Legados da Guerra

Capítulo 7

*Notas da autora:CW - A referência ao aborto passado está neste capítulo, no final, em itálico e com asteriscos, se você precisar evitá-la.

Eu HC que a Sala de Requisição reivindica o conteúdo de espaços extensíveis que perdem suas âncoras. Com certeza, alguma criança futura lerá um livro da antiga biblioteca dos Malfoy ou dormirá em um de seus sofás antigos e nunca saberá de onde ele veio.

Draco havia começado a pensar que estava fazendo um excelente progresso, já que muitas das áreas principais da casa estavam começando a se iluminar, com móveis aparecendo juntamente com papel de parede estampado ou lambris onde as paredes antes eram monótonas e sujas. No entanto, ele percebeu que embora a zona limpa continuasse a se expandir gradualmente a partir das áreas principais onde Draco e Potter passavam a maior parte do tempo, os reparos e a limpeza não permaneciam consistentemente nas seções mais distantes da casa. O progresso era particularmente instável nos espaços expansíveis, como a sala de baile, que voltava ao tamanho apropriado para seis casais, mas podia crescer até vinte mais um balcão para músicos, se necessário. Draco a abriu três vezes para reparar os espelhos rachados lá antes de desistir e ir consultar o núcleo.

Como a maioria das mais antigas Magias das Casas, o núcleo era um fogo. Queimava em um vaso de pedra decorado com gemas dispostas como um mapa estelar, mas as chamas ocupavam apenas um quarto do espaço disponível. Ele tentou todos os feitiços de fortalecimento e manutenção que conhecia, com pouco efeito. Ele não era Black o suficiente, ou era muito Malfoy. Depois de ler tudo o que pôde encontrar na biblioteca (mesmo aquela excelente seleção tinha muito pouco sobre a manutenção do fogo do núcleo - ele não esperava muito, já que poucas das antigas famílias bruxas se sentiam confortáveis em revelar seus segredos por escrito.) Ele até tentou alimentá-lo com sangue, tanto quanto podia pagar. O fogo gostou disso e queimou mais intensamente, mas não cresceu para cobrir mais espaço. Draco pairou perto do fogo do núcleo na maior parte dos próximos dias tirando notas e tentando pensar em soluções entre os ataques de autoaversão.

A pesquisa sobre renovações acabou sendo surpreendentemente relevante quando o Ministério enviou uma coruja o convocando para o Solar.

Draco chegou à porta da frente via chave de portal entregue pela coruja do Ministério e ficou lá por um momento tentando reunir a vontade de abri-la. Ele passou as mãos arrependidas pelos umbrais que haviam sido trazidos da França por seu ancestral Armand mil anos atrás, supostamente colhidos de árvores cultivadas pelo lar onde ele havia nascido. O prédio físico estava sendo reparado, ele conseguia sentir o cheiro de serragem e tinta pelas janelas abertas, mas estava bem claro que nenhum cuidado estava sendo dado à saúde da estrutura mágica subjacente. Os umbrais estavam começando a parecer ásperos e marcados. O Ministério teria dificuldade em manter o museu em ordem se não curasse a magia da casa de suas lesões também, resmungou para si mesmo.

O Lorde das Trevas havia ferido gravemente o núcleo quando exigiu que o pai de Draco entregasse o controle da casa sem considerar a existência de um herdeiro vivo. Draco se perguntou se a Acônito já havia começado quando isso aconteceu; com o que ele estava aprendendo ultimamente, explicaria muito sobre como o Solar havia sido capaz de resistir por tanto tempo àquele ataque se houvesse três gerações mantendo-o firme em vez de apenas duas. No entanto com as feridas ainda não curadas desse ataque, seu pai morto agora, e ele tinha apenas a si mesmo para representar seu nome em toda a Inglaterra... o solar não teria chance contra o ataque planejado para hoje.

Porque era para isso que o Ministério o havia convocado: pedir-lhe o que o próprio Lorde das Trevas não havia conseguido, e fazer com que a lealdade do Solar se voltasse para outro mestre que não fosse um parente de sangue. Draco achava que era uma coisa tola e cruel a se tentar, mas não tinha escolha senão comparecer quando convocado e cooperar com a farsa. O pior que o Lorde das Trevas havia ameaçado fazer era matar ou cruciar seu pai; o Ministério, em suas mãos, tinha uma série de destinos disponíveis piores do que a morte - uma cela em Azkaban sendo a primeira entre eles.