WINDVILLE, SETEALÉM.
Tanya dirigiu pelas ruas silenciosas de Setealém, enquanto Dylan olhava pela janela, ainda processando tudo o que havia descoberto. O cenário ao redor era assustadoramente semelhante ao mundo que ele conhecia, mas as pessoas de olhos escuros e a atmosfera densa deixavam claro que ele estava em um lugar completamente diferente.
Depois de alguns minutos, o carro parou em frente a uma casa pequena e simples. Tanya desligou o motor e olhou para Dylan.
— Vamos entrar. Precisamos pensar em como sair daqui.
Dylan saiu do carro e seguiu Tanya até a porta. Ao entrar, percebeu que a casa era modesta, mas organizada. Havia papéis espalhados pela mesa da sala de estar, gráficos e anotações, como se ela estivesse tentando resolver um grande enigma.
— Você realmente esteve aqui por muito tempo. Dylan comentou, observando as anotações.
— Sim. Tanya respondeu, puxando uma cadeira para se sentar. — E durante todo esse tempo, eu venho estudando esse lugar, tentando descobrir uma maneira de abrir a passagem de volta.
Dylan sentou-se à sua frente, preocupado.
— E se a passagem se fechar? O que vamos fazer? Como você disse, o tempo aqui é estranho. Não sabemos quanto tempo nos resta.
Tanya esfregou o rosto com as mãos, suspirando.
— É isso que me assombra. Mas... eu estive estudando algo que pode ser a chave para abrir a passagem de novo, mesmo que ela se feche.
— O que você descobriu?
Tanya pegou um caderno de anotações em cima da mesa e abriu em uma página específica.
— Setealém, assim como o seu mundo, segue certas leis da física. Mas aqui, há uma distorção em torno do bosque onde você entrou. Eu acredito que o bosque vibra em uma frequência inferior a 20 Hz, o que está abaixo da faixa audível para os humanos. Essas são chamadas de ondas infrassônicas.
— Infrassônicas? Dylan perguntou, tentando entender.
Tanya assentiu.
— São vibrações tão baixas que os humanos não conseguem ouvi-las. Mas elas afetam a nossa mente e o nosso corpo de maneiras estranhas. Ventos fortes, erupções vulcânicas, até tornados e certos animais conseguem emitir frequências tão baixas. E, ao que parece, o bosque tem essa frequência natural.
Dylan ponderou por um momento.
— Então, você acha que essas vibrações são o que causam essa... conexão entre as realidades? Como se fossem a chave para abrir a passagem?
— Exatamente. Tanya respondeu, animada por finalmente poder compartilhar sua teoria. — Essas vibrações criam uma ressonância entre as dimensões. O problema é que não sabemos como manipular essas ondas ou como reproduzi-las de maneira controlada."
Dylan balançou a cabeça.
— E como faremos para atingir essa frequência tão baixa? Ventos e tornados não surgem do nada, e não temos controle sobre esses fenômenos.
Tanya suspirou novamente.
— Esse é o ponto. Eu ainda não descobri como faremos isso. Podemos tentar encontrar um ponto específico no bosque onde a vibração seja mais forte, talvez usar algum tipo de tecnologia que amplifique as ondas naturais.
Dylan ficou em silêncio por um momento, considerando a situação.
— Então, precisamos de algo capaz de gerar essa vibração... ou amplificá-la de alguma forma. Você mencionou que alguns animais conseguem vibrar nessa frequência. Talvez... algo nesse bosque também possa.
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A Sociedade de Verdes Prados
FantasyQuarenta e três anos após o misterioso desaparecimento de sua irmã Hannah, Dylan ainda carrega as cicatrizes de um segredo que ninguém mais lembra; exceto ele. Ao receber seus netos, Ethan e Elena, para duas semanas de convivência, velhas feridas sã...