Sob a faca, eu me rendi. A inocência é sua para consumir, você a cortou fora e me encheu com ódio. No silêncio você me enviou, no fogo consumiu. Você pensou que eu ia esquecer mas está sempre na minha cabeça. Você é o pulso em minhas veias. Você é a...
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— Oi, amor, sentiu saudades? — a voz dela soou no meu ouvido, quase provocativa.
— Que porra você tá fazendo? — repeti, tentando manter a calma, mas a tensão na minha voz era evidente.
Ouvi uma risada dela, seguida por um grito agudo que fez meu coração disparar.
— Não é óbvio? — ela retrucou, um tom de brincadeira em sua voz, mas a ameaça era palpável. — Vou repetir pra você.
Mais um grito ecoou, e um xingamento cortou o ar, carregando a angústia de alguém que sabia exatamente o que estava acontecendo.
Ela estava torturando o Coringa.
— Os planos mudaram. Para com essa merda e vai pra casa — ordenei, tentando não deixar a preocupação transparecer.
— Você é tão engraçado, Jay — ela respondeu, a risada ainda presente, mas agora misturada com um fio de ironia. — Você pode ter me traído por essas pessoas que você acha que são sua família, mas eu vou provar que eu sim me importo e te amo de verdade. Faço o que tiver que ser feito por você! — e, com isso, desligou, deixando um eco perturbador no ar.
Suspirei, passando a mão pelo rosto. O peso da situação me atingiu em cheio. Como eu me meti nessa merda?
Abri a porta do banheiro e quase levei um susto ao dar de cara com Grayson.
— Que susto, caralho! — exclamei, passando a mão pelo cabelo em uma tentativa de me recompor.
— Eu só vim usar o banheiro — ele respondeu, arqueando uma sobrancelha, como se percebesse a tensão no ar.
Revirei os olhos e, sem mais delongas, voltei para o hall. O clima estava pesado, e a última coisa que eu queria era encarar mais uma conversa sem sentido.
— E aí? Já voltou a transmissão? — perguntei ao Bruce, tentando ignorar a inquietação que se acumulava em meu peito.
— Ainda não — ele suspirou, passando a mão pela têmpora, como se estivesse tentando dissipar a pressão que pairava no ambiente. — Tem certeza de que você não sabe quem está fazendo isso? Parece que é pessoal.
A frustração começou a se acumular dentro de mim. Era como se cada palavra dele fosse uma gota em um balde prestes a transbordar.
— Não sei quem é! Já é a milésima vez que você faz a mesma pergunta! — minha voz soou mais alta do que eu pretendia.
— Tá nervoso, Todd? — Damian interrompeu, um sorriso malicioso nos lábios.
— Cala a boca, projeto de demônio — respondi, lançando-lhe um olhar fulminante. A última coisa que eu precisava era das provocações dele agora.
Damian estava prestes a abrir a boca novamente, mas o olhar de Bruce foi suficiente para fazê-lo se calar, optando por observar em vez de intervir.
— Talvez seja alguém com quem você se envolveu nesse meio tempo — Bruce sugeriu, seu tom ainda carregado de preocupação.
