cap 2 solidão

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A  capela  estava  quase  vazia,  apenas  a  luz  fraca  de  algumas  velas  iluminava  o  altar  ornamentado.

Celeste  se  ajoelhou  no  chão  de  pedra,  a  cabeça  baixa,  os  dedos  entrelaçados  em  um  rosário  de  madeira. 

Ela  rezava  em  silêncio,  pedindo  proteção  e  força  para  enfrentar  a  tempestade  que  assolava  sua  alma.

Mas  o  medo  era  persistente,  uma  sombra  densa  que  a  seguia  por  todos  os  lados.

A  imagem  da  faca  brilhando  sob  a  luz  fraca  do  poste  de  luz,  o  cheiro  do  sangue  e  o  som  da  risada  macabra  a  invadiram  novamente. 

Ela  se  agarrou  ao  rosário  de  madeira,  como  se  fosse  um  escudo  contra  a  escuridão  que  a  envoltava.

- Meu  Deus,  proteja-me,

ela  sussurrou,  os  lábios  quase  inaudíveis.

-Guie  meus  passos  e  ilumine  meu  caminho.

Ela  rezou  por  um  bom  tempo,  até  que  os  primeiros  raios  de  sol  começaram  a  espreitar  pelas  janelas  da  capela.

A  luz  do  amanhecer  trazia  uma  sensação  de  esperança,  mas  o  medo  ainda  a  assombrava.

Depois  de  um  bom  tempo,  ela  se  levantou  e  foi  até  a  janela  da  capela.

  A  luz  do  amanhecer  iluminava  o  céu  com  tons  de  rosa  e  laranja,  um  espetáculo  de  beleza  que  a  deixou  momentaneamente  tranquila.

Ela  resolveu  sair  do  convento  e  ir  à  rua  para  comprar  algumas  coisas  que  precisava  para  o  café da manhã.

A  ideia  de  se  afastar  do  ambiente  religioso  por  um  tempo  a  aliviava.

Ela  precisava  de  um  momento  de  tranquilidade  para  organizar  seus  pensamentos  e  tentar  esquecer  o  pesadelo  que  a  assombrava.

Vestindo  seu  manto  simples,  ela  saiu  pelos  portões  do  convento,  entrando  na  rua  movimentada  e  barulhenta.

  O  ar  estava  carregado  de  um  cheiro  intenso  de  esgoto  e  comida  de  rua,  um  contraste  brusco  com  o  ar  limpo  e  tranquilo  do  convento.

Ela  caminhava  com  passos  lentos,  os  olhos  baixos,  tentando  ignorar  o  movimento  constante  ao  seu  redor.

As  pessoas  caminhavam  apressadamente,  as  buzinadas  dos  carros  ecoavam  pelas  ruas  estreitas,  e  as  vozes  alta  e  agitadas  criavam  um  turbilhão  de  sons  que  a  deixavam  desorientada.

Ela  andou  alguns  quarteirões,  observando  a  vida  que  pulsava  nas  ruas  com  uma  intensidade  que  a  assustava.

De  repente,  o  som  de  passos  rápidos  e  uma  confusão  de  vozes  a  tiraram  de  seus  pensamentos. 

Ela  levantou  a  cabeça  e  viu  um  homem  alto  e  esguio  correndo  em  sua  direção.

  Seus  olhos  escuros  espreitavam  por  debaixo  de  uma  franja  de  cabelo  negro  e  rebelde. 

Ele  estava  sem  fôlego,  o  rosto  coberto  de  suor  e  um  corte  sangrando  na  bochecha.

Ela  deu  um  passo  para  trás,  abrindo  espaço  para  que  ele  passasse.

Os  passos  pesados  de  dois  homens  de  grande  porte  ecoaram  pelas  ruas  estreitas. 

Eles  vinham  com  rápida  e  ameaçadora.

O  homem  que  corria  em  direção  a  Celeste  olhou  para  trás,  os  olhos  cheios  de  pânico.

  Ele  se  jogou  contra  a  parede,  arrastando  Celeste  com  ele.

- Fique  quieta!  - Ele  sussurrou,  a  voz  rouca  sem fôlego.

Ele  agarrou  o  braço  dela  com  força,  puxando-a  para  perto.

Seus  dedos  enrugados  e  quentes  envolveram  o  seu  braço  com  uma  intensidade  que  a  deixou  tremer.

Celeste  tentou  se  afastar,  mas  ele  a  segurou  com  firmeza.

Os  homens  chegaram  perto,  seus  rostos  mal  iluminados  pela  luz  fraca  de  um  poste  de  luz.

Eles  pararam,  olhando  para  o  casal  em  silêncio. 

Então,  um  deles  disse  com  uma  voz  grossa  e  ameaçadora:

- Ela  não  é  quem  você  está  procurando.

O  homem  agarrou  o  rosto  de  Celeste  com  sua  mão  grande  e  fria.

  Seus  dedos  apertaram  sua  pele  com  firmeza,  fazendo  seus  olhos  lacrimejarem. 

Ele  a  olhou  com  um  olhar  penetrante,  como  se  quisesse  ler  seus  pensamentos.

- Vá  em  paz

ele  disse  com  uma  voz  ameaçadora.

Ele  soltou  o  rosto  de  Celeste  e  se  virou  para  ir  embora,  mas  antes  que  ele  pudesse  dar  um  passo, o homem que ela havia ajudado a puxou para perto e  colocou  seus  lábios  sobre  os  dela.

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