Capítulo 2.

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Senti algo molhado tocar meu rosto e, resmunguei sonolenta

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Senti algo molhado tocar meu rosto e, resmunguei sonolenta. virei para o lado, buscando mais conforto. Mas o incômodo persistiu; agora, alem de algo molhado havia algo macio e peludo. Quando finalmente abri os olhos, lá estava ela, me acordando com aqueles pelos dourados e um olhar travesso.

— Bom dia, gatona. — acariciei sua cabeça, ouvindo seu ronronar. Gatona era minha gata, adotada uma semana após minha mudança para cá. A solidão pesava, e a falta da minha mãe me deixava inquieta. Sempre fomos só nós duas, um time imbatível. A ideia de nunca mais vê-la me fazia questionar se as escolhas que tomei valeram a pena.

Quando estava com Calleb ou Sofie, ou quando passeava pela rua sem ninguém para me vigiar, Era como se eu estivesse finalmente respirando, como se a vida estivesse pulsando nas minhas veias. Mas, quando pensava na minha mãe, a saudade me consumia. Nunca mais sentir o calor do seu abraço era um pensamento que me fazia hesitar, desejando que Jaden tivesse me encontrado no meio daquele maldito labirinto.

Eu também sentia falta de Ivy e Aiden, meus melhores amigos de infância, que sempre estiveram ao meu lado. Eles, assim como minha mãe, eram parte de quem eu era. Queria tê-los aqui, mas sabia que isso era impossível. Fiz a minha escolha, e os perdi para sempre nela. Contudo, no fundo, tinha certeza de que eles estariam felizes por mim, ao menos escolhia acreditar nisso.

Antes que eu pudesse me afundar completamente nesses pensamentos, uma batida firme na porta me tirou do devaneio. Me levantei com um suspiro, afastando Gatona para o lado enquanto caminhava até a porta. Ao abri-la, vi Sofie, que sorria de maneira travessa, trocando olhares com Calleb, que parecia tão desconcertado quanto sempre que eles estavam juntos.

— Oi, dorminhoca! — disse Sofie, piscando para mim. — Estava pensando em te arrastar para um dia de compras. O que acha? — Olhei para Calleb, que desviou o olhar rapidamente, como se tivesse sido pego em flagrante. Sofie mal conseguia conter o sorriso, claramente se divertindo com a situação. Revirei os olhos, uma mistura de diversão e cansaço me invadia.

— Compras? — perguntei, cruzando os braços. Sofie sorriu ainda mais, como se soubesse que eu acabaria cedendo. Ela sempre tinha esse talento, e eu amava sair e fazer bobagens de vez enquanto.

— Você está precisando. E eu também preciso de você. — Ela lançou um olhar rápido para Calleb, que corou ainda mais. — Além do mais, tenho certeza de que Calleb não se importaria de nos acompanhar, não e Calleb? — Ele balbuciou algo inaudível, claramente desconfortável. Eu sorri e dei de ombros, rendendo-me.

— Tá bom, tá bom. Vou me trocar. — Sofie bateu palmas como uma criança que acaba de ganhar o que queria e se afastou da porta, puxando Calleb pelo braço enquanto cochichava algo que fez seu sorriso se alargar.

Fechei a porta, encostando-me contra ela por um momento, observando Gatona que agora se espreguiçava no sofá, despreocupada e feliz. Sentia saudade de tudo o que perdi, mas havia uma parte de mim que adorava a liberdade que tinha conquistado, mesmo que essa liberdade estivesse repleta de lembranças e sacrifícios. O peso do passado nunca desapareceria completamente, mas talvez, apenas talvez, eu pudesse encontrar um jeito de equilibrar meu passado e meu presente.

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