordou com uma mensagem de Sofia:
*"Sonhou comigo?"*
Ainda sonolenta, Martyna sorriu e respondeu:
*"Graças a Deus, não."*
Sofia respondeu rapidamente, sem perder o tom provocador:
*"Então cadê meu 'bom dia'?"*
Martyna revirou os olhos, mas o sorriso permaneceu.
*"No inferno. Vai lá buscar."*
Sofia gargalhou e, sem perder o ritmo, devolveu:
*"Isso é um convite para conhecer sua casa, amor?"*
Martyna hesitou por um segundo antes de responder:
*"Energias negativas não passam pela minha porta."*
A resposta de Sofia veio rápida:
*"E como você faz? Pula a janela?"*
Semanas depois, em uma noite após uma importante vitória, a tensão entre elas chegou ao ápice. Sozinhas no vestiário, Sofia se aproximou de Martyna com o sorriso provocador de sempre.
"Vai ficar quieta dessa vez, Łukasik? Ou finalmente está sem palavras?"
Martyna não respondeu de imediato. Seus olhos encontraram os de Sofia, e o silêncio entre elas ficou carregado. Então, sem aviso, Martyna a puxou pela cintura e a beijou. O beijo foi intenso, cheio da tensão acumulada ao longo dos meses. E, naquele momento, tudo fez sentido — as provocações, os olhares, as respostas afiadas. Tudo culminou naquele beijo.
A partir daquele dia, o relacionamento entre Martyna e Sofia mudou completamente. As provocações e os flertes continuaram, mas agora com a certeza de que havia algo mais profundo entre elas. A intensidade de Martyna encontrou na leveza de Sofia um equilíbrio perfeito, e o que começou como rivalidade se transformou em uma conexão que nenhuma delas esperava. Juntas, descobriram que, entre bloqueios e sentimentos, encontraram algo muito mais poderoso — uma à outra.
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Conegliano ganhou hoje, nunca fui triste.
Estou tão apaixonada essa mulher, quem quiser me presentear com ela, ficarei extremamente grata 🫶❤️
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One Shots - Vôlei
FanfictionBreves histórias das atletas do vôlei. Podem fazer pedidos se quiserem alguém em específico, vou tentar fazer. 💕