Pequenas Peças no Tabuleiro.

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Ethan olhava ao redor, perplexo com a estranheza de Arandor. A paisagem ao seu redor parecia se distorcer e mudar conforme seus olhos tentavam se ajustar, como se a própria realidade fosse fluida. Árvores que pareciam esticar-se para o céu em um momento, no seguinte se dobravam em formas impossíveis. Tudo ali parecia deslocado, como se pertencesse a um sonho que ele não conseguia entender.

— Que lugar é esse? Ethan perguntou, sua voz trêmula. — Parece tão... estranho. Como se fosse... mais do que o que estamos vendo.

Hannah estava ao seu lado, tentando entender também. Ela passou a mão pelos cabelos, claramente confusa, mas sempre a física, tentava encontrar uma explicação lógica.

— Talvez nós não estejamos enxergando tudo que existe aqui. Hannah falou, pensativa. — Nós somos seres de terceira dimensão. Nossa percepção é limitada ao espaço tridimensional: altura, largura e profundidade. Mas este lugar... parece pertencer a uma dimensão superior. Talvez Arandor seja um lugar que opera em uma dimensão acima da nossa, mas ainda não sei exatamente qual.

Dylan, que estava um pouco à frente, se virou ao ouvir isso e franziu a testa, como se estivesse ponderando.

— Talvez... talvez este seja um lugar da sexta dimensão. Ele disse, hesitante, mas convencido de sua teoria.

Hannah levantou as sobrancelhas, surpresa com o comentário.

— A sexta dimensão? Ela perguntou, sem esconder o ceticismo. — Por que acha isso?

Dylan respirou fundo, tentando organizar seus pensamentos.

— Pensa assim. Começou ele, gesticulando com as mãos como se traçasse a ideia no ar. — Nós vivemos na terceira dimensão, certo? Podemos nos mover em três direções: para cima e para baixo, para frente e para trás, para os lados. Mas e se houvesse uma dimensão a mais além dessas três? A quarta dimensão. Ele olhou para Hannah, tentando garantir que ela o acompanhava.

Hannah assentiu, incentivando-o a continuar.

— A quarta dimensão é o tempo, certo? É a maneira como percebemos a passagem do tempo. Se o bosque, aquele lugar onde os portais estão, é algo relacionado à quarta dimensão, então talvez seja por isso que não percebemos o portal quando atravessamos entre as realidades. O portal não estaria visível como algo físico. Ele poderia ser uma distorção temporal, uma espécie de atalho que conecte diferentes pontos no tempo-espaço, mas não de uma maneira que a gente possa ver ou tocar como fazemos com objetos tridimensionais.

Hannah arregalou os olhos, surpresa com o raciocínio de Dylan.

— Então o Morbryn. Começou Hannah, captando a ideia.

— Exato. Dylan completou. — O Morbryn pode ser um ser da quinta dimensão. A quinta dimensão, pelo que entendo, é onde diferentes realidades, diferentes universos, coexistem. Um ser da quinta dimensão seria capaz de ver todas as realidades ao mesmo tempo, e talvez até viajar entre elas. Isso explicaria como o Morbryn poderia manipular as ilusões e brincar com as nossas mentes. Ele teria uma visão e controle sobre múltiplas versões do nosso mundo, nos jogando entre elas como peças de um tabuleiro.

Ethan franziu a testa, tentando processar tudo isso.

— Então, se a quarta dimensão é o tempo, e a quinta é onde diferentes realidades existem... o que seria a sexta? Ethan perguntou.

— A sexta dimensão. Dylan continuou, claramente empolgado com sua própria teoria. — É onde todas as realidades possíveis, desde o início dos tempos até o fim, são acessíveis. Imagine isso: um ser na sexta dimensão poderia ver todas as versões possíveis de todas as realidades e todos os universos. Ele poderia não apenas viajar entre realidades, mas também entre diferentes versões de como essas realidades poderiam ter se desenrolado. É como se eles pudessem ver e manipular todo o conjunto de possibilidades e escolhas que moldam todos os universos.

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