🌈 Capítulo 10

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- Becky, chegamos - a voz de Irin ecoou pela sala de Rebecca.

As duas crianças acompanhadas de Irin entraram na casa e já foram atrás de Rebecca.
A empresária estava na cozinha fazendo bolo. Irin vendo aquilo suspirou e foi até a amiga, Rebecca cozinhando bolo não era uma coisa boa.

- Becky, o que aconteceu? - pergunta Irin revendo na memória o momento em que Freen apareceu com o rosto inchado e olhos vermelhos.

A empresária ficou quieta, ela sentia Irin logo atrás dela, mas não queria olhar.

- Armstrong, o que foi? - Irin foi mais rígida agora.

Rebecca sentiu os olhos arderem. Ela foi se virando lentamente e quando seu olhar encontrou com o de Irin, não foi possível aguentar segurar as lágrimas por mais tempo.
Na aquela mesma cozinha Rebecca desabou em lágrimas, não aguentou mais sentir tanta dor acumulada.

- tudo bem, Becky. Eu estou aqui - Irin abraçou a amiga tentando passar o máximo de consolo a Rebecca que estava em prantos.

Sentia um misto de emoções, um pouco de felicidade, tristeza, dor, agonia raiva e... confusão.
As emoções de Rebecca estavam todas juntas e parecem causar problemas na mente da mesma, isso era um problema.

Irin assimilou aquele choro toda a data que o dia seguinte seria e o fato de Freen aparecer na porta da empresária com os olhos vermelhos.

O dia seguinte seria o dia mais triste de Rebecca, o dia em que todos os anos passou se lamentando e com dor no peito, a tristeza a consumia nessa data e antes dela.
Quando Irin havia perguntado o porquê a família de Rebecca não comemorava mais os aniversários de seu irmão mais novo a resposta seria dolorida e triste. Ricky parou de comemorar o aniversário quando Lían faleceu, ou seja, hoje seria dia festa, mas é um dia sombrio para a família Armstrong.

Um pouco longe dali estava Freen agachada no canto do quarto. Ela se lamentava por não ter contado a Rebecca antes e por ser tão lerda a ponto de não perceber a semelhança entre os dois irmãos.

Sem perceber a porta foi aberta por sua assessora, Noey.

- Freen? O que foi? - Noey agachou ao lado da amiga sem entender o que a mesma tinha.

A razão para que Noey esteja ali era o fato de que Freen sumiu durante a manhã inteira deixando-a preocupada.
A Internet estava uma loucura, todos queriam saber a relação das duas e mais ainda, por que Freen no se pronunciava e nem Rebecca dando mais teorias aos fãs.

- Noey... - a voz de Freen saiu chorosa e fraca demais.

A assessora abraçou Freen ainda sem entender o porquê ela estava assim, mas naquele momento não perguntou e só queria ver a amiga bem e mais calma.

...

Mas tarde naquele mesmo dia, Becky foi até a casa de Freen junto de Anne e Bambam, aparentemente a cantora esqueceu que tem filha.

- oi... - diz Rebecca tímida.

É a primeira que a empresária se sente assim na presença de Freen, normalmente ela se sentiria mais a vontade.

- oi, entra - ela dar espaço pra Rebecca passar, mas logo nota as duas crianças.

Anne pula em seus braços e Bambam agarra suas pernas. Freen havia esquecido de sua própria filha, e sentiu falta do seus abraços e de sua voz.

- mamãe, sente sua falta - diz a pequena inocente.

- eu também minha doce Anne - Freen beija a cabeça de Anne e depois olha para baixo encontrando um pequeno garotinho sorridente.

- oi tia Freen - diz o pequeno.

- oi Bambam, como estar? - pergunta Freen colocando Anne no chão.

Rebecca observava tudo aquilo com um sorriso bobo nos lábios, os olhos brilhando e uma pontada no coração.

- Rebecca?

- tia Becky?

- madrinha?

As três vozes a chamam ao mesmo tempo fazendo a empresária se assustar. Ela olha para os três e nota Freen com um sorriso brincalhão e as duas crianças do mesmo jeito.

- oi? Eu estava distraída - responde Rebecca corando de vergonha.

- eu vi. Obrigado por trazer a Anne pra casa em segurança e trazer esse garoto lindo pra me ver - a cantora beija a bochecha de Bambam que sorrir satisfeito.

Rebecca a encara e não deixa de sorrir, talvez esse sentimento possa sim florecer.

- não há de que, Freen. Bem... eu preciso ir agora - Rebecca diz coçando a nuca.

Freen como se tivesse um estalo em seu cérebro ela lembra do moletom e da caixinha branca.

- pode esperar um minuto? Eu queria te entregar uma coisa - a empresária acena que sim e logo Freen some da vista dela.

Freen praticamente corre pelo corredor até chegar em seu quarto, ela vai até o closet pegar o moletom preto e depois vai até o cofre pegar a caixinha branca com o anel.

Rebecca fica esperando no andar de baixo junto de Anne e Bambam que brincam sem nem se dar conta o que as duas mulheres mais velhas estão passando.
Depois de alguns minutos Freen retorna a sala de estar com os dois objetos dentro de uma sacola branca.

- aqui, eu te devo essa - diz Freen.

Rebecca arqueia uma sobrancelha, mas mesmo assim pega da mão de Freen a sacola.

- esses são os pertences que ficaram comigo na queda do avião. Acho que eles devem ficar com você já que é a irmã - diz Freen meio que envergonhada.

- sério? - Rebecca a olha meio surpresa.

- sim, pode abrir se quiser - responde Freen com suas bochechas levemente vermelhas.

Rebecca pega o moletom preto em mãos e se recorda do dia em que Lían faleceu. Aquele moletom foi ela própria que escolheu, ela havia escolhido por que na lateral havia o nome dele bordado junto de seu filme favorito, Harry Potter.
Mais adiante ela viu uma pequena caixinha e não pode acreditar no que estava vendo. A aliança de Kira.

- isso é o que eu estou pensamento? - pergunta Rebecca já com a voz fraca e chorosa.

- se estiver pensando em uma aliança de esmeralda, então sim - responde Freen a ajudando a pegar o objeto.

Aquela aliança era pra estar com Kira quando se casasse com Lían, mas nunca nem chegou a entrar no dedo anelar da mulher.
A aliança foi dada a Lían com esse intuito, presentear sua futura esposa com esse anel que era herança de família, pertencia a sua avó paterna.

Lágrimas inundaram os olhos de Rebecca. Era dolorido, mais muito dolorido.
O corpo de Rebecca foi abraçado pelo corpo de Freen. A cantora queria proteger a empresária que em seu ver era frágil igual uma peça de porcelana.

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