Sob a faca, eu me rendi. A inocência é sua para consumir, você a cortou fora e me encheu com ódio. No silêncio você me enviou, no fogo consumiu. Você pensou que eu ia esquecer mas está sempre na minha cabeça. Você é o pulso em minhas veias. Você é a...
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Não havia mais volta. Jason teria que lidar com o que eu fiz, e, no fundo, sabia que ele entenderia, mesmo que demorasse.
O som de passos ecoou pelo corredor, trazendo-me de volta à realidade. A Liga dos Assassinos estava pronta para agir, como sempre. Meus subordinados estavam acostumados com minha liderança impiedosa, mas agora... havia algo diferente no ar, algo que eu não conseguia definir.
Ao passar pela sala de onde acabei de sair, parei por um segundo. O corpo do Coringa ainda estava lá, a bagunça não tinha sido totalmente limpa. Era estranho como, depois de tanto tempo planejando isso, o impacto da morte dele não parecia o que eu havia imaginado.
— Senhorita? — a voz de um dos meus soldados quebrou o silêncio. Ele estava esperando do lado de fora, o rosto impassível, mas atento — Tudo pronto para partirmos.
— Ótimo. Vamos — respondi, com frieza controlada. Mantive o foco. Não havia tempo para distrações.
Caminhei em direção à saída do galpão, sentindo o vento frio da noite tocar meu rosto assim que saí. O mundo lá fora parecia continuar indiferente ao que acontecera ali dentro, como se a morte do Coringa fosse apenas mais um evento passageiro, algo que não faria diferença no caos que permeava Gotham e além.
Subi no carro que estava esperando, o motor já roncando baixo. Sentei-me no banco de trás, os vidros escuros me isolando do restante da cidade. Meu coração estava acelerado, mas minha mente estava calma, focada no próximo passo.
— Para onde, senhora? — perguntou o motorista, sem olhar para mim.
— Starling City — respondi, ajustando minha postura no banco. Não havia mais motivos para hesitar.
O carro acelerou, e enquanto as luzes da cidade desapareciam ao longe, me preparei para o que estava por vir. Isso era apenas o começo.
Eu sabia que, ao atravessar aquela linha, teria que arcar com as consequências. Jason me entenderia... ele precisava entender.
Não consegui evitar pensar nele. Ele sempre quis justiça, queria vingança, mas não a qualquer custo. Quando vi o Coringa rindo, mesmo depois de tudo o que ele tirou de nós, algo dentro de mim quebrou. Não era apenas vingança pelo que ele fez com Jason. Era por tudo.
A Liga dos Assassinos me treinou para isso — matar sem hesitação, eliminar sem remorso. Mas eu nunca havia sentido o peso de uma morte tão pessoal.
"Ele precisava morrer," eu disse a mim mesma, repetindo aquelas palavras como um mantra, mas elas soavam vazias agora. Tudo o que eu fiz foi por Jason, mas no fundo eu sabia que isso não o traria paz.
Acelerando pelas ruas desertas que se estendiam para fora de Gotham, o horizonte se abria à frente como uma fuga inevitável. O caminho para Starling City era longo, mas eu precisava de um lugar onde pudesse me esconder, pensar, e, acima de tudo, alguém em quem confiar. A pessoa mais próxima que poderia me ajudar agora era Oliver Queen — o Arqueiro Verde, meu padrinho.
