— Voltamos... — começou, olhando diretamente para a câmera — Sabe... — disse, movendo-se lentamente em direção ao Coringa, — Apesar de estar muito divertido... — fez um biquinho debochado, contornando a mesa com um passo decidido — Já estou me entediando — riu, a voz cheia de ironia — Apesar de você não merecer — declarou, aproximando-se com um sorriso gélido — Vou ser misericordiosa e poupá-lo de um certo sofrimento que eu havia planejado — se colocou atrás dele — Já que o meu amorzinho não está de acordo com essa situação, acho que está na hora de colocar um ponto final — finalizou, passando a faca pelo seu pescoço, a lâmina deslizando na pele e o sangue quente escorrendo pela mão dela.
— Aí, meu Deus! — exclamou o substituto, e ao me virar, o vi se curvar sobre a lixeira, vomitando com força. O cheiro desagradável misturava-se ao ar pesado da caverna.
Revirei os olhos, um tanto exasperado, e voltei a focar no monitor, onde a imagem do Coringa, agora inerte, pulsava com um ar de vitória. Havia uma estranha satisfação em vê-lo finalmente morto, mas uma pontada de preocupação se instalou em minha mente. Sabia que essa vitória não viria sem suas consequências irritantes.
— Acho que podemos encerrar as buscas — anunciou Damian, levantando-se da cadeira com um ar de alívio que logo se transformou em um semblante sério.
O silêncio que se seguiu parecia carregado de tensão, até que o som do meu celular quebra a atmosfera pesada, trazendo uma notificação insistente.
Me afastando um pouco, senti os olhares analíticos de Bruce e Dick nas minhas costas, como se avaliassem cada movimento meu. Era desconfortável.
Peguei o telefone e abri a mensagem da Laila. Ao terminar de ler, um suspiro escapou dos meus lábios. As palavras dela estavam impregnadas de ansiedade, e sabia que as coisas em meu relacionamento estavam prestes a se complicar ainda mais.
Voltei para perto dos monitores, onde o tom da conversa entre Bruce e Grayson havia mudado. Discutiam, com um leve murmurinho, sobre o quão confiável eu era. Cada palavra lançada parecia um tijolo, construindo um muro entre nós, e eu me perguntei se conseguiria derrubá-lo antes que tudo desmoronasse.
Meu olhar endureceu enquanto eu ouvia cada palavra trocada. Era previsível que Bruce questionasse minha lealdade, especialmente depois de tudo que aconteceu, mas ouvir Dick também duvidando de mim... aquilo era irritante.
— Se têm algo a dizer sobre mim, podem falar diretamente, não precisam sussurrar como velhas fofoqueiras — comentei, minha voz cortante ecoando pela caverna.
Bruce parou por um momento, aquele olhar sombrio que sempre mantinha escondido por trás da máscara de Batman estava lá, inabalável, implacável. Ele suspirou, seus olhos passando dos monitores para mim, calculando.
— Jason... — começou ele, a voz mais grave que o normal — Está claro que o que acabou de acontecer está relacionado com você. Acreditamos quando você disse que iria melhorar e desistir da vingança contra o Coringa. Mas está óbvio que quem o matou fez isso por você.
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Monster | Laila Al Ghul
FanfictionSob a faca, eu me rendi. A inocência é sua para consumir, você a cortou fora e me encheu com ódio. No silêncio você me enviou, no fogo consumiu. Você pensou que eu ia esquecer mas está sempre na minha cabeça. Você é o pulso em minhas veias. Você é a...