Sowing

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(Aviso: este capítulo terá cenas +18).

Diante da iminência de uma guerra, Aelwyn relembrou os tempos em que aprendera a manejar uma espada. Com a arma em mãos, ela posicionou sua lâmina em riste, desferindo ataques ao ar como fizera durante sua mentoria com sor Criston Cole.

Uma inquietação pairava sobre King's Landing, os plebeus estavam exaltados com as privações de alimentos que sofriam. A ameaça de uma revolta perturbava a todos, principalmente depois que a Rainha Viúva, Alicent Hightower, e sua filha a atual Rainha Helaena Targaryen, foram atacadas por um motim de pessoas enquanto saiam do Septo.

Aelwyn encarava tudo aquilo como um prenúncio de infortúnios que estavam por vir. Pois em uma guerra, o olhar dos soberanos dificilmente se voltava para o povo, mas a verdade era que eles ainda detinham o poder de mudar a maré de um conflito, e sua meia-irmã Rhaenyra soube disso ao enviar barcos com alimentos para King's Landing.

O ar parecia trazer alguma desventura de Dragonstone naquela manhã quando o conselho se reuniu novamente. Aelwyn também estava presente, mas os assentos do Lorde Mão e de sua mãe, que fora destituída de sua posição, estavam vazios.

- Lorde Ormund Hightower progride e lentamente - anunciou Lorde Jasper Wylde para Aemond. - Há uma grande preocupação de que seu exército esteja ameaçado em duas frentes pelos exércitos aliados a Casa Beesbury. Contudo, há boas novas. Tessarion, o dragão de Príncipe Daeron, finalmente levantou voo, seu irmão espera que ele se junte a luta em breve. Quando ele o fizer, o exército Hightower será imbatível.

Nesse momento, uma comoção do lado de fora chamou a atenção de todos. Sinos ecoaram por King's Landing, e os soldados nas guarnições prepararam os Escorpiões nas ameias da muralha quando avistaram um enorme dragão sobrevoar pela capital. Suas escamas eram da cor do bronze e as enormes asas da criatura projetavam uma sombra de terror sobre a cidade. Era Vermithor, o Fúria de Bronze, antiga montaria do Velho Rei Jaehaerys I Targaryen.

Enquanto Aemond saiu desenfreado da sala do conselho, Aelwyn se dirigiu alarmada para o Fosso dos Dragões. A Colina de Rhaenys não era distante, mas naquele dia parecia longínqua. Muitas perguntas surgiram na mente da princesa. Quem montava no dragão? Ele atacaria King's Landing?

Silverwing se encontrava agitada, como se a presença repentina do dragão a atraísse. Quando Aelwyn subiu em seu dorso, ela logo alçou voo e se encontrou no céu com Vhagar. A princesa não sabia o que faria exatamente, mas era certo que sua intenção era refrear Aemond que estava com uma expressão sedenta. Portanto, ambos seguiram atrás do dragão que havia rumado para Dragonstone, e ao longe na entrada da Baía da Água Negra, eles avistaram Vermithor pousar na ilha.

O Fúria de Bronze soltou um rugido distinto cujo eco fora escutado por eles de uma grande distância. E para surpresa de Aelwyn, ela notou quando Silverwing pareceu responder ao som com um rugido agudo. Desconfiado, Aemond chamou Vhagar e a fez voltar, enquanto Aelwyn sentiu a breve hesitação de Silverwing antes dela obedecê-la.

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No dia seguinte, Aelwyn teve de ser perseverante em conter a ira de Aemond para impedi-lo de cometer alguma atrocidade em retaliação ao que eles descobriram. Determinada, a princesa se encontrou com sua mãe e irmã para discutir o que deveriam fazer quando Aemond adentrou a sala.

- Aelwyn e Helaena estão aqui? - ele questionou quando viu sua mãe.

- O que foi? - Aelwyn indagou, apreensiva.

- A Coroa precisa de vocês - ele declarou. - Como sabem, a pretendente conseguiu mais montadores contra nós, devemos responder à altura. Preciso que voem com Silverwing e Dreamfyre para a batalha.

- Aemond - Alicent o repreendeu levantando-se.

- Eu não desejo lutar - respondeu Helaena.

- Nossos desejos dão lugar ao que é necessário para preservar o trono - reiterou Aemond, obstinado.

- Eu não queimarei ninguém - protestou Helaena.

- E quanto a você, esposa? - disse Aemond voltando-se para Aelwyn. - O verdadeiro sangue do dragão também corre em suas veias. Não podemos deixar que profanem nosso direito de nascença transformando plebeus em senhores de dragões. É um pecado e deve ser punido.

- Não Aemond - rebateu Aelwyn com veemência. - O pecado de nossa família foi ter usurpado um trono que não era nosso direito. Nós devemos encontrar uma solução pacífica para esse conflito.

- Como pode ser tão tola depois do que tentaram fazer ao nosso filho - refutou Aemond, exaltado. - Nós somos a Coroa agora, o único fim para isso serão nossas cabeças decapitadas ou talvez, para vocês, uma vida em cárcere domiciliar e vigilância.

Aelwyn respirou fundo, atordoada. Ela sabia que essa era a provável consequência.

- Mas se não fizermos isso - contestou ela com o coração angustiado. - Muitos morrerão em batalhas desnecessárias.

- As pessoas escolhem morrer por aquilo que acreditam ser o certo - replicou Aemond, e voltando seu olhar para Alicent ele continuou. - Você e nosso avô começaram isso ao coroar Aegon como rei, e agora eu não irei recuar perante as adversidades, nem que isso resulte em minha morte em meio ao fogo e ao sangue.

Alicent engoliu em seco quando contemplou as consequências de seus atos, sentindo o peso do seu plano ruir de maneira trágica. Aelwyn permaneceu calada, na tentativa de vislumbrar o futuro de sua família. Mas ela se sentia muito abatida no momento para chegar em uma decisão concreta. Consternada, ela se retirou da sala e se recolheu para os seus aposentos.

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Mais tarde naquela mesma noite, Aelwyn se encontrava na sacada de seu quarto, observando King's Landing iluminada por luzes brandas e sentindo sobre o lugar a quietude que precede a tormenta.

- Irmã - ela ouviu Aemond a chamar de repente. - Sei que não deseja o mal de ninguém. Mas em tempos como esse o bem do reino e de nossa família dependem de nós. Nossa mãe não é montadora de dragões, ela não pode entender que eu e você temos um chamado a cumprir. Venha comigo, para Harrenhal. Puniremos Daemon pelo que tentou fazer a Aemon, e triunfaremos.

- E com isso você me transformaria em uma tirana - ela comentou o encarando.

- Não - ele rebateu, segurando em seu queixo. - Eu te transformaria em Rainha. E você seria a mais bela e forte entre todas.

Aelwyn suspirou, desconcertada. Ela sabia o quão volúvel Aemond era, e o quanto um dia já o amou. Entretanto, não era apenas nele que ela pensava agora. Mas sim também em Gwayne Hightower. O fiel e honrado cavaleiro que marchara para a batalha, e possivelmente, para sua própria morte se não recebesse auxílio.

- E se houver outro caminho? - questionou-o Aelwyn com um olhar pungente. - Se eu ir com você mas houver outra alternativa que garantirá nossa segurança e não custará outras vidas, você me ouvirá?

- Sim - ele afirmou com convicção. - Eu faria isso por você, Aelwyn.

Talvez fosse pelo momento dramático que se apresentava com um ar de despedida e urgência, ou pela saudade que ambos sentiam, mas quando Aelwyn se deu conta, ela já estava envolvida com Aemond em um beijo avassalador. Suas línguas dançavam em um ritmo abrasador, como se cada um estivesse tentando reinvendicar o outro para si.

Em seguida, Aemond ergueu Aelwyn em seu tronco e ela prendeu suas pernas ao redor de seu corpo. Desse modo, ele a levou para dentro e a colocou gentilmente sobre a cama. Aemond olhou-a com fascínio antes de retirar impacientemente seu vestido, rasgando-o no processo. Aelwyn arquejou quando ele começou uma trilha de beijos por seu corpo nu, descendo por seu tronco e se detendo em sua intimidade. Aemond a pressionou de modo sedento, arrancando gemidos da princesa ao deleitar-se em seu prazer, fazendo-a entrar em êxtase. Ávido para tomá-la para si por completo, ele se despiu para revelar um membro rígido que ele deslizou vagarosamente para dentro de sua intimidade. No começo seu ritmo fora lento, mas logo ele intensificou suas estocadas, e Aelwyn que já se encontrava inebriada pelo prazer, segurou firme os lençóis da cama ao senti-lo com ímpeto dentro dela, fazendo-a atingir seu ápice. Virando-a de costas para ele, Aelwyn sentiu Aemond a invadir profundamente, seu corpo se chocava com voracidade ao dela, e através de movimentos vigorosos ele também atingiu o seu prazer e desabou ao seu lado na cama.

Blood And Ash - Gwayne Hightower Onde histórias criam vida. Descubra agora