Bem Vinda de Volta, Minha deusa.

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Dylan respirou fundo, tentando reunir toda a coragem que ainda lhe restava. Vesh'kar estava perigosamente perto, seus olhos opacos e malignos fixos nele. Dylan sabia que não tinha outra escolha, precisava tomar uma atitude.

— Deixe eles irem, Vesh'kar. Disse Dylan, sua voz mais firme do que se sentia por dentro. — É a mim que você quer. Eles não têm nada a ver com isso.

O silêncio que se seguiu foi opressor. Vesh'kar parou por um momento, observando Dylan com um sorriso sinistro que distorceu ainda mais seu rosto monstruoso. Ele inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse considerando a oferta, mas o brilho maléfico em seus olhos sugeria o contrário.

— Nada a ver com isso? Vesh'kar repetiu, sua voz gotejando sarcasmo. Ele riu, uma risada profunda e cortante que fez a espinha de todos ali gelar. — Vocês todos mexeram com as realidades. Brincaram de deuses sem saber o que faziam... abriram portais, alteraram a ordem do que é natural.

O demônio deu um passo à frente, e Hannah instintivamente deu um passo para trás, puxando Elena, Ethan e Tony junto com ela. Eles estavam paralisados de medo, incapazes de reagir. Dylan sabia que era sua única chance de salvar sua irmã e as crianças.

— Não importa o quanto vocês tentem escapar. Continuou Vesh'kar, sua voz reverberando como um trovão distante. — Vocês já pagaram o preço. Vocês entraram no meu domínio, mexeram no que não deviam. E agora, todos pertencem a mim.

Dylan olhou para Hannah, Elena, Ethan e Tony. O terror nos olhos deles o fez querer gritar, mas ele sabia que isso só pioraria a situação. Ele não podia permitir que sua irmã e os outros sofressem por suas escolhas. Precisava arriscar tudo.

— Eu fiz isso! Fui eu quem entrou no bosque, fui eu quem atravessou pelas realidades primeiro! Dylan gritou, tentando atrair toda a atenção de Vesh'kar para si. — Eles só estavam tentando me ajudar. Se alguém precisa pagar por isso, que seja eu!

Vesh'kar aproximou-se ainda mais de Dylan, a cauda grossa e áspera chicoteando o ar ao seu redor.

— Você acha que pode fazer um acordo comigo? O demônio riu novamente, sua voz cheia de escárnio. — Vocês todos... estão quebrados. Suas almas estão entrelaçadas com as realidades que quebraram. Não há mais retorno para nenhum de vocês.

Dylan sentiu o desespero tomar conta de si. Ele tentou, mas Vesh'kar não estava disposto a negociar. O demônio não era uma criatura de acordos justos ou misericórdia. Todos estavam condenados por desafiar as fronteiras entre os mundos.

Vesh'kar finalmente parou diante de Dylan, com sua presença esmagadora. Ele olhou de relance para Hannah, Elena e Tony, depois voltou seu olhar frio para Dylan.

— Agora... vamos ver quanto mais essas realidades podem aguentar antes de se despedaçarem.

Enquanto Dylan estava diante de Vesh'kar, tentando negociar a liberdade de sua irmã e das crianças, Tanya observava a cena de longe, percebendo que o demônio estava totalmente focado em Dylan. Ela sabia que Vesh'kar não faria nenhum acordo e que, de alguma forma, precisavam ganhar tempo ou distraí-lo.

Tanya olhou ao redor, sua mente girando em busca de uma solução. Seus olhos se fixaram em um pedaço de madeira caído no chão próximo. A madeira era grossa e afiada o suficiente para perfurar algo. Ela hesitou por um breve momento, sabendo que Vesh'kar era muito mais poderoso do que qualquer um deles. Mas não havia mais tempo para dúvidas. Dylan precisava de ajuda, e essa era sua chance.

Silenciosamente, Tanya pegou a madeira e começou a se mover, mantendo-se nas sombras e tomando cuidado para não fazer nenhum barulho. A atenção de Vesh'kar estava completamente em Dylan, o que lhe deu uma oportunidade perfeita. Quando chegou perto o suficiente, apertou a madeira nas mãos, respirou fundo e, com toda a força que conseguiu reunir, avançou sobre Vesh'kar por trás.

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