Capítulo 7

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Os minutos pareciam horas, e, quando finalmente o sinal tocou, eu juntei minhas coisas rapidinho. Antes que eu pudesse escapar, Cha Eunwoo se aproximou, todo sorridente, como se eu fosse um daqueles gatinhos que ele adora.

— Jimin, por que você tá tão quieto? — ele perguntou, inclinando a cabeça de um jeito que só ele conseguia.

— Ah, nada... só planejando minha fuga da prisão que virou minha vida — respondi, enquanto jogava meus cadernos na mochila com um pouco mais de força do que o necessário.

— Você é exagerado, viu?  — Ele lançou um olhar para a porta. — Ah, lá vem o Jeon!

Meu estômago deu uma cambalhota.  Jungkook apareceu na porta da sala, com aquele sorrisinho de canto irritante estampado no rosto.

— Oi, Minie! — Ele acenou pra mim, como se fôssemos amigos de infância que se viam todos os dias. Eu respirei fundo, tentando não revirar os olhos.

— Oi, Jungkook. — Minha voz saiu seca, mas, hey, quem se importa? 

— Vamos almoçar todos juntos? — Ele se aproximou, como se nada tivesse acontecido, e bateu de leve no ombro de Eunwoo. — Tem um lugar aqui perto da faculdade que dizem que o bulgogi é incrível.

Eu pisquei, surpreso. Almoçar? Com ele? Isso só podia ser uma pegadinha.

— Na verdade, eu tinha outros planos... — comecei a dizer, já procurando uma desculpa na minha mente.

— Ah, vamos, Jimin! — Eunwoo sorriu amplamente. — Vai ser legal. E além disso, eu quero ouvir mais das histórias do Jungkook.

Histórias? Que histórias?

[...]

Jungkook abriu a porta pra nós, como um verdadeiro cavalheiro. Quem diria que ele sabia abrir portas agora? Deve ter aprendido com o bebê. Estava parecendo um pai de comercial de margarina.

Me sentei à mesa, meio desconfortável, enquanto eles continuavam a falar de... sei lá, qualquer coisa que não me interessava.

Então, Jungkook se virou pra mim, seus olhos escuros cravados nos meus, e eu quase engasguei com a água.

— Minie, o que você vai pedir? — perguntou ele, com aquele tom doce que me irritava profundamente. Olhei para o cardápio, sem saber o que escolher. Qualquer coisa que me permitisse fugir logo dali.

— Ah... qualquer coisa, não tô com muita fome. — Tentei parecer casual, mas minha voz saiu um pouco mais alta do que eu queria.

Jungkook sorriu de novo. Aquele maldito sorriso que poderia derreter gelo e umedecer calças.

— Isso é raro. Você sempre foi o que mais comia nas nossas saídas. — Ele piscou, como se estivesse relembrando bons tempos.

— É, bom... as coisas mudam, né? — respondi, um pouco ríspido, mas ele não parecia se abalar.

Eu só queria que aquele almoço acabasse logo. Entre uma mordida e outra no meu bulgogi (que estava, de fato, incrível), comecei a pensar em como sair dessa situação o mais rápido possível sem parecer rude. 

Entre uma garfada e outra, enquanto o bulgogi desaparecia do prato, minha mente corria a mil buscando uma forma de escapar. Então, como se uma luz divina tivesse me atingido, a ideia perfeita apareceu. Uma desculpa clássica e imbatível: dor de barriga! Ninguém questiona isso, certo?

Aproveitei uma pausa na conversa entre Eunwoo e Jungkook, que falavam animadamente sobre exercícios e academia, e me levantei abruptamente.

— Gente, preciso ir... meu estômago... tá complicado. Acho que comi algo estragado mais cedo — anunciei, colocando a mão no abdômen e fazendo uma careta exagerada.

Antes que pudessem reagir, já tinha jogado algumas notas na mesa, o suficiente para cobrir minha parte da conta. Eunwoo tentou protestar, mas eu já estava saindo apressado.

— Fiquem aí, nos vemos depois! — gritei por cima do ombro, apressando o passo e praticamente correndo porta afora. Deixei eles dois lá, provavelmente confusos, mas não me importava. 

Assim que cheguei ao corredor da faculdade, soltei o ar, sentindo meu coração ainda acelerado. Mas agora, uma nova ideia me atingiu. Talvez eu pudesse mudar de dormitório, me afastar do caos que era dividir espaço com uma pessoa que me traziam tanta... confusão. 

Segui direto para a sala do diretor da faculdade. Era um homem sério, mas justo, e eu sabia que, com sorte, ele poderia me ajudar. Bati na porta levemente e, ao ouvir um "Entre", abri devagar.

— Com licença, senhor... — comecei, com a voz hesitante. O diretor levantou o olhar do computador, ajeitando os óculos no rosto.

— Senhor Park, o que posso fazer por você? — Ele perguntou, com seu habitual tom educado.

— Então, eu estava me perguntando... tem algum dormitório disponível? Eu queria, se possível, trocar de quarto... ou ver se há uma vaga em outro dormitório. — Tentei ser o mais casual possível, mas minha voz me traiu com um pouco de ansiedade. O diretor olhou para mim por um segundo, depois suspirou.

— Park, no momento, todos os dormitórios estão ocupados. É início de semestre, então não há muito movimento nas vagas agora. Mas... — ele fez uma pausa, pensando — como é o começo, é possível que alguns alunos desistam ou mudem de faculdade. Se isso acontecer, eu te aviso primeiro, tudo bem?

— Claro, entendo. Agradeço, senhor. — Suspirei, um pouco desapontado, mas assenti.

— Não se preocupe, Park. Você será o primeiro a saber. — O diretor deu um sorriso encorajador.

— Muito obrigado! — respondi, já me virando para sair da sala.

Foi aí que aconteceu. Assim que abri a porta e dei um passo para fora, esbarrei em alguém tão de surpresa que quase caí no chão. Um impacto forte e inesperado me fez perder o equilíbrio, mas antes que eu pudesse me esborrachar, duas mãos firmes me seguraram pelos braços, estabilizando meu corpo.

— Desculpa... — ouvi uma voz grave, quente, meio rouca. — Quase quebrei algo tão bonito e delicado como você.

Levantei o olhar devagar e me deparei com um homem alto, moreno, com traços ocidentais marcantes. Ele era forte, claramente diferente dos estudantes comuns que circulavam por ali. Seus olhos me observavam com um sorriso divertido.

Por um segundo, eu fiquei em choque. "Nossa, eu pareço tão gay assim pra ele já vir me dando uma cantada?" pensei, com o rosto começando a corar. E então, outro pensamento cruzou minha mente. "Dias de luta, dias de glória..."

Nós dois nos ajeitamos, ainda meio sem graça com o esbarrão, enquanto eu tentava não parecer um tomate ambulante.

— Me desculpa... — murmurei, evitando contato visual. O homem sorriu, suas mãos ainda segurando meus braços por alguns segundos, antes de soltar devagar.

— Sem problemas. Foi um prazer conhecer você assim... inesperadamente. — Ele piscou, e eu senti meu rosto queimar mais ainda.

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, o diretor, ainda dentro da sala, pigarreou alto, chamando nossa atenção.

— Oh, Tony, pode entrar, por favor — disse o diretor, apontando para o homem.

O moreno — Tony — assentiu com um sorriso e lançou mais um olhar divertido para mim antes de entrar na sala.

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Tooony Jones sendo o primeiro amor do Chim KKK

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Amor não correspondido JJK+PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora