04

22 7 0
                                    

— Onde você estava? — perguntei assim que o Roy entrou no galpão, o tom de impaciência evidente na minha voz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

— Onde você estava? — perguntei assim que o Roy entrou no galpão, o tom de impaciência evidente na minha voz.

Ele passou por mim como se não tivesse ouvido, indo direto para um banquinho no canto da sala.

— Está surdo, porra? — insisti, cruzando os braços.

— Fui dar uma volta — respondeu, sem me olhar nos olhos. Seu tom desdenhoso apenas aumentou a minha frustração.

— Sério? — ri com sarcasmo. — Vai tentar mentir para mim?

Ele continuou ignorando minha pergunta, então decidi deixar para lá. Mas a inquietação em meu estômago persistia, como se algo estivesse fora do lugar.

— A mamãe ligou — comentei, tentando puxar conversa. — Ela disse que conseguiram localizar o Wilson.

— Sério? — sua expressão mudou, os olhos se iluminando. Eu podia ver a esperança em seu rosto, um pequeno sinal de que talvez tudo não estivesse perdido.

— Agora está ouvindo? — perguntei, levantando uma sobrancelha em desafio.

— Vai se foder, Lala — ele revirou os olhos, mas não conseguia esconder um sorriso involuntário que escapuliu.

— Que boquinha suja! — fiz um biquinho brincalhão. — Devia lavar com um pouquinho de ácido.

— Que maldade — ele respondeu, rindo, e por um momento, a tensão entre nós diminuiu.

— Enfim... ela vai levar pra Nanda Parbat e disse que você já pode ir — continuei, tentando manter a seriedade.

— E você? — ele perguntou, um tanto confuso. Eu podia ver a preocupação se formando em seus olhos.

— Vou ficar bem — dei de ombros.

— Tem certeza, Lala? — ele se aproximou, o olhar preocupado. — Sabe que eu faria qualquer coisa por você.

Um sorriso involuntário escapuliu dos meus lábios, e tentei disfarçar a emoção. Agradeci silenciosamente por ter alguém como ele ao meu lado.

— Vamos deixar o sentimentalismo de lado — respondi, tentando manter a firmeza na voz. — Vá para Nanda Parbat; há um certo assunto seu inacabado lá.

Um brilho de determinação iluminou seu olhar, e ele me puxou para um abraço apertado. O calor de sua presença trouxe um alívio temporário, e por um momento, tudo parecia estar certo no mundo.

— Muito obrigada — sussurrou ao me soltar, um misto de gratidão e alívio em sua expressão. Eu podia sentir a tensão dele diminuindo.

Virei-me, tentando me recompor, mas a adrenalina ainda corria em minhas veias. A responsabilidade pesava sobre meus ombros, e o que estava por vir me deixava inquieta.

— O jatinho vai sair em 20 minutos. Não perca tempo — avisei, insistindo para que ele seguisse em frente.

Ele acenou com a cabeça, um sorriso curto se formando nos lábios antes de dar um tchauzinho com a mão, e então desapareceu pela porta. O som da porta se fechando ecoou, deixando um vazio no galpão.

Monster | Laila Al GhulOnde histórias criam vida. Descubra agora