O peso da decisão

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Rosa estava no armazém, cercada por caixas empilhadas e o cheiro de metal e poeira. O drone em sua mão parecia um peso, não apenas físico, mas emocional. Com um suspiro profundo, ela ajustou os controles, o coração acelerado enquanto se preparava para uma tarefa que poderia mudar tudo. Com as mãos trêmulas, ligou para a policial Josy.

— Você veio... — diz Rosa ao telefone, a voz quase um sussurro.

— Eu sempre cumpro minhas promessas! Onde você está? — pergunta Josy, a tensão na voz evidente.

— Atravesse o terreno e você me verá! — responde Rosa, tentando soar confiante.

— Ok! — responde Josy, um fio de nervosismo atravessando suas palavras.

Enquanto esperava, Rosa olhou pela janela do armazém. A silhueta de Josy se aproximava, e o coração dela disparou. Ela estava prestes a soltar a bomba quando uma onda de dúvida a atingiu. O que ela estava prestes a fazer? De repente, o peso da decisão se tornou insuportável. Com um último olhar para o drone, Rosa desligou o aparelho e saiu correndo do armazém.

Mais tarde, Rosa chegou à casa de Carol, lágrimas escorrendo pelo rosto. A porta se abriu lentamente, revelando Carol ainda sonolenta.

— O que aconteceu? Onde você estava? — perguntou Carol, preocupada.

Rosa apenas chorava muito. Após alguns minutos de silêncio pesado, as duas se sentaram no sofá. O ambiente estava carregado de emoções não ditas.

— Por que você decidiu não matar a Josy? — perguntou Carol com um tom curioso.

— Porque eu percebi que não era mais o que eu queria — respondeu Rosa, a voz embargada.

— O que te fez mudar de ideia? — questionou Carol.

— Você!! — disse Rosa com um sorriso tímido entre as lágrimas.

— Mas você me drogou para poder fazer isso... — Carol disse triste, olhando para baixo.

— Eu sei, me desculpe. Eu não entendi na hora. Mas confie em mim. Eu estava sendo honesta quando disse que iria desistir — disse Rosa arrependida.

— Ver as fotos dos seus pais deu vontade de fazer de novo — respondeu Carol baixinho.

— Sim... todas as memórias voltaram... E meu desejo de vingança. Mas foi uma loucura porque... quando eu estava lá e... eu só tinha que apertar o botão para matá-la. É difícil admitir porque... eu senti como se estivesse traindo meus pais, mas... percebi que não precisava mais de vingança. Porque... a única coisa que dá sentido à minha vida agora... é você. E eu não posso te perder. Eu não quero que me veja como uma assassina — disse Rosa olhando apaixonada para Carol.

— Eu estou tão aliviada que você não matou — respondeu Carol com um olhar terno.

— Eu também. Mas se eu tiver que te perder de uma forma ou de outra... — começou Rosa hesitante.

— Por que você diz isso? — perguntou Carol rapidamente.

— Eu tenho que ir; seus colegas vão me procurar — respondeu Rosa com o coração apertado.

— Se te virem parada, não farão nada — insistiu Carol com determinação.

— Eles não vão parar assim; o que eu fiz foi muito sério. Ameaças, ataques... E se eles me encontrarem... Eles saberão que você me ajudou — respondeu Rosa chorosa.

— Não importa! Você não desistiu da vingança só para ir embora! — exclamou Carol com fervor.

— Carol, eu não quero que você tenha problemas por minha causa — disse Rosa com lágrimas nos olhos.

— Fica! Ok? Não terei nenhum problema. E vamos encontrar uma solução juntas. Ok? — implorou Carol com sinceridade nos olhos.

Rosa hesitou por um momento antes de finalmente ceder ao chamado do coração:

— Ok!

E então elas se aproximaram e se beijaram delicadamente, como se aquele momento pudesse selar um novo começo entre elas.

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⏰ Última atualização: Oct 13 ⏰

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