A cena se desenrola em um armazém iluminado apenas pela luz suave do entardecer, onde Rosa está concentrada em testar um drone. Ela ajusta os controles, mas a ansiedade a faz hesitar.
Carol estava tentando ligar para Rosa. Com um suspiro profundo mesmo sabendo que a ligação pode não ser bem-vinda. O telefone toca várias vezes sem resposta até que finalmente Rosa atende, sua voz séria ecoando pelo aparelho.
— Carol, pare de me ligar — diz Rosa, com um tom que mistura frieza e cansaço.
— Sinto muito... — responde Carol, a voz embargada. As lágrimas começam a escorregar por seu rosto. — Não sei por que pensei que você estava envolvida... Estou tão envergonhada.
Rosa suspira, tentando manter a indiferença em meio à dor que sente.
— As coisas são assim... já é tarde.
Um silêncio pesado se instala entre elas até que Carol, com esperança relutante, pergunta:
— Podemos nos encontrar hoje à noite?
— Para quê? — Rosa questiona, sua voz ainda carregada de desdém.
— Não pode acabar assim! Permita-me pedir desculpas de verdade — implora Carol, o desespero transparecendo em cada palavra.
Rosa hesita, mordendo os lábios enquanto pondera sobre o pedido.
— Não é uma boa ideia — responde Rosa, mas a incerteza em sua voz revela seus próprios conflitos internos.
— Por favor... mesmo que tenha acabado, mesmo que você não fale mais comigo... por favor! — Carol suplica, sua vulnerabilidade à flor da pele.
Finalmente, após um momento de reflexão silenciosa, Rosa cede.
— Ok! Me encontre hoje no encerramento do horário do restaurante — diz ela, sem emoção aparente.
À noite, o clima no restaurante é tenso e carregado de expectativa quando Rosa termina seu turno. O aroma da comida ainda paira no ar enquanto Carol aparece na porta, seu olhar cheio de arrependimento.
— Sinto muito... não sei como pude pensar que era você quem poderia fazer tudo isso... é um absurdo — diz Carol, quase sem fôlego.
Rosa mantém-se fria e distante.
— Sim...
Desolada, Carol continua:
— Eu sei que te machuquei. Você pode me dizer.
Um silêncio se instala enquanto Rosa processa as palavras de Carol. Finalmente, ela responde:
— Foi ver como seu olhar mudou que me machucou. Seu olhar ficou tão...
Carol interrompe:
— Frio e duro... Eu sei! Eu deveria ter confiado em você — admite com tristeza.
O coração de Carol acelera quando ela diz:
— Mas isso não muda o fato de que amo você. Eu te amo, Rosa. Eu sou a problemática aqui. Estava tão decepcionada com as pessoas...
Rosa observa atentamente enquanto Carol revela suas inseguranças.
— Por causa de seu pai? Por causa do que ele fez com sua mãe? — pergunta Rosa suavemente.
— Sim... Quando descobri que ele maltratava minha mãe... prometi a mim mesma que não confiaria em mais ninguém. Mas isso é estupidez! Agora estou duvidando da pessoa que mais amo e quase a perco — diz Carol entre lágrimas.
Rosa se mantém em silêncio, absorvendo a dor da confissão de Carol.
— Eu te amo, Rosa! Quero que me perdoe e quero que realmente volte para casa — diz Carol chorando agora com fervor.
O silêncio se torna insuportável e quando Carol finalmente se despede para ir embora, uma onda de desespero toma conta de Rosa.
— Espere!! — grita Rosa quase sem controle. Ela corre até Carol e segura seu rosto entre as mãos, seus olhos cheios de emoção.
— Eu te amo! Quero viver com você de novo — declara Rosa antes de beijá-la com paixão ardente.
O beijo é uma explosão de sentimentos reprimidos e promessas não ditas. Ali no restaurante, cercadas por lembranças e esperanças renovadas, elas encontram um caminho para se reconectar, redescobrindo o amor que pensavam ter perdido.
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caminhos que se cruzam
FanficEm um dia agitado na delegacia, a policial Carol Gattaz busca uma pausa para o almoço e acaba se deparando com Rosamaria, uma jovem ansiosa por uma oportunidade de trabalho em um pequeno restaurante. Enquanto tentam lidar com suas frustrações e inse...