Dois Corpos Não Ocupam o Mesmo Lugar.

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Nymeris ergueu sua mão grotesca, e imediatamente uma horda de criaturas apareceu das sombras do palácio. Eram os Klyr, seres de pele acinzentada, com olhos profundos e vazios, membros desproporcionais e garras afiadas que pareciam vibrar na mesma frequência estranha do palácio.

— Levem eles para as masmorras. Ordenou Nymeris, sem sequer lançar um último olhar para o grupo. — Mantenham-nos sob vigilância. Quero que estejam preparados quando eu precisar deles novamente.

Os Klyr avançaram, cada um deles rodeando os irmãos e as crianças com uma velocidade surpreendente. Os monstros agarraram-nos pelos braços e os arrastaram em direção aos longos e distorcidos corredores do palácio. Dylan, Hannah, Ethan, Elena e Tony tentaram resistir, mas a força dos Klyr era esmagadora.

Conforme eram levados, algo ainda mais perturbador começou a acontecer. O próprio palácio, já estranho e alienígena para eles, parecia ficar ainda mais incompreensível. As paredes, o chão e o teto não mantinham uma forma ou estrutura consistente. Às vezes, um pilar se esticava como borracha, enquanto outras vezes, o chão ondulava como um líquido espesso, se deformando em padrões impossíveis.

— O que está acontecendo aqui? Perguntou Tony, sua voz trêmula enquanto olhava para uma parede que parecia se desfazer e reformar com um brilho estranho.

— É porque estamos em uma dimensão que não conseguimos entender completamente. Explicou Hannah, com a voz cheia de pavor e fascínio ao mesmo tempo. — Estamos presos na sexta dimensão, mas nossos sentidos estão limitados à terceira. Isso significa que só vemos parte da realidade ao nosso redor. O resto é... incompreensível.

Elena olhou ao redor, assustada, enquanto os corredores pareciam se estender em direções que não faziam sentido.

— Mas o que é isso? Parece... errado.

— Porque nossos cérebros não conseguem processar as dimensões mais elevadas. Dylan disse, a voz tensa enquanto olhava para os Klyr que os arrastavam sem esforço pelos corredores distorcidos. — Estamos vendo apenas fragmentos do que este lugar realmente é. As leis físicas que conhecemos não se aplicam aqui. É como tentar ver uma escultura complexa, mas só conseguir enxergar as sombras.

Cada vez mais, o palácio parecia uma mistura de um pesadelo e um quebra-cabeça dimensional. As escadas levavam a lugares que não existiam, portas surgiam e desapareciam, e os corredores pareciam mudar de direção sem aviso. A distorção era tal que, em alguns momentos, o teto se tornava o chão, e eles se sentiam como se estivessem sendo puxados em todas as direções ao mesmo tempo.

— Isso é... insuportável. Ethan murmurou, tentando manter sua sanidade enquanto o pânico crescia. Ele não conseguia distinguir onde começava ou terminava o espaço. — Nada aqui faz sentido!

Os Klyr, no entanto, pareciam navegar o caos com facilidade, seus movimentos suaves e deliberados, como se a distorção fosse algo natural para eles.

Quando finalmente chegaram às masmorras, os Klyr jogaram-nos para dentro de uma cela fria e escura. As barras eram feitas de um material estranho que parecia vibrar, mudando de forma levemente conforme seus olhos tentavam focar.

Antes de saírem, um dos Klyr, o mais alto e imponente, rosnou uma série de sons guturais, como se estivesse alertando os outros. Ele bateu no chão com suas garras afiadas, e o som reverberou por todo o corredor distorcido, como se o próprio espaço estivesse ecoando sua presença.

— Nós não podemos ficar aqui. Sussurrou Hannah, os olhos fixos nas paredes da cela, que também se moviam, mudando de forma. — Se ficarmos muito tempo, vamos acabar perdendo nossa noção de realidade. Não estamos preparados para lidar com isso.

A Sociedade de Verdes PradosOnde histórias criam vida. Descubra agora