A capela estava quase vazia, apenas a luz fraca de algumas velas iluminava o altar ornamentado.
Celeste se ajoelhou no chão de pedra, a cabeça baixa, os dedos entrelaçados em um rosário de madeira.
Ela rezava em silêncio, pedindo proteção e força para enfrentar a tempestade que assolava sua alma.
Mas o medo era persistente, uma sombra densa que a seguia por todos os lados.
A imagem da faca brilhando sob a luz fraca do poste de luz, o cheiro do sangue e o som da risada macabra a invadiram novamente.
Ela se agarrou ao rosário de madeira, como se fosse um escudo contra a escuridão que a envoltava.
- Meu Deus, proteja-me,
ela sussurrou, os lábios quase inaudíveis.
-Guie meus passos e ilumine meu caminho.
Ela rezou por um bom tempo, até que os primeiros raios de sol começaram a espreitar pelas janelas da capela.
A luz do amanhecer trazia uma sensação de esperança, mas o medo ainda a assombrava.
Depois de um bom tempo, ela se levantou e foi até a janela da capela.
A luz do amanhecer iluminava o céu com tons de rosa e laranja, um espetáculo de beleza que a deixou momentaneamente tranquila.
Ela resolveu sair do convento e ir à rua para comprar algumas coisas que precisava para o café da manhã.
A ideia de se afastar do ambiente religioso por um tempo a aliviava.
Ela precisava de um momento de tranquilidade para organizar seus pensamentos e tentar esquecer o pesadelo que a assombrava.
Vestindo seu manto simples, ela saiu pelos portões do convento, entrando na rua movimentada e barulhenta.
O ar estava carregado de um cheiro intenso de esgoto e comida de rua, um contraste brusco com o ar limpo e tranquilo do convento.
Ela caminhava com passos lentos, os olhos baixos, tentando ignorar o movimento constante ao seu redor.
As pessoas caminhavam apressadamente, as buzinadas dos carros ecoavam pelas ruas estreitas, e as vozes alta e agitadas criavam um turbilhão de sons que a deixavam desorientada.
Ela andou alguns quarteirões, observando a vida que pulsava nas ruas com uma intensidade que a assustava.
De repente, o som de passos rápidos e uma confusão de vozes a tiraram de seus pensamentos.
Ela levantou a cabeça e viu um homem alto e esguio correndo em sua direção.
Seus olhos escuros espreitavam por debaixo de uma franja de cabelo negro e rebelde.
Ele estava sem fôlego, o rosto coberto de suor e um corte sangrando na bochecha.
Ela deu um passo para trás, abrindo espaço para que ele passasse.
Os passos pesados de dois homens de grande porte ecoaram pelas ruas estreitas.
Eles vinham com rápida e ameaçadora.
O homem que corria em direção a Celeste olhou para trás, os olhos cheios de pânico.
Ele se jogou contra a parede, arrastando Celeste com ele.
- Fique quieta! - Ele sussurrou, a voz rouca sem fôlego.
Ele agarrou o braço dela com força, puxando-a para perto.
Seus dedos enrugados e quentes envolveram o seu braço com uma intensidade que a deixou tremer.
Celeste tentou se afastar, mas ele a segurou com firmeza.
Os homens chegaram perto, seus rostos mal iluminados pela luz fraca de um poste de luz.
Eles pararam, olhando para o casal em silêncio.
Então, um deles disse com uma voz grossa e ameaçadora:
- Ela não é quem você está procurando.
O homem agarrou o rosto de Celeste com sua mão grande e fria.
Seus dedos apertaram sua pele com firmeza, fazendo seus olhos lacrimejarem.
Ele a olhou com um olhar penetrante, como se quisesse ler seus pensamentos.
- Vá em paz
ele disse com uma voz ameaçadora.
Ele soltou o rosto de Celeste e se virou para ir embora, mas antes que ele pudesse dar um passo, o homem que ela havia ajudado a puxou para perto e colocou seus lábios sobre os dela.
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Anjos Caídos
RomantizmUma freira. Um gângster. Um beijo que muda tudo. Celeste, uma jovem dedicada à fé, encontra seu mundo sacudido por um encontro inesperado com Rafe, um homem envolto em mistérios e segredos. Em uma noite de fuga e perigo, um beijo arrebatador quebr...