Capítulo 01

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Nova York, 15/02/2024

Pov Wednesday

O que está acontecendo?

Nossa!

Que cama macia, estou deitada numa cama tão confortada. Estou de bruços, me viro com a barriga para cima e me espreguiço, dormir tão bem. Bocejo antes de abrir os olhos, não lembro como voltei para casa, foi tudo um apagão desde então.

Minha cama não é tão macia e confortável assim. Abro os olhos para me levantar e me preparar para mais um dia de aula, terei que suportar mais 2 anos consecutivos no colégio. Olho para o teto branco, e franzo o cenho, a cor do teto do meu quarto é rosado. Estranhando o ambiente me ergo na cama e analiso ao redor. O pânico começa a me atingir, esse não é o meu quarto.

Onde eu estou?

Vejo o abajur ao lado da cama. Olho para o chão perdida e confusa. Me encolho ficando com medo, junto os meus joelhos e minha cabeça entre eles, sentindo meu coração acelerar.

Será que eu fui sequestrada?

Olho para a esquerda e vejo as portas da varanda aberta. Dando jus a uma linda vista, mas na minha casa não tem varanda. Me levanto saindo da cama, percebo que cometi um erro ao me levantar. Olho para o meu corpo, e estou nua. Nem com trajes íntimos, simplesmente exposta como vim ao mundo. Escuto algo vibrar e amedrontada noto que vem um de um dispositivo quadrado e enorme, ele vibra constantemente. Arqueio a sobrancelha estranhando a estrutura do objeto.

Nem irei mexer, começo a andar e vejo peças de roupas espelhadas pelo quarto. Roupas femininas, pois indentifico uma calcinha preta no carpete e o sutiã jogado no sexto de roupa suja ao lado de uma porta. É uma porta madeirada e a mesma está fechada.

Me aproximo e escuto o barulho do chuveiro ligado. Notando que ainda estou despida, me movo e decido colocar as roupas que estão espelhadas pelo imóvel do quarto, coloco a calcinha e uma camiseta vermelha que acho jogada no lado da cama de casal. Percebo que havia uma pessoa deitada na cama além de mim, já que os lençóis estão bagunçados e há outro travesseiro além do que eu estava deitada.

Mas que merda é essa?

Como eu cheguei até aqui?

Faço varredura pelo quarto estranho. Cama de casal, uma varanda que deve ter uma bela vista. Mas não decido ir lá fora verificar, um abajur no criado mudo, o carpete é marrom e peludo, que se alastra até o pé da cama e vai até a porta do banheiro. Reparo no espelho que está pendurado na parede a direita da varanda. Vou até lá só para me analisar.

Paraliso assim que eu me vejo pelo reflexo. Meus cabelos estão mais curtos, medindo até abaixo dos meus ombros. Uma franja na testa, que eu lembro que eu não tenho, ou pelo menos não possuía até então. O rosto mais maduro, sem resquício da minha juventude, não possuo olheiras e nem verrugas ao redor dos olhos. Mas não aparento ter mais 15 anos. Atordoada toco no meu rosto, passando nos meus lábios, testa, olhos e por final a franja.

A única coisa que não mudou, foi o meu tamanho. Continuo sendo da mesma altura, fico me encarando no espelho, tentando processar o que é que está acontecendo.

Ouço a porta do banheiro ser aberta. Giro para frente vislumbrando uma figura de roupão desfilar até o guarda roupa que só agora fui reparar, ela abre o guarda roupa de costa para mim e de lá retira duas peças, depois abre a gaveta e pega uma calcinha, fico abismada encarando a mulher estranha se virar e ambas nos fitamos.

Ela está de roupão, seus cabelos loiros ilhados pela água do chuveiro, ela é loira de cabelos curtinhos. A pele alva que reparo pelos seus ombros descobertos, ela abre um sorriso galanteador em minha direção e eu fico confusa e com medo por estar no mesmo ambiente que uma mulher bem mais velha do que eu.

De repente 30 Wenclair Onde histórias criam vida. Descubra agora