Corações em reconstrução

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Rosa terminou seu trabalho e, sem pensar duas vezes, decidiu ir direto para o apartamento de Carol. Com o coração acelerado, ela bateu à porta e perguntou: “Posso entrar?” Carol a deixou passar, mas a expressão em seu rosto era um misto de surpresa e rigidez.

“Desculpa por vir sem avisar, mas eu liguei e você não atendeu,” Rosa tentou justificar, mas Carol a interrompeu.

“Bem, por que não tenho nada pra falar com você,” respondeu Carol, cruzando os braços.

“Bem, eu tenho. Me deixe explicar?” Rosa implorou, sentindo uma ansiedade crescente.

“Explicar o quê? Que você está na rua, procurando um lugar pra ficar? Eu fui enganada!” disparou Carol, a frustração transparecendo em sua voz.

“Calma aí, meus problemas de dinheiro não têm nada a ver conosco,” Rosa disse com firmeza.

“Nada a ver conosco?” Carol repetiu, incrédula. “Você quer que moremos juntas bem quando você não tem dinheiro pra pagar o aluguel? Muita coincidência.”

“Eu não sabia que a agência faria isso quando perguntei sobre morarmos juntas,” Rosa defendeu-se. “Eu juro que quero morar com você!”

Rosa segurou a mão de Carol com esperança nos olhos. Carol hesitou por um momento, mas logo respondeu: “Vai embora. Não quero mais lhe ver.”

“Carol, já disse que gosto de você! Você acha que digo isso facilmente?” perguntou Rosa, seu tom agora carregado de dor.

“Não, apenas quando precisa de algo,” retrucou Carol, relutante.

“Nossa, é realmente assim que você me vê?” Rosa estava chateada e isso era evidente. Ela pegou sua bolsa e começou a se afastar. Antes de sair completamente, olhou para Carol e disse: “Eu realmente amo você. Amo mesmo. Mas se pensa isso de mim, vou sumir.”

Com essas palavras cortantes, Rosa saiu do apartamento. Carol ficou paralisada, pensando no que havia acontecido. Ela percebeu que estragara tudo ao não escutar Rosa. Tomada por um impulso repentino, decidiu ir atrás dela.

No entanto, ao chegar ao corredor, Davi apareceu no caminho. “Oi, Carol! A Rosa está no segundo emprego,” ele disse casualmente.

Carol ficou surpresa e perguntou rapidamente: “Você sabia sobre essa dívida?”

Davi assentiu. “Ela descobriu ontem. Está trabalhando no hospital como faxineira.”

Sem pensar duas vezes, Carol se dirigiu ao hospital. Ao chegar lá, encontrou Rosa limpando o chão com uma expressão cansada no rosto. O coração de Carol apertou ao vê-la assim; ela precisava falar com Rosa.

“Desculpa! Eu fui uma idiota total,” começou Carol assim que se aproximou. “Eu deveria ter confiado em você. Eu sinto muito mesmo… me senti traída… eu amo você!”

Rosa hesitou por um momento antes de sorrir timidamente. Então, num ato impulsivo e cheio de emoção, puxou Carol para um beijo apaixonado. O mundo ao redor desapareceu enquanto elas se entregavam àquele momento intenso — um reencontro entre corações que ainda pulsavam forte um pelo outro.

O amor entre elas era mais forte do que qualquer mal-entendido ou insegurança; era um laço que precisava ser reconstruído e nutrido com confiança e carinho. E ali estavam elas, prontas para reescrever sua história juntas.

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