VISITA

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ANNA.

Os quatro ainda me olhavam inconformados, a expressão de cada um era de espanto misturado com raiva, Nasser aproximou seu rosto de mim

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Os quatro ainda me olhavam inconformados, a expressão de cada um era de espanto misturado com raiva, Nasser aproximou seu rosto de mim.

      — Se você for naquela boate vou ir la e te arrancar daquele palco, na frente de todos! — ele falou tão serio que me fez ficar com um pouco de medo.

     — Se fizer isso o Vitor vai te socar e eu vou ajudar ele! — eu retruquei.

      —Posso sai de lá morto, mas naquele palco você não põe os pés!

      — Porque acham que tem o direito de mandarem na minha vida. Eu preciso trabalhar, vocês que são ricos precisam trabalhar para continuar rico e imagina eu que preciso trabalhar ou morro de fome!— eu falei.

        — Se está precisando de dinheiro é só me falar o quanto que precisa que o dinheiro estará na sua conta em cinco minutos!— Nathan falou.

         — Eu não quero seu dinheiro, eu sei me sustentar, eu tenho um emprego e vou continuar nele!

           — Anna você não vai dançar daquele jeito para todos verem, aquilo nem combina com você, é marrenta demais para estar naquela boate, não vamos deixa lá ir!— Nolan falou. — Nós podemos te ajudar e...

           — Não quero nada de vocês, me deixem ir ver minha mãe!

            — Anna, pequena Anna, por favor não vai naquela boate, eu te peço somos seus namorados se está querendo um emprego te arrumamos um na empresa, ou te contratamos como, sei lá, nossa assistente ou o que quiser que não a ofenda ao receber nosso dinheiro, mas por favor Anninha, não vai naquela boate! — Nicolas falou me abraçando.

          — Eu ja tentei ir trabalhar na empresa de vocês e deu no que deu, eu com quatro obcecados no meu pé, dispenso e eu vou ir trabalhar na boate sim, até eu pagar umas contas e conseguir arrumar outro emprego, eu só danço, ninguém me toca !

          — É mas muitos vão se tocar olhando o que é nosso, não vai Anna, você não vai para aquela boate!— Nasser falou com seriedade.

   
         — Abre a porta Nathan, eu preciso ir!— eu falei ignorando Nasser.

         — As quatro horas estaremos aqui!— Nathan falou destravando as portas do carro.

          — Abelhinha pense bem, por favor não vai a boate, nós pagaremos tudo o que precisar, não se sinta ofendida com isso, nós fazemos isso não como uma forma de te comprar e sim porque gostamos de verdade de você e faremos tudo o que pudermos para te fazer feliz e bem! — Nolan falou segurando as minhas mãos e as beijando, eu abracei ele.

         — Eu agradeço, mas eu tenho que me virar!— eu sai do carro, Nathan me ajudou a pegar as coisas do porta malas e me levou até a entrada do portão do presídio.

         — Minha bonequinha!— Nathan passou a mão por meu rosto e se inclinou me beijando. —  Você já me dominou por completo Anna, estou louco por você e só o fato de pensar em você dançando daquela forma e um monte de homens te cobiçando me deixa puto da vida, por favor, não vai para aquela boate!

          — Para com isso, não acham muito cedo para querer me por numa coleira, e não sou do tipo que usa coleira e é obediente, se quiserem ficar comigo, me aceitem como eu sou senão podem ir voltar para as cadelinhas malucas de vocês! — eu peguei a sacola das mãos dele.

     Virei as costas e entrei, peguei minha carteira de visitante e mostrei ao guarda.

  Após um tempo daquela revista humilhante eu entrei, era sempre humilhante ter que ficar nua, ter que ficar em cima de um espelho no chão e outro a sua frente. Enquanto verificam minha intimidade, entendo que muitas mulheres trazem coisas escondidas em sua intimidade para as detentas mas era muito constrangedor, sempre me sentia mal com isso.

   Ao entrar fui até o pátio e minha mãe estava na mesma mesa que sempre me esperava, fui até ela e recebi um caloroso abraço.

      —Oi minha menina!— ela me apertou forte.

       —Oi mãe, como você está?

   Quando ela me soltou nos sentamos, coloquei as sacolas na mesa, prendi meus cabelos, comecei a tirar algumas coisas da sacola, para tomarmos um café, apesar de eu já ter tomado um café da manhã bem reforçado na casa dos meus doidinhos eu ainda sim não dispenso uma refeição, sou a personificação do ditado " essa é magra por ser  ruim", porque como por um batalhão mesmo.

       — Estou bem, na medida do possível e você querida, está estudando, por favor continue estudando bastante, não se abale por eu estar aqui, eu vou ficar bem!

  Minha mãe falou, falar é fácil, difícil é não se abalar por sua mãe que sempre foi uma mulher honesta e íntegra estar presa por minha causa, difícil é estar sem a pessoa mais importante da minha vida, que sempre me apoiou em tudo, mal sabe ela quantas vezes eu quase desisti de tudo, mas ainda bem que tenho a Sassa e a Nat que nunca cogitaram a ideia de me deixar desistir e sempre me ajudaram, assim como Kevin que também me ajuda demais.

         — Estou estudando, logo vou começar a ter aulas práticas e vamos para os hospitais!— eu falei empolgada.

         — Isso é muito legal minha filha, me sinto tão orgulhosa, tudo vai dar certo para nós, nunca desista, eu não vou enquanto eu estiver respirando não viu descansar até aquele desgraçado estar preso ou morto! — minha mãe pegou um gole de café.

Eu e minha mãe somos bem parecidas na aparência e personalidade, ela era um pouco mais alta que eu, magra mas para idade ainda tinha um corpão, apesar da idade, ainda era bem bonita, não que ela fosse velha, mas ela é minha mãe e tenho que achar ela uma idosa ou estou sendo uma filha errada, eu concluí.

      — Esqueça isso mãe, precisamos nos concentrar em te tirar daqui!

       — Eu não vou esquecer Anna, isso é o que me move, isso é o que me faz aguentar tudo isso, eu já perdi um filho, foi por uma doença, foi doloroso e horrível, mas sei que ele tinha uma doença e era provável isso acontecer e eu quase perdi você, eu não iria me perdoar nunca se tivesse morrido daquela forma, então não vou esquecer nunca, você é a minha única família meu bem mais precioso e ninguém, vai te machucar!

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