CAPÍTULO 7 - ISSO NÃO É ARTE

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  Não consigo evitar a raiva que se espalha pelo meu rosto.

  Ignoro a pessoa ao meu lado que observa a obra do Sr. Estranho.

  Estou indignada com a falta de educação e os modos com que ele falou comigo.

"O que eu quero aqui?"

- Um milkshake.

  Respondo com um tom sarcástico. Curta e grossa. Quem ele pensa que é para falar assim comigo? A mãe dele não lhe deu educação?

- O milkshake fica para lá.

  Ele aponta para fora do ginásio. Com um sorriso maldoso.

  O cheiro de tinta fresca e suor paira no ar, misturando-se com a tensão crescente.

"Ele só pode estar brincando comigo."

  Ele não está brincando. Posso ver seu olhar penetrante cravado nos meus olhos. Meu coração acelera, e sinto um frio na espinha.

  Noto o professor careca passando ao lado, analisando a obra e os alunos. Então, pergunto ao Sr. Estranho:

- Você não vai me mostrar suas obras?

  Digo para realmente sacanear ele.
Ele franze a testa. e a resposta me surpreende. voz grossa e brava:

- Meu nome é Theo. E essas são as minhas obras.

  Eu com um sorriso malicioso, dou um passo à frente, me aproximando de Theo. O calor de seu corpo é quase palpável, e posso sentir a eletricidade no ar entre nós.

  Ele me empurra para trás, e caio de bunda no chão. Seus olhos parecem assustados e com medo, seu rosto pálido, vejo-o ofegante.

  Ele coloca o capuz e sai correndo para fora do ginásio. Ainda estou tentando entender o que aconteceu, sentada no chão. O chão frio contra minha pele contrasta com o calor que sinto no rosto.Tento me recompor, mas a confusão e a raiva ainda fervilham dentro de mim.

  Levanto-me lentamente, meus olhos seguindo Theo até ele desaparecer pela porta. A curiosidade começa a tomar conta, substituindo a raiva. O que ele estava tentando me mostrar? Por que ele reagiu daquela maneira?

- NÃO ACREDITO QUE ELE COLOCOU ISSO!

  A voz do professor bravo ecoa pelo ginásio, e a multidão que estava ali para de conversar, voltando seus olhares para a obra de Theo. Levanto-me, com a curiosidade queimando dentro de mim, e olho para a obra.

  Uma obra feita em uma tela na vertical, pintada com tinta preta. Não é uma pintura de observação ou natureza morta. Parece mais abstrata, com tons de preto: um preto mais cinzento, outro mais escuro e outro ainda mais profundo. Parecem rabiscos feitos com pincéis de vários tamanhos diferentes. A textura da tinta é espessa, quase tridimensional, como se pudesse tocar e sentir a raiva e a dor impregnadas na tela.

  Ao ver a obra do Theo, sinto um medo profundo. Minhas pupilas dilatam, meu coração dispara, quase saindo pela boca. Começo a suar frio, minha boca seca, minhas pernas começam a fraquejar. O cheiro forte da tinta invade minhas narinas, aumentando minha náusea.

  Os rabiscos na tela me lembram dos desenhos que eu fazia no meu quarto, aqueles que surgiam nos meus pesadelos.

  Minha visão começa a escurecer, não sinto minhas pernas, não consigo pensar em nada, a não ser...






































Eu Desmaio.

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⏰ Última atualização: Sep 28 ⏰

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